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Corte do Fed abre caminho para nova onda de redução de juros na Ásia em meio a tensões comerciais

Publicado 19/09/2025 • 08:02 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • O corte de 0,25 ponto percentual do Federal Reserve dos EUA — com previsão de mais dois este ano — dá margem para que bancos centrais asiáticos flexibilizem a política monetária diante das pressões do comércio internacional e do crescimento global mais fraco.
  • Enquanto o Fed enfrenta restrições por causa da alta de preços, a desaceleração inflacionária e o crescimento mais estável na Ásia indicam um ciclo de cortes de juros mais prolongado e gradual, sobretudo diante da fraqueza do dólar
  • Diferentemente de outras economias asiáticas, China e Japão parecem manter suas taxas de juros estáveis por enquanto.

Containers de transporte, incluindo um da China Shipping, repousam em vagões ferroviários planos enquanto guindastes de doca ficam atrás no porto de Hamburgo em 15 de abril de 2025 em Hamburgo, Alemanha.

Sean Gallup | Getty Images News | Getty Images (Reprodução CNBC Internacional)

Os bancos centrais da Ásia podem ter mais margem para afrouxar a política monetária depois que o Federal Reserve reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual na última quarta-feira (17) e sinalizou novos cortes à frente, enquanto a região enfrenta dificuldades no comércio e pressão sobre as moedas locais.

Com a decisão, os juros do Fed passaram para o intervalo de 4% a 4,25%. O presidente da instituição, Jerome Powell, classificou o movimento como um “corte de gestão de riscos”, e não como uma resposta a uma economia enfraquecida, acrescentando que outros dois cortes podem ocorrer ainda este ano.

Impactos na política monetária asiática

A medida também reduziu a diferença entre os rendimentos dos títulos dos EUA e da Ásia, diminuindo preocupações cambiais e abrindo espaço para que países asiáticos — especialmente os mais vulneráveis internamente — ajustem suas taxas, avaliou Peiqian Liu, economista da Fidelity International.

“A tendência geral na região deve ficar mais flexível”, disse Liu.

Alguns bancos asiáticos já haviam se antecipado ao Fed, tentando suavizar os efeitos das tarifas impostas pelo governo Trump. O Banco da Coreia do Sul reduziu os juros para o menor nível em quase três anos, em maio. O Banco Central da Austrália seguiu em agosto, levando a taxa ao piso de dois anos. Na Índia, o corte de 0,5 ponto percentual em junho surpreendeu o mercado.

Ainda assim, persistem diferenças entre os países, destacou Liu, citando fatores como inflação doméstica e o impacto residual da corrida das exportações antes de as tarifas americanas entrarem em vigor.

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Desempenho econômico e perspectivas

Economias dependentes das exportações, como Japão, Coreia do Sul e Singapura, registraram expansão acima das expectativas no segundo trimestre, com Seul e Singapura escapando por pouco de uma recessão técnica.

Vários bancos centrais asiáticos, incluindo o da Coreia do Sul e o da Índia, devem seguir reduzindo os juros no quarto trimestre, segundo Betty Wang, economista-chefe da Oxford Economics.

“As preocupações anteriores sobre uma rápida desvalorização das moedas se mostraram exageradas, e o dólar mais fraco abriu ainda mais espaço para cortes até o fim do ano, em meio às crescentes incertezas sobre o crescimento”, afirmou Wang.

Chi Lo, estrategista sênior para Ásia-Pacífico da BNP Paribas Asset Management, concorda e observa que as taxas reais permanecem acima da média histórica em boa parte da região, permitindo maior flexibilização.

Índia em destaque

A Índia é uma exceção importante, sustentada por forte crescimento nos últimos dois trimestres impulsionado pelo consumo interno. Segundo Liu, o país deve priorizar a demanda doméstica diante do enfraquecimento externo e das tarifas mais altas dos EUA, preservando espaço para mais estímulos monetários.

A inflação indiana subiu em agosto pela primeira vez em dez meses, atingindo 2,07% — ligeiramente acima do limite inferior da meta, de 2% a 6%. Para Liu, “há bastante espaço” para novos cortes, caso seja necessário compensar pressões negativas sobre o crescimento.

Comparação entre Fed e Ásia

Lo, do BNP Paribas, destacou que o Fed segue dividido entre o risco de desaceleração e o temor de inflação mais alta, o que limita a autoridade monetária americana a um “ciclo curto de cortes”.

Na Ásia, por outro lado, fundamentos mais favoráveis, como crescimento sustentado e inflação baixa, indicam um ciclo mais longo, especialmente com o dólar em queda.

China e Japão fora da tendência

Duas das maiores economias asiáticas, porém, destoam desse movimento: China e Japão.

No caso japonês, além de não cortar, o banco central discute elevar os juros para normalizar a política. Economistas preveem estabilidade na reunião desta sexta-feira (19), mas esperam novas altas ainda este ano, já que a inflação supera a meta de 2% há mais de três anos.

A China também manteve a taxa de curto prazo em 1,4% na quinta-feira (18), logo após a decisão do Fed, buscando equilibrar estímulos com o risco de bolhas financeiras, como a registrada em 2015.

Desafios da China e perspectivas para o yuan

A economia chinesa mostrou perda de fôlego em agosto, com exportações abaixo do esperado e indicadores como vendas no varejo e produção industrial frustrando projeções.

A expectativa é que o yuan continue valorizado com a queda do dólar. “A preocupação da China não é evitar desvalorização, mas sim conter uma valorização excessiva”, avaliou Tianchen Xu, da Economist Intelligence Unit.

O yuan offshore já acumula alta de cerca de 3% em 2025, fechando em 7,1083 por dólar na quinta-feira (18). Economistas projetam valorização até 7 por dólar até o fim do ano, enquanto Pequim se concentra em combater a deflação e sustentar o crescimento.

Mesmo assim, o corte do Fed abre margem para o Banco Popular da China, disse Xu, que prevê mais flexibilização monetária no médio prazo, diante dos desafios internos.

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