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O shutdown impediu o relatório de empregos; veja o que ele teria mostrado sobre a economia

Publicado 03/10/2025 • 19:19 | Atualizado há 6 horas

KEY POINTS

  • Toda primeira sexta-feira do mês costuma ter a divulgação do aguardado relatório de empregos do Bureau of Labor Statistics (BLS). Isso não aconteceu por causa do shutdown do governo.
  • Mesmo com o BLS fora do ar, dados de outras fontes sugerem que o mercado de trabalho em setembro seguiu em ritmo lento, sem grandes mudanças.
  • Tendências mais amplas mostram um mercado de trabalho desigual: áreas como saúde continuam em alta, enquanto outros setores ficam para trás.
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Imagem de freepik feita com IA

Se você sentiu falta daquele balanço tradicional na primeira sexta-feira do mês, com a divulgação do relatório de empregos do BLS, não se preocupe. Provavelmente, não perdeu grandes novidades.

Com o BLS paralisado por causa do shutdown em Washington, outros levantamentos fora do governo apontam que o mercado de trabalho em setembro seguiu devagar, sem grandes mudanças.

Projeções e sinais alternativos do mercado de trabalho

A projeção do mercado, segundo o consenso da Dow Jones, era de um crescimento de 51 mil vagas fora do setor agrícola, com a taxa de desemprego se mantendo em 4,3%.

Dados mais frequentes, como anúncios de vagas, folhas de pagamento do setor privado e números estaduais de pedidos de seguro-desemprego, mostram que, embora o crescimento do emprego esteja fraco, o mercado de trabalho não está afundando — pelo menos por enquanto.

“A gente trabalha com o que tem em momentos assim, quando é fundamental entender se a economia está mudando de fase”, disse Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve de Chicago, em entrevista à CNBC na sexta-feira (3). “É isso que temos, e até agora os sinais ainda são de um mercado de trabalho estável.”

O Federal Reserve Bank of Chicago é um dos doze bancos regionais do Federal Reserve que, juntamente com o Conselho de Governadores em Washington, D.C., compõem o banco central dos EUA
Foto: Divulgação

O Fed de Chicago é uma das instituições que tenta oferecer alternativas aos dados do BLS, que já vinham sendo criticados pela Casa Branca antes mesmo do shutdown desta semana.

Por coincidência, o banco central regional lançou em setembro seu próprio painel com dados importantes do mercado de trabalho, como taxa de desemprego, ritmo de contratações e índice de demissões.

Resumindo: a taxa de desemprego ficou parada em 4,3%. Mesmo um pequeno ajuste para cima já levaria o número para 4,4% — o maior desde outubro de 2021, mas ainda baixo se comparado à média histórica.

Outros dados, também fora do governo, mostram a mesma tendência: o cenário está ficando mais fraco.o, com menos vagas disponíveis a cada mês.

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Apesar disso, os empregadores ainda hesitam em demitir, lembrando da experiência da pandemia de Covid-19: primeiro, muitos cortes e, depois, uma dificuldade imensa para repor as vagas. Em certo momento, havia mais de duas vagas abertas para cada trabalhador disponível.

“Muita gente nova no mercado — jovens, recém-formados, pessoas já desempregadas — está penando para conseguir uma vaga”, explica Cory Stahle, economista sênior do site de empregos Indeed, que também divulga diversos indicadores sobre o mercado. “Independentemente da taxa de desemprego, quando as pessoas demoram mais para achar trabalho, isso mostra que algumas famílias estão passando sufoco.”

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Sinais de desequilíbrio

O levantamento do Indeed mostra que, até 26 de setembro, os anúncios de vagas caíram 8,9% em um ano — uma queda maior que os 5,5% registrados pelo BLS, que só divulgou dados até agosto.

Tendências mais amplas revelam um mercado de trabalho desigual, segundo Stahle: profissões ligadas à saúde continuam crescendo, enquanto outras áreas ficam para trás.

“No geral, a situação não está ruim, mas a maior parte das novas vagas e contratações vem do setor de saúde. Fica difícil dizer que o mercado está equilibrado quando nem todos os setores têm as mesmas oportunidades”, afirma.

Os dados do BLS também apontam concentração de vagas em saúde, seguidas por negócios, serviços profissionais e, depois, lazer e hotelaria. O setor público já foi destaque, mas perdeu espaço desde que Donald Trump assumiu a presidência em janeiro, prometendo enxugar a folha do governo federal.

“Agora é uma boa hora pra ser enfermeiro, mas está complicado para quem trabalha como desenvolvedor de software”, completa Stahle. “Essa diferença dentro do próprio mercado de trabalho também precisa ser analisada, não só o número total de vagas.”

Outros indicadores reforçam a tendência, apesar de o levantamento da ADP sobre empregos no setor privado ter apontado queda de 32 mil vagas em setembro e de 3 mil em agosto. A ADP já foi criticada por não coincidir com os números do BLS, mas seus relatórios ganham atenção neste momento, já que sinalizaram desaceleração antes mesmo do BLS registrar esse movimento.

Não foi só o relatório mensal de empregos do setor privado que deixou de ser divulgado com o shutdown: o Departamento do Trabalho também não publicou o número semanal de pedidos iniciais de seguro-desemprego.

A Goldman Sachs, usando dados estaduais, estimou 224 mil pedidos na última semana de setembro — ligeiramente acima da semana anterior, mas dentro do padrão de 2025.

Outros indicadores

Além de dados de emprego, os gastos também ajudam a medir o ritmo da economia.

O monitoramento de cartões de crédito e débito feito pelo Bank of America mostrou aumento em setembro: na semana encerrada em 27 de setembro, os gastos subiram 2,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Os gastos continuam firmes, mesmo com os dados fracos do mercado de trabalho. Vamos seguir acompanhando essa diferença”, disse a economista Shruti Mishra, do BofA, em comunicado a clientes.

Na mesma linha, o índice de pequenos negócios da Fiserv apontou alta de 2,3% nas vendas e transações em setembro, repetindo o ritmo dos três meses anteriores.

Por outro lado, outros indicadores de pequenas empresas mostram fraqueza.

“Hoje em dia, tem muita empresa com vaga aberta. O problema é que, infelizmente, quase nenhuma está sendo preenchida”, afirmou Bill Dunkelberg, economista-chefe da Federação Nacional de Empresas Independentes, à CNBC nesta sexta-feira (3). “Os planos de contratação são sempre otimistas, mas, quando a poeira baixa, quase nenhum emprego novo é criado de verdade.”pre otimistas, mas, quando a poeira baixa, quase nenhum emprego novo é criado de verdade.”

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