A Amazon Web Services (AWS) informou que todos os seus serviços voltaram a operar normalmente na noite desta segunda-feira (20), após uma interrupção generalizada derrubar dezenas de sites e sistemas em todo o mundo.
Segundo a empresa, a falha começou por volta das 3h11 (horário da Costa Leste dos EUA), afetando a principal região de hospedagem da AWS, US-East-1, localizada no norte da Virgínia. O problema foi identificado como uma falha no DNS — sistema que traduz endereços de sites — ligada ao banco de dados DynamoDB, que sustenta diversas aplicações da Amazon e de terceiros.
Mais de 70 serviços próprios da AWS foram atingidos. No início da manhã, a empresa informou que o problema havia sido “totalmente mitigado”, mas usuários continuaram relatando instabilidades até o meio da tarde. Às 18h53 (horário de Brasília), a Amazon confirmou que “todos os serviços da AWS retornaram às operações normais”, embora ainda houvesse atrasos no processamento de mensagens em alguns sistemas.
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O apagão afetou grandes sites e aplicativos, entre eles Disney+, Lyft, McDonald’s, The New York Times, Reddit, Robinhood, Snapchat, United Airlines, T-Mobile, Venmo, Canva, Fortnite, Coinbase e Ring. Plataformas do governo britânico e do sistema tributário do Reino Unido também sofreram instabilidades.
Empresas como a Lloyds Banking Group relataram interrupções em seus serviços bancários, enquanto funcionários de armazéns e entregadores da própria Amazon foram orientados a interromper o trabalho temporariamente, já que ferramentas internas, como o Anytime Pay, ficaram fora do ar.
A pane, segundo especialistas, não foi causada por um ataque cibernético, mas por uma falha técnica em um dos principais data centers da empresa. “Esses problemas podem ocorrer quando sistemas ficam sobrecarregados ou uma parte essencial da rede falha. Como tantos sites dependem da AWS, o impacto se espalha rapidamente”, explicou Rob Jardin, diretor de tecnologia da NymVPN.
O professor Mike Chapple, da Universidade de Notre Dame e ex-cientista da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), observou que o episódio expôs novamente a dependência global de poucos provedores de nuvem.
“O DynamoDB é um dos registros vitais da internet moderna. Parece que os dados estão seguros, mas algo deu errado nos sistemas que informam onde esses dados podem ser encontrados”, disse.
“Quando um grande provedor de nuvem espirra, a internet inteira pega um resfriado.”
A AWS, que responde por cerca de um terço do mercado global de infraestrutura em nuvem, é líder mundial à frente de Microsoft e Google, segundo a Synergy Research Group. Em incidentes anteriores, panes semelhantes já haviam paralisado parte da internet: em 2023, por algumas horas, e em 2021, de forma mais severa, afetando inclusive operações logísticas da própria Amazon.
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