Tesla divulga balanço do terceiro trimestre com recorde global de entregas e receita de US$ 28,1 bilhões

A Tesla apresentou resultados sólidos no terceiro trimestre de 2025, registrando recorde global de entregas de veículos e forte desempenho no segmento de energia, com expansão em todas as regiões e volumes inéditos de implantação de sistemas de armazenamento.

O resultado impulsionou a receita total para US$ 28,1 bilhões (cerca de R$ 151,93 bilhões, na cotação atual), alta de 12% em relação ao mesmo período de 2024.

Desempenho financeiro

O avanço da receita foi impulsionado pelo aumento nas entregas de veículos, pelo crescimento em Geração e Armazenamento de Energia, e pela expansão em Serviços e Outros. Entre os fatores que impactaram negativamente o resultado estão a redução da receita com créditos regulatórios e o menor reconhecimento pontual de receita FSD devido a lançamentos relacionados ao Cybertruck e a novas funcionalidades.

O lucro operacional totalizou US$ 1,6 bilhão (R$ 8,65 bilhões), queda de 40% na comparação anual, resultando em margem operacional de 5,8%. A retração foi atribuída ao aumento das despesas operacionais com P&D e IA, à elevação dos custos de reestruturação e ao custo médio mais alto por veículo, reflexo de tarifas maiores e menor diluição de custos fixos em alguns modelos.

No encerramento do trimestre, o caixa, equivalentes e investimentos somavam US$ 41,6 bilhões (R$ 224,93 bilhões), um aumento sequencial de US$ 4,9 bilhões (R$ 26,49 bilhões), impulsionado pelo maior fluxo de caixa livre.

Operações e entregas

A produção e as entregas dos Model 3 e Model Y mantiveram estabilidade, com 497.099 unidades entregues, alta de 7% em relação ao mesmo trimestre de 2024.

No segmento de energia, as implantações de armazenamento e a expansão da rede de Superchargers cresceram 18% ano a ano.

Lançamentos e expansão global

Nos Estados Unidos, a montadora lançou os Model 3 e Model Y Standard, ambos com mais de 480 km de autonomia e preços a partir de US$ 36.990 e US$ 39.990, respectivamente. Também foram apresentados o Model Y Performance, com aceleração de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos, e opções de leasing para veículos seminovos certificados.

Na Ásia-Pacífico, o destaque foi o lançamento do Model YL na China, com entre-eixos alongado e seis lugares. A Tesla registrou recordes de entrega na Coreia do Sul, Taiwan, Japão e Singapura, e iniciou entregas do Model Y na Índia. A Coreia do Sul passou a ser o terceiro maior mercado global da marca, atrás apenas de EUA e China.

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Na Europa, o Model Y consolidou-se como o veículo mais vendido na Noruega, Suíça e Islândia em 2025, além de liderar vendas em outros países durante o trimestre. A Gigafactory Berlim atingiu a marca de 100 mil unidades do novo Model Y e iniciou a produção da versão Performance.

Avanços em tecnologia e IA

A Tesla iniciou em outubro a distribuição da versão 14 do FSD (Supervisionado), com melhorias em cenários complexos e expansão dos serviços Robotaxi em Austin e na Bay Area. A empresa anunciou também um acordo com a Samsung para produção de semicondutores avançados de IA nos Estados Unidos, ampliando a capacidade de treinamento de IA para o equivalente a 81 mil chips H100.

No software veicular, a montadora passou a oferecer o modo de baixo consumo, o Light Sync (sincronização de luzes com música) e o assistente de IA Grok para veículos na América do Norte. O aplicativo Robotaxi foi disponibilizado para usuários de iOS nos EUA e Canadá.

Os modelos Model 3 e Model Y Standard receberam novo pacote de bateria e trem de força, voltados à eficiência energética e de custo, com autonomia de 516 km.

A empresa avançou na localização da cadeia de suprimentos de baterias e trens de força nos EUA e na Europa. A refinaria de lítio no Texas deve iniciar operação no 4º trimestre de 2025, e as linhas de produção LFP em Nevada estão previstas para o 1º trimestre de 2026.

Energia e serviços

O segmento de Geração e Armazenamento de Energia atingiu recorde histórico, impulsionado pela expansão da Megafactory Xangai e pelo aumento das instalações de Powerwall. O lucro bruto do setor chegou a US$ 1,1 bilhão (R$ 5,95 bilhões).

A empresa apresentou o Megablock, sistema industrial de armazenamento com quatro unidades Megapack 3 integradas, que deve começar a ser produzido em Houston em 2026, com capacidade anual de 50 GWh.

Também foi lançado um novo modelo de locação solar + Powerwall nos EUA, oferecendo custos de energia previsíveis, mensalidade reduzida e opção de compra após cinco anos.

No segmento de serviços e infraestrutura, a Tesla adicionou 3.500 novas vagas de Supercharger no trimestre, elevando a rede em 18%. Os novos Superchargers v4 oferecem até 500 kW para carros de passeio e 1.200 kW para o Tesla Semi, triplicando a densidade de potência dos modelos anteriores.

Perspectivas

A companhia alertou que as mudanças nas políticas de comércio e fiscais globais podem afetar suas cadeias de suprimento e custos, mas destacou possuir liquidez suficiente para sustentar o portfólio de produtos, planos de expansão e novas iniciativas.

A Tesla projeta que, ao longo do tempo, os lucros com hardware sejam acompanhados por maior rentabilidade em IA, software e serviços de frota conectada.
A estratégia inclui o crescimento em volume de vendas com foco em custo e eficiência, priorizando a otimização da capacidade produtiva existente antes da construção de novas fábricas.

Os projetos Cybercab, Tesla Semi e Megapack 3 seguem programados para produção em larga escala a partir de 2026, enquanto as primeiras linhas do robô humanoide Optimus já estão em instalação.

A Tesla realizará sua teleconferência de resultados do terceiro trimestre de 2025 no dia 22 de outubro, às 18h30 (horário de Brasília), com replay disponível por cerca de um ano.

Entre as definições apresentadas, a companhia destacou que “entregas de veículos” referem-se apenas a unidades transferidas a clientes finais com documentação completa; e “fluxo de caixa livre” corresponde ao caixa operacional menos os investimentos em capital.

A Tesla também reiterou que projeções futuras envolvem riscos e incertezas, e que fatores como atrasos em lançamentos, mudanças regulatórias e condições macroeconômicas podem impactar os resultados.

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Felipe Pjevac

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