Mark Burnett, produtor que alavancou a carreira televisiva de Donald Trump com o reality show “O Aprendiz”, foi indicado pelo presidente eleito como enviado especial ao Reino Unido em sua próxima administração.
“Com uma carreira distinta na produção televisiva e nos negócios, Mark traz uma combinação única de sensibilidade diplomática e reconhecimento internacional para esta importante função”, declarou Trump no último sábado (21).
Nascido em Londres, Burnett é conhecido por sucessos como “Survivor” e “The Voice”, mas sua parceria com Trump no programa “O Aprendiz”, exibido pela primeira vez em 2004, é seu trabalho mais emblemático. O reality show reforçou a imagem pública de Trump como empresário de sucesso, mesmo após ele romper os laços com a NBC em 2015, ano em que anunciou sua candidatura à presidência.
Trump nomeou outras ex-estrelas da TV para governo
A escolha de Burnett reflete a tendência de Trump em nomear pessoas com histórico de destaque na televisão ou na política para sua equipe de governo. Entre os exemplos estão Pete Hegseth, ex-apresentador do programa “Fox & Friends Weekend”, indicado para a Secretaria de Defesa, e Mehmet Oz, ex-médico de TV e candidato ao Senado, que também integra o grupo de aliados.
No entanto, a trajetória televisiva de Trump não foi isenta de controvérsias. Durante sua primeira campanha presidencial, surgiram acusações de má conduta durante as gravações de “O Aprendiz”, incluindo comentários polêmicos em que ele afirmava poder assediar mulheres por ser uma “estrela”.
A televisão permanece uma peça central na narrativa de ascensão de Trump à política. O reality show apresentou a Trump Tower como símbolo de poder e sucesso, cenário onde o presidente lançou sua primeira campanha presidencial.
“Mark é conhecido por criar e produzir alguns dos maiores sucessos da história da TV”, elogiou Trump, destacando os 13 prêmios Emmy conquistados por Burnett.
No mesmo sábado, o presidente eleito anunciou o magnata dos cassinos Tilman Fertitta como seu indicado ao posto de embaixador dos Estados Unidos na Itália.
Embora o cargo de enviado especial seja geralmente destinado a regiões de instabilidade, como o Oriente Médio, Trump inovou ao nomear Burnett para o Reino Unido, aliado histórico dos EUA. O presidente afirmou que Burnett será responsável por estreitar relações diplomáticas, com foco em áreas como comércio, investimentos e intercâmbios culturais.
Essa indicação vem acompanhada de outras recentes, como Richard Grenell, ex-embaixador na Alemanha, escolhido para missões especiais, e Adam Boehler, indicado para questões de reféns. Essas movimentações demonstram uma estratégia de Trump em priorizar aliados leais em papéis diplomáticos antes de sua posse em 20 de janeiro.
