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Victorinox aposta no Brasil ao ver expansão na venda de relógios de luxo
Publicado 16/10/2025 • 11:06 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 16/10/2025 • 11:06 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
Christian Ammann
I.N.O.X. Chrono 43, SIR, BLK dial, BLK rubber str
No salão do hotel Hilton Morumbi, empresários, influenciadores e executivos do setor de luxo circulavam entre vitrines reluzentes que exibiam a nova coleção de relógios Air Pro GMT Automatic, lançamento mais recente da Victorinox.
Conhecida há mais de 140 anos por criar o lendário canivete suíço, a empresa familiar transformou o símbolo da precisão e da durabilidade em uma marca global, com presença em mais de 120 países e atuação em segmentos que vão de facas e utensílios profissionais a relógios e equipamentos de viagem.
A ocasião marcou o lançamento da nova linha e representou também um momento de consolidação da marca no Brasil — mercado que vem se destacando entre os principais destinos de expansão da Victorinox na América Latina e no mundo.
“O Brasil é hoje o nosso mercado mais relevante na região, responsável por cerca de metade da receita da América Latina, e o relógio tem sido o grande protagonista dessa história”, afirmou Karl Kieliger, general manager da marca para a América Latina, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC durante o evento.
A Victorinox global opera quatro divisões principais: canivetes, facas, linha de viagem e relógios. No Brasil, os relógios já respondem por 50% das vendas, seguidos por malas e canivetes, com 20% cada, e facas, com cerca de 10%. Kieliger explicou que o desempenho expressivo do país tem relação direta com o perfil do consumidor brasileiro.
“O homem brasileiro gosta de estilo, gosta de ter uma joia. E o relógio é uma das poucas joias masculinas que existem. Isso faz com que o país tenha um número muito maior de relojoarias do que outros mercados, o que amplia a distribuição e fortalece nosso posicionamento”, observou.
Ele lembrou também que a Victorinox mantém presença consolidada em aeroportos, shoppings e no e-commerce, além de uma forte rede de lojas próprias. “O Brasil está anos à frente de outros países da região no comércio eletrônico. Quando morei aqui, entre 2009 e 2016, o e-commerce já era muito mais desenvolvido do que no México, por exemplo. Isso continua sendo uma vantagem competitiva.”
Enquanto o mercado latino cresce, a relação com os Estados Unidos esfriou. Em 2025, o governo de Donald Trump impôs uma tarifa de 40% sobre produtos suíços, o que elevou o custo das exportações da Victorinox e de outras marcas do país, que exportam produtos de alto valor agregado.
“Foi uma surpresa. A Suíça é um parceiro histórico dos Estados Unidos, e ninguém esperava uma medida dessa magnitude”, afirmou Kieliger. “Neste ano nós estamos protegidos porque nos preparamos desde janeiro e os estoques nos EUA estão cheios. Mas se a tarifa continuar, 2026 será mais difícil.”
Ainda assim, ele garante que a Victorinox não pretende transferir parte de produção principal para outro país. “O canivete suíço tem que ser feito na Suíça. O relógio também. Isso faz parte da nossa identidade. Produzir fora seria uma contradição com tudo o que a marca representa.”
Para suavizar os impactos, a empresa estuda realizar etapas finais de acabamento ou empacotamento das facas nos Estados Unidos, o que pode gerar algum benefício fiscal. “Mas relógios e canivetes continuarão 100% suíços”, reforça.
Com o franco suíço valorizado e custos industriais elevados, a Victorinox tem investido em automação e modernização de suas fábricas. “Nas facas, por exemplo, já usamos robôs em grande parte do processo. As pequenas nem passam mais por mãos humanas”, conta Kieliger.
Os relógios, por outro lado, continuam com um processo artesanal. “É um produto premium, de menor escala, com mais envolvimento manual. E é isso que garante o valor do Swiss Made.”
A produção é dividida entre regiões da Suíça: as facas e canivetes são fabricados na parte alemã, próxima de Lucerna, enquanto os relógios são feitos em Dolémont, na Suíça francesa. Já a linha de malas e mochilas é produzida em fábricas especializadas na Ásia — Tailândia, Taiwan e China —, mas o desenvolvimento e a engenharia permanecem sob controle suíço.
A Victorinox segue sendo uma empresa familiar, atualmente sob comando da quarta geração da família Elsener, com a quinta já envolvida na gestão. Essa estrutura, segundo Kieliger, garante uma visão de longo prazo e estabilidade mesmo em tempos de turbulência.
“É uma família que pensa em décadas. A Victorinox sobreviveu à Primeira e à Segunda Guerras, a crises cambiais e a mudanças tecnológicas. O segredo é nunca agir por impulso. A marca sempre pensa no futuro, mesmo quando o presente é desafiador.”
Na América Latina, Kieliger mora no México e supervisiona operações em todo o continente, incluindo Brasil, Chile e Peru. “Cada país tem um ritmo diferente, mas todos crescem. O Brasil lidera em volume, e o Chile se destaca em sofisticação. O Peru vem ganhando força rapidamente”, afirma.
O evento em São Paulo também foi a estreia oficial do Air Pro GMT Automatic, um relógio pensado para o viajante global. O modelo, inspirado na aviação, possui movimento automático Sellita SW330-2 com reserva de marcha de 56 horas, estrutura em aço inoxidável 316L e resistência à água de até 200 metros.
O grande diferencial é o sistema GMT triplo, que permite acompanhar até três fusos horários ao mesmo tempo — algo incomum até mesmo entre relógios de luxo.
O design segue o equilíbrio entre engenharia suíça e versatilidade moderna. O Air Pro conta com duas coroas independentes, mostrador tridimensional com tecnologia Super-LumiNova®, e um sistema de troca rápida de pulseiras, sem necessidade de ferramentas.
A pulseira de borracha oferece conforto em longas viagens, enquanto a versão metálica combina com o ambiente corporativo.
“É um relógio feito para quem cruza fronteiras todos os dias, seja a trabalho ou por estilo de vida”, descreveu Kieliger, diante de uma plateia de empresários e colecionadores que lotavam o salão do Hilton.
Com garantia internacional de cinco anos, o novo modelo reafirmou o compromisso da Victorinox com a durabilidade e a precisão. A empresa, fundada em 1884, segue fiel ao lema que a tornou referência: combinar tradição, inovação e funcionalidade.
Para o executivo, mais do que um produto, o Air Pro é a continuidade de uma filosofia. Uma marca que começou com um canivete e hoje traduz o “espírito suíço da preparação” em cada detalhe — das lâminas que atravessaram guerras aos relógios que acompanham executivos em três fusos horários.
Como resume Kieliger, com a calma de quem fala olhando décadas à frente: “A Victorinox é uma empresa feita para durar. O tempo nunca foi um problema para nós. É o nosso território.”
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