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IBGE: Diversidade indígena cresce, mas desigualdades sociais seguem marcantes

Publicado 24/10/2025 • 13:59 | Atualizado há 6 horas

KEY POINTS

  • Censo 2022 mostra aumento para 391 etnias e 295 línguas indígenas no Brasil, refletindo maior autoafirmação e diversidade cultural.
  • População indígena brasileira chega a 1,69 milhão de pessoas, com expansão nas cidades e fortalecimento de identidades duplas.
  • Apesar do avanço na identificação, persistem desigualdades em alfabetização, saneamento e registro civil entre povos indígenas.

O Censo Demográfico 2022 identificou 391 etnias indígenas residentes no Brasil, um aumento de 28% em relação a 2010, quando foram registradas 305. O levantamento do IBGE também mostrou a existência de 295 línguas indígenas faladas por pessoas de dois anos ou mais, número superior às 274 identificadas no último recenseamento.

As três etnias mais populosas do país são Tikúna (74.061 pessoas), Kokama (64.327) e Makuxí (53.446). Entre os grupos com mais de 10 mil integrantes, o maior percentual de pessoas vivendo em Terras Indígenas pertence aos Yanomami/Yanomán (94,34%), seguidos dos Guajajara (80,28%) e dos Xavante (79,5%).

Segundo o IBGE, São Paulo é o estado com maior diversidade étnica, com 271 etnias, seguido por Amazonas (259) e Bahia (233). Entre os municípios, São Paulo (194 etnias), Manaus (186) e Rio de Janeiro (176) lideram o ranking.

O país tem 1,69 milhão de pessoas que se autodeclaram indígenas, o dobro do número registrado em 2010 (896,9 mil). Desse total, 74,51% informaram sua etnia ao Censo. O crescimento expressivo é atribuído a fatores como autoafirmação étnica, migrações internas e melhorias na coleta de dados.

Marta Antunes, gerente de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE, explica que o aumento reflete uma nova fase de valorização identitária. “Depois de anos de ocultação para lidar com o racismo, principalmente no contexto urbano, se reúnem condições favoráveis para a declaração do pertencimento étnico”, afirma.

O Censo também captou, pela primeira vez, a dupla declaração de etnia, prática mais comum entre jovens de até 29 anos que vivem em Terras Indígenas. Em 2022, 1,43% da população indígena declarou pertencer a duas etnias.

O levantamento mostrou forte crescimento da população indígena fora de Terras Indígenas, especialmente nas áreas urbanas. O número passou de 324,8 mil pessoas em 2010 para 844,7 mil em 2022. Fora das capitais, Campinas (SP), Santarém (PA) e Iranduba (AM) figuram entre as cidades com maior diversidade de etnias. De acordo com o IBGE, fatores como mobilidade estudantil, políticas de inclusão e a presença de universidades impulsionaram o aumento da diversidade nas cidades médias.

O Censo revelou 433,9 mil falantes de línguas indígenas entre pessoas de cinco anos ou mais, número absoluto maior que o de 2010 (293,8 mil). No entanto, o percentual caiu de 37,35% para 28,51%. A língua Tikúna é a mais falada, com 51.978 pessoas, seguida de Guarani Kaiowá (38.658) e Guajajara (29.212).

O avanço do português nas Terras Indígenas reflete mudanças sociais e educacionais. “A ausência de políticas de ensino bilíngue e o avanço da urbanização sobre os territórios contribuem para a redução do uso das línguas nativas”, explica Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE. Apesar disso, o instituto identificou forte presença de multilinguismo em regiões como o Alto Rio Negro, o Norte do Pará e o Parque do Xingu, onde muitas pessoas declaram falar até três línguas indígenas.

Das 1,19 milhão de pessoas indígenas com 15 anos ou mais, cerca de 308 mil falam alguma língua indígena, sendo 78,55% alfabetizadas — abaixo da média geral dos indígenas (84,95%). Entre os que falam apenas português, a taxa de alfabetização é de 87,21%.

O Censo também mostrou graves déficits em saneamento básico. Entre os Tikúna, 74% vivem em domicílios sem acesso à água encanada e 92% sem rede de esgoto. Percentuais semelhantes foram observados entre Guarani-Kaiowá, Kokama e Guajajara.

Outro dado crítico é o registro civil de crianças indígenas. O levantamento aponta que 5,42% das crianças de até cinco anos não possuem registro de nascimento — taxa quase dez vezes superior à da média nacional (0,51%). Entre os Yanomami/Yanomán, 65% das crianças dessa faixa etária não têm registro.

O IBGE considera os dados do Censo 2022 um marco na compreensão da diversidade cultural e linguística do país. “O Brasil se destaca na América Latina pela pluralidade de povos e línguas. O Censo ajuda a dar visibilidade a essa complexidade”, diz Marta Antunes.

Os resultados completos podem ser consultados no portal do IBGE e nas plataformas SIDRA, Panorama do Censo e PGI, que disponibilizam mapas interativos com informações sobre etnias e línguas em todo o território nacional.

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