O líder democrata do Senado, Chuck Schumer, ofereceu nesta sexta-feira (7) um novo plano aos republicanos que permitiria a reabertura do governo dos EUA, após uma paralisação iniciada em 1º de outubro.
Mas os republicanos rejeitaram rapidamente a proposta de Schumer.
Esse acordo depende da proteção dos subsídios ampliados da Lei de Acesso à Saúde (Affordable Care Act – ACA) por pelo menos um ano, em troca da desistência dos democratas da exigência de que uma extensão de longo prazo dos créditos fiscais da ACA seja incluída em um projeto de lei de financiamento governamental provisório.
“Considero as exigências do senador Schumer ridículas e equivalentes a uma chantagem política para perpetuar políticas ruins”, disse o senador Lindsey Graham, republicano da Carolina do Sul, em uma publicação no X.
“Não devemos ser obrigados a continuar inundando as seguradoras de saúde com dinheiro dos contribuintes sob o Obamacare como preço para reabrir o governo”, disse Graham.
“Meu voto contrário será uma rejeição inequívoca à péssima ideia do senador Schumer”.
A proposta de Schumer apela aos Democratas para aprovar uma chamada ‘resolução limpa’ que proporcionaria financiamento a curto prazo para operações governamentais.
Em troca, disse Schumer, os republicanos concordariam com uma extensão de um ano dos créditos fiscais aprimorados existentes que são usados para reduzir o custo do seguro saúde adquirido nos mercados do ACA.
A outra parte do acordo apela à criação de um comitê bipartidário para continuar as negociações sobre reformas de longo prazo para abordar a questão da acessibilidade dos cuidados de saúde.
A oferta surge num momento em que milhões de americanos que compram planos de seguro saúde do Obamacare estão se deparando com prêmios muito mais altos para a cobertura de 2026, porque os preços desses planos não incluem os créditos fiscais aprimorados da ACA.
Esses subsídios reforçados, utilizados por mais de 20 milhões de americanos, devem expirar no final de dezembro, caso o Congresso não os prorrogue.
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A proposta de Schumer abandona a antiga exigência dos democratas de que a resolução de financiamento aborde os subsídios da ACA.
A posição dos democratas sobre os créditos da ACA impediu que um projeto de lei da Câmara, de maioria republicana, que não estende os créditos atingisse os 60 votos necessários para ser aprovado no Senado.
Os republicanos insistem que a questão do destino dos créditos do ACA seja decidida após a aprovação de um projeto de lei de financiamento “sem alterações”.
O Partido Republicano detém 53 cadeiras no Senado. Há 45 senadores democratas e dois independentes que votam com eles.
“Os democratas disseram que devemos enfrentar a crise dos cuidados de saúde, mas os republicanos repetiram que não negociarão para reduzir os custos dos cuidados de saúde até que o governo reabra”, disse Schumer no plenário do Senado na tarde de sexta-feira (7). “Então, vamos encontrar um caminho para honrar ambas as posições”, disse ele.
“Portanto, gostaríamos de oferecer uma proposta simples que reabriria o governo e estenderia os créditos fiscais premium da ACA simultaneamente… e então teríamos a oportunidade de começar a negociar soluções de longo prazo para os custos dos cuidados de saúde”, disse Schumer.
“Esta proposta reabre o governo e garante que as famílias trabalhadoras que estão buscando planos de saúde neste momento tenham segurança e alívio financeiro durante o período de inscrição aberta”, disse ele.
Schumer acrescentou que as seguradoras podem “atualizar suas taxas depois que aprovarmos uma simples prorrogação dos créditos tributários”.
Possível resposta dos Republicanos
O líder da maioria no Senado, John Thune, republicano da Dakota do Sul, desdenhou da oferta de Schumer, que chamou de “inviável”.
“Eles sabem que sua última proposta era leviana e irrealista… então acho que podemos caracterizar isso como um progresso”, disse Thune a repórteres. “Mas simplesmente não acho que chegue nem perto do que precisamos fazer aqui”.
Uma pessoa familiarizada com a posição republicana disse à CNBC que a oferta de Schumer provavelmente será rejeitada.
Um funcionário da Casa Branca disse à CNBC: “Os democratas estão deixando claro que estão mantendo o povo americano como refém de outros gastos. Esta é uma enorme descida da sua posição inicial e mostra que estão sob enorme pressão interna”.
O escritório disse que o líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, “indicou que nunca aceitaria algo assim, então é uma ruptura acentuada com os democratas da Câmara”.
“Em última análise, os democratas deveriam reabrir o governo hoje e o governo se reunirá com eles sobre o crédito fiscal e trabalhará com eles nisso”, disse o funcionário.
Diversas pesquisas mostraram que mais americanos culpam Trump e os republicanos do que os democratas pela paralisação do governo.
Três dias antes de Schumer apresentar sua nova proposta, os candidatos democratas venceram importantes eleições na cidade de Nova York, Nova Jersey e Virgínia.
O presidente Donald Trump admitiu na quarta-feira que a derrota eleitoral foi ruim para os republicanos.
Trump afirmou que a paralisação do governo foi vista como “um fator importante e negativo para os republicanos”.
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