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Tarifas do Trump

Primeiros efeitos do encontro de Trump com Xi: EUA reduzem tarifa sobre fentanil da China e Pequim adia restrições a terras raras

Publicado 30/10/2025 • 06:40 | Atualizado há 11 horas

KEY POINTS

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ter chegado a um acordo de um ano com a China sobre o fornecimento de terras raras.
  • Trump também reduziu pela metade as tarifas relacionadas ao fentanil aplicadas a Pequim, diminuindo a taxa total sobre os produtos chineses para 47%.
  • O líder americano disse que viajará à China em abril, e que, em seguida, o presidente Xi Jinping fará uma visita aos Estados Unidos.
  • O Ministério do Comércio da China informou que os EUA adiarão a implementação das medidas que incluíam subsidiárias de empresas chinesas, com participação majoritária, na lista de entidades restritas norte-americana.

Times Brasil | CNBC/Imagem gerada por IA

A reunião entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, realizada na Coreia do Sul., nesta quinta-feira, já deu seus primeiros resultados. Os dois países decidiram adiar por um ano tarifas e controles de exportação de parte a parte. Pequim suspendeu o início do controle de exportações de terras raras, enquanto Washington reduziu tarifas relacionadas ao fentanil.

As restrições chinesas às exportações, anunciadas em 9 de outubro, serão adiadas por um ano. Da mesma forma, os Estados Unidos postergarão a implementação das medidas anunciadas em 29 de setembro, que incluíam a inclusão de subsidiárias de empresas chinesas na lista de entidades restritas dos EUA, informou o Ministério do Comércio da China.

Trump disse a jornalistas a bordo do Air Force One, ao deixar a Coreia do Sul, que a reunião com Xi foi “incrível” e que “muitas decisões foram tomadas”. “A questão das terras raras foi resolvida”, afirmou, explicando que o acordo terá duração de um ano e será renegociado anualmente.

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No entanto, as restrições chinesas às terras raras, anunciadas no início de abril, continuam em vigor.

“A influência da China no processamento de terras raras e minerais críticos continuará aparecendo de forma pontual, o que limita qualquer escalada nas tensões bilaterais”, avaliou Louise Loo, chefe de economia da Ásia na Oxford Economics.

Empresas chinesas controlam a maior parte da cadeia global de suprimento de terras raras — insumos essenciais para a produção de semicondutores, mísseis e outros produtos estratégicos. Nos últimos dois anos, Pequim tem intensificado restrições às exportações desses minerais, com foco em evitar seu uso militar por outros países.

Fentanil, soja e chips

As tarifas dos EUA sobre produtos chineses ligados ao fentanil foram reduzidas de 20% para 10%, com efeito imediato, disse Trump, o que reduz a alíquota total sobre as exportações chinesas de 57% para 47%.

Em troca, Pequim prometeu “trabalhar muito para interromper o tráfico de fentanil” e retomar as compras de soja e outros produtos agrícolas norte-americanos.

O Ministério do Comércio da China afirmou que os dois países chegaram a um consenso para cooperar nas áreas de fentanil e comércio agrícola, e acrescentou que Pequim trabalhará com Washington para resolver questões relacionadas ao TikTok.

Os contratos futuros de soja na bolsa de Chicago caíram 1,6%, enquanto o índice chinês CSI Rare Earths Industry subiu mais de 2%, segundo dados da LSEG.

As tarifas recíprocas sobre navios fabricados na China e nos EUA que atracam em portos de ambos os países também serão adiadas por um ano, de acordo com o ministério chinês.

Sobre a venda de chips da Nvidia para a China, Trump afirmou que as duas partes discutiram “muitos chips”, mas não os mais avançados da linha Blackwell.

“Eles vão conversar com a Nvidia e outras empresas sobre a compra de chips”, afirmou o presidente.

Trump disse ainda que Taiwan não fez parte das discussões.

A decisão dos EUA de reduzir as tarifas sobre o fentanil para 10% aborda “uma queixa central da China”, segundo Han Shen Lin, diretor da The Asia Group, acrescentando que isso mostra que “os esforços de Pequim para conter as exportações de precursores de fentanil, há muito ignorados por Washington, finalmente estão sendo reconhecidos”.

Trump afirmou que planeja visitar a China em abril, e que Xi deverá viajar aos EUA em seguida, embora não tenha especificado uma data.

Os resultados da reunião, até agora anunciados por Trump, estão “acima das expectativas”, em parte graças à diplomacia pessoal dos dois líderes, “forte o suficiente não apenas para conter a escalada, mas para entregar resultados antes considerados improváveis”, disse Alfredo Montufar-Helu, diretor-geral da Ankura Consulting’s GreenPoint Business.

Ainda assim, fricções devem permanecer, já que várias questões centrais da rivalidade entre EUA e China seguem sem solução, acrescentou.

Foi a primeira vez em seis anos que Trump e Xi se encontraram, em uma cúpula que durou uma hora e quarenta minutos.

Em comunicado divulgado pela agência estatal Xinhua após o encontro, Xi defendeu “diálogo em vez de confronto” e pediu que ambos os lados mantenham comunicação regular em nível técnico, segundo tradução da CNBC.

Os dois países concordaram em fortalecer a cooperação em comércio, energia e questões econômicas, além de promover intercâmbios culturais e de pessoas, segundo o comunicado.

Embora a trégua comercial seja “uma boa notícia”, não há sinais de que questões estruturais mais profundas tenham sido abordadas — como o excesso de capacidade industrial da China e suas práticas de economia não orientada ao mercado —, afirmou Wendy Cutler, vice-presidente sênior do Asia Society Policy Institute.

Isso significa que a trégua é “frágil e as tensões certamente voltarão a esquentar”, completou Cutler.

“Parceiros e amigos”

Antes do encontro, os dois líderes adotaram um tom conciliador. Trump chamou Xi de “velho amigo” com quem tem “um relacionamento muito bom”, enquanto o líder chinês garantiu que as ambições de crescimento econômico da China não prejudicam a visão de Trump de “tornar a América grande novamente”.

As tensões entre as duas maiores economias do mundo se intensificaram neste ano. A escalada mais recente ocorreu neste mês, com restrições chinesas às exportações e ameaças dos EUA de proibir exportações de softwares para a China.

Nos dias que antecederam a reunião, Washington detalhou os acordos que esperava alcançar com Pequim — incluindo o controle do fluxo de fentanil para os EUA e a venda do TikTok pela ByteDance, sua controladora chinesa. Tarifas, tecnologia e terras raras também estavam na pauta.

Embora tenha adotado uma postura mais cautelosa, Pequim sinalizou possível reaproximação ao comprar seu primeiro carregamento de soja dos EUA em vários meses, segundo a Reuters.

Durante o encontro em Busan, Xi cumprimentou Trump com um aperto de mãos e afirmou que China e EUA devem ser “amigos e parceiros”.

Sentado à frente de Trump, Xi disse que era “um grande prazer” encontrar o presidente americano pela sexta vez e destacou que é “normal” que duas potências econômicas tenham “atritos de tempos em tempos”.

“O desenvolvimento da China anda de mãos dadas com sua visão de tornar a América grande novamente”, declarou Xi, segundo comunicado do Ministério das Relações Exteriores chinês.

Esse tom conciliador marcou uma mudança em relação à reunião de Xi com o ex-presidente Joe Biden, no fim do ano passado, quando o discurso destacou a “competição inevitável” entre os dois países, observou Yue Su, economista-chefe da Economist Intelligence Unit.

Embora o acordo ainda careça de “base estrutural sólida” e possa ser revertido com facilidade, ambas as partes devem mantê-lo no curto prazo para demonstrar boa vontade, completou Su.

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