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Ações da Ferrari registram o pior dia de negociação da história após projeções decepcionarem
Publicado 09/10/2025 • 18:53 | Atualizado há 12 horas
Publicado 09/10/2025 • 18:53 | Atualizado há 12 horas
KEY POINTS
As ações da Ferrari registraram nesta quinta-feira (9) o pior dia de negociação de sua história, após a montadora de luxo atualizar suas projeções para o ano e para 2030 e reduzir suas metas de eletrificação.
Os analistas se mostraram desapontados com as novas previsões, afirmando que ficaram abaixo das expectativas.
A fabricante de carros esportivos, com sede em Maranello, na Itália, afirmou durante seu evento Capital Markets Day (CMD) que espera uma receita líquida de pelo menos 7,1 bilhões de euros (cerca de US$ 10,7 bilhões ou R$ 44,16 bilhões, na cotação atual) neste ano — acima da previsão anterior de 7 bilhões de euros (R$ 43,52 bilhões).
A receita líquida deve alcançar cerca de 9 bilhões de euros (R$ 55,98 bilhões) em 2030, e a empresa tem como meta atingir um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de pelo menos 3,6 bilhões de euros (R$ 22,39 bilhões) até o fim da década.
As ações da Ferrari listadas em Milão despencaram 16,1% antes de recuperar parte das perdas e fecharam a 354 euros (R$ 2.201,88), uma queda de 15,4% — o pior dia de negociação desde a abertura de capital da montadora na Bolsa de Milão, em 2016.
Nos Estados Unidos, as ações listadas na Bolsa de Nova York também caíram 15%, fechando a US$ 407,38 (R$ 2.179,48) cada — o pior desempenho diário desde a estreia da Ferrari em outubro de 2015. O maior declínio anterior havia sido de 12,4%, em fevereiro de 2016.
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Com valor de mercado de quase US$ 77 bilhões (R$ 411,95 bilhões), as ações listadas nos EUA acumulam queda de cerca de 4% no ano.
Os analistas do Citi afirmaram em nota que as projeções da Ferrari “ficam abaixo de nossas estimativas de crescimento mais conservadoras apresentadas em nosso pré-CMD e refletem uma postura cautelosa da administração”.
Eles acrescentaram: “Dadas as projeções — embora conservadoras — que implicam em uma alavancagem operacional limitada ao longo do próximo ciclo, acreditamos que há algum risco tanto para o lucro por ação consensual (EPS) quanto para os múltiplos no curto prazo.”
Em outra atualização, a Ferrari disse que pretende, em 2030, ter uma linha de modelos composta por 40% de carros a combustão interna (ICE), 40% híbridos e 20% totalmente elétricos.
A Ferrari explicou que a meta revisada — abaixo do objetivo anterior de 40% das vendas em veículos elétricos até o fim da década — é resultado de uma abordagem centrada no cliente, das condições atuais do mercado e de sua evolução esperada.
A mudança ocorre enquanto a montadora italiana revela a tecnologia que impulsionará seu primeiro veículo elétrico. A Ferrari apresentou o chassi e o sistema de propulsão prontos para produção do modelo “elettrica” durante um workshop de tecnologia e inovação, afirmando que as entregas começarão no final de 2026.
O carro completo deverá ser lançado mundialmente no próximo ano.
“Com o novo Ferrari Elettrica, reafirmamos nossa vontade de progredir unindo a disciplina da tecnologia, a criatividade do design e a arte da fabricação”, disse John Elkann, presidente executivo da Ferrari, em comunicado.
Várias montadoras globais reduziram suas metas de vendas de veículos elétricos nos últimos meses, citando fatores como falta de modelos acessíveis, lento avanço na instalação de pontos de recarga e forte concorrência da China.
A sueca Volvo Cars, por exemplo, abandonou seu plano amplamente divulgado de vender apenas veículos elétricos até 2030, afirmando em setembro do ano passado que precisava ser “pragmática e flexível” diante das mudanças nas condições de mercado.
A Ferrari — que viu seu número de clientes ativos crescer para 90 mil, um aumento de 20% em relação a 2022 — também afirmou que planeja lançar em média quatro novos carros por ano entre 2026 e 2030.
Os analistas do JPMorgan mostraram-se otimistas após os anúncios apresentados no Plano Estratégico Ferrari 2030.
“Temos grande confiança na capacidade da administração de executar seu plano de longo prazo, dado que há ampla evidência de que a demanda atualmente supera em muito a oferta”, disseram os analistas do JPMorgan em nota na quinta-feira.
“Também acreditamos que a empresa se beneficia do estilo de liderança do CEO Benedetto Vigna, que tem desafiado a companhia a capitalizar a colaboração para aumentar a velocidade com que adota a inovação. Um lançamento iminente de um supercarro também pode ter potencial para impulsionar significativamente os lucros”, acrescentaram.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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