Accenture prioriza IA e planeja desligar funcionários que não se adaptarem

A consultoria de tecnologia Accenture anunciou planos para demitir funcionários que não conseguirem se requalificar em inteligência artificial, como parte de uma estratégia mais ampla de reestruturação que dará prioridade aos esforços em IA.

A CEO da Accenture, Julie Sweet, afirmou em uma teleconferência na quinta-feira (25) que, à medida que a IA avançada se torna “uma parte de tudo o que fazemos” e a empresa global de serviços profissionais continua a investir significativamente na área, espera que os funcionários “se requalifiquem e se atualizem” em larga escala.

“Estamos investindo na capacitação de nossos reinventores, que é nossa principal estratégia”, disse Sweet. Ela explicou que a empresa está “desligando, em um cronograma comprimido, pessoas para quem a requalificação não é um caminho viável”.

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Sweet afirmou que a Accenture já requalificou 550 mil funcionários nos fundamentos da IA generativa e detalhou um programa de otimização de negócios de seis meses e US$ 865 milhões, que inclui custos associados a indenizações e redução de pessoal.

“Esperamos economizar mais de US$ 1 bilhão com nosso programa de otimização de negócios, valor que pretendemos reinvestir na empresa e em nossos colaboradores, porque é fundamental para nosso crescimento futuro. Esperamos reinvestir esse montante, ao mesmo tempo em que entregamos uma expansão modesta da margem”, afirmou a diretora financeira da Accenture, Angie Park.

Além das demissões, a empresa continua contratando e reforçou seu time de talentos em IA, com 77 mil profissionais de IA e dados empregados em 2025, ante 40 mil em 2023. Sweet disse ainda que espera aumentar o quadro de funcionários no próximo ano fiscal em mercados como Estados Unidos e Europa.

“Nossa estratégia número um é a capacitação, considerando as habilidades de que precisamos. Temos muita experiência em capacitação e, em um cronograma muito comprimido, quando não temos um caminho viável para a requalificação, acabamos desligando pessoas para conseguirmos mais das habilidades necessárias”, acrescentou Sweet.

A empresa reportou receita de US$ 69,7 bilhões neste ano, crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Em entrevista ao programa “Squawk on the Street”, da CNBC, Sweet atribuiu esse crescimento à forte demanda dos clientes para implementar IA em suas organizações.

“Nosso investimento inicial em IA está realmente dando resultados”, disse Sweet à CNBC. “Nos sentimos muito confiantes ao entrarmos no ano fiscal de 2026, com o impulso que estamos vendo em nossos negócios, impulsionado pela Accenture ser a empresa com a qual você realmente se associa para garantir o uso da IA avançada”.

“Todo CEO, conselho e alta administração reconhecem que a IA avançada é crítica para o futuro. O desafio que eles enfrentam agora é que estão muito entusiasmados com a tecnologia, mas a maioria das empresas ainda não está pronta para a IA”, completou.

Naty.Falla

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