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BP se afasta das especulações de aquisição e ganha fôlego no mercado
Publicado 26/09/2025 • 07:30 | Atualizado há 2 semanas
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Publicado 26/09/2025 • 07:30 | Atualizado há 2 semanas
KEY POINTS
BP/Divulgação
British Petroleum
Há cinco meses, a britânica BP estava firmemente nos holofotes como uma forte candidata a aquisição. Agora, nem tanto. As ações da gigante do petróleo listada em Londres subiram mais de 32% desde o início de abril, superando muitas de suas concorrentes nos Estados Unidos e na Europa.
O sentimento mais positivo pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo a redefinição estratégica fundamental da BP, mudanças na liderança, avanços em seu programa de redução de custos e uma sequência de descobertas recentes de petróleo.
Isso marca um forte contraste em relação ao início do ano, quando a BP foi alvo de intensas especulações de aquisição, com a britânica Shell, a gigante petrolífera de Abu Dhabi ADNOC e as norte-americanas Exxon Mobil e Chevron entre os possíveis interessados.
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O CEO da BP, Murray Auchincloss, insistiu que a empresa estava focada em crescimento quando questionado sobre possíveis abordagens, afirmando no mês passado: “É isso que vai impulsionar o preço das ações para os acionistas.”
A Shell, por sua vez, negou rapidamente, no fim de junho, as notícias de que conversas iniciais estariam em andamento para adquirir a BP. A empresa afirmou, na ocasião, que não tinha “nenhuma intenção” de fazer uma oferta de grande porte por sua rival em dificuldades.
Allen Good, analista de ações da Morningstar, disse que desde o início tinha dúvidas sobre o mérito da especulação de aquisição, mesmo quando a BP enfrentava turbulências e era negociada com grande desconto em relação às concorrentes.
“As ações tiveram melhor desempenho desde então”, disse Good à CNBC. “E acredito que o catalisador mais recente foi a escolha do novo presidente do conselho, vindo da CRH, com experiência anterior em reestruturações significativas e bem-sucedidas.”
Após uma guinada na estratégia verde no início do ano, a BP anunciou em julho a nomeação de Albert Manifold como seu novo presidente do conselho. O ex-CEO da produtora de materiais de construção CRH já integra o conselho da empresa e assumirá formalmente o cargo em 1º de outubro.
Um porta-voz da BP não estava disponível de imediato para comentar, quando procurado pela CNBC.
A valorização das ações da BP coincidiu com elevações de recomendação e metas de preço. O banco Berenberg, por exemplo, elevou a recomendação da BP de “manter” para “comprar” e subiu sua meta de preço para £5,00 (US$ 6,73), ante £3,85, citando os resultados significativamente mais fortes do segundo trimestre.
No início de agosto, a BP reportou lucro subjacente de custo de reposição — usado como referência para o lucro líquido — de US$ 2,35 bilhões no trimestre encerrado em junho, superando com folga as expectativas de analistas, que apontavam para US$ 1,81 bilhão, segundo consenso compilado pela LSEG.
Falando ao programa Squawk Box Europe da CNBC logo após a divulgação dos resultados, Auchincloss destacou o potencial de crescimento das recentes descobertas de petróleo e gás da companhia, acrescentando estar “muito otimista” com a descoberta no bloco Bumerangue, na Bacia de Santos, no Brasil, a pouco mais de 400 quilômetros do Rio de Janeiro.
A descoberta marcou a 10ª da empresa desde o início do ano e é vista como um impulso significativo enquanto a BP reforça sua aposta em hidrocarbonetos.
Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell, disse que a resiliência da BP diante do ceticismo “é interessante e pode ser um sinal revelador”, especialmente porque a alta das ações ocorre apesar do que ele descreveu como “comentários implacavelmente negativos” sobre a empresa e sobre o preço do petróleo.
“A chegada da Elliott ao quadro de acionistas também continua sendo um fator, já que o investidor ativista pressiona por desinvestimentos, maior geração de caixa, redução da alavancagem e mais retorno aos acionistas — um chamado ao qual a BP parece estar atenta”, disse Mould por e-mail à CNBC.
O investidor ativista Elliott tornou pública, no fim de abril, uma participação superior a 5% na BP, aumentando as expectativas de que sua atuação possa pressionar a empresa a se concentrar novamente em seus negócios principais de petróleo e gás.
Diante da perda de fôlego do suposto interesse da Shell em uma aquisição, Mould afirmou que a melhor defesa da BP contra eventuais pretendentes seria um preço de ação mais alto e uma avaliação mais robusta.
“A avaliação, ou o preço pago, é o árbitro final do retorno sobre investimento, e quanto mais alto for o valor, menor a probabilidade de predadores aparecerem, já que avaliações elevadas limitam o potencial de alta e aumentam os riscos de queda caso algo inesperado dê errado”, disse Mould.
Olhando para frente, analistas de energia destacam a dívida relativamente alta da BP como um possível ponto de preocupação.
A dívida líquida da BP fechou o segundo trimestre em US$ 26,04 bilhões, abaixo dos quase US$ 27 bilhões registrados nos três primeiros meses do ano.
“Se os preços do petróleo começarem a cair, certamente a BP será a mais exposta dentro do grupo de pares”, disse Good, da Morningstar. “Isso poderia interromper esse momento positivo.”
Peter Low, co-chefe de pesquisa de energia do Rothschild & Co Redburn, disse à CNBC que, embora o momento positivo comece a se consolidar para a BP, “ainda vemos o balanço como uma área que precisa de mais melhorias, especialmente considerando nossa visão cautelosa sobre o preço do petróleo”.
A meta da BP de reduzir a dívida líquida para um intervalo entre US$ 14 bilhões e US$ 18 bilhões até o fim de 2027, por exemplo, será “altamente dependente” da execução de seu programa de desinvestimentos de US$ 20 bilhões, afirmou Low.
“O foco para os próximos seis meses deve ser, portanto, novas atualizações de exploração e avaliação no bloco Bumerangue, no Brasil, e o avanço dos desinvestimentos para reduzir a dívida líquida”, acrescentou.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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