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Palavrões, demissões e polêmica no Nubank expõem abismo crescente entre bilionários e funcionários
Publicado 11/11/2025 • 10:02 | Atualizado há 1 hora
Publicado 11/11/2025 • 10:02 | Atualizado há 1 hora
O encontro, realizado na última sexta-feira (7), por via Zoom, contou com a presença de cerca de 7 mil dos 9,5 mil empregados da fintech. Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O encontro, realizado na última sexta-feira (7), por via Zoom, contou com a presença de cerca de 7 mil dos 9,5 mil empregados da fintech. Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O que deveria ser apenas uma reunião corporativa para anunciar mudanças no regime de trabalho do Nubank terminou em um dos episódios mais conturbados da história recente da fintech.
Durante o encontro virtual, que reuniu milhares de colaboradores, o anúncio do fim do modelo 100% remoto provocou uma onda de insatisfação, e acabou na demissão de 12 funcionários, acusados de comportamento inadequado ao protestar contra a decisão.
O encontro, realizado na última sexta-feira (7), via Zoom, contou com a presença de cerca de 7 mil dos 9,5 mil empregados da fintech, e terminou com discussões, troca de palavrões e funcionários demitidos.
A decisão ocorreu um dia após o evento, quando o Comitê de Conduta da empresa analisou as mensagens trocadas no chat e concluiu que houve violação de regras internas. Os desligamentos foram por justa causa, e outros colaboradores receberam advertências formais.
Segundo comunicado interno divulgado pelo Slack, o diretor de risco do Nubank, Henrique Fragelli, afirmou que as atitudes violaram o padrão de comportamento esperado em canais corporativos.
Leia mais: Bancos promovem mutirão para negociar dívidas bancárias em atraso.
Em comunicado enviado ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o Nubank informou que “trabalha para preservar canais e rituais abertos para o livre debate entre seus funcionários, mas não tolera desrespeito e violações de conduta.” E ressaltou que não irá comentar casos individuais de desligamento.
Sindicato dos Bancários reage
O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região pediu explicações ao Nubank e marcou uma reunião virtual com os funcionários para a próxima quarta-feira (12). A entidade quer esclarecer os critérios das demissões e discutir os impactos do novo regime híbrido.
“Deveríamos ser chamados com maior antecedência para participar dessas discussões e ouvir a opinião dos trabalhadores”, afirmou a presidenta do Sindicato, Neiva Ribeiro. Ela também destacou que o grupo pretende acompanhar de perto as mudanças e garantir que os direitos dos funcionários sejam respeitados.
O Nubank informou que a decisão faz parte de um plano de expansão internacional. Além das unidades em São Paulo, Cidade do México e Bogotá, a empresa pretende abrir novos escritórios em Campinas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Washington, Miami e Palo Alto.
Atualmente, o banco digital possui mais de 9,5 mil colaboradores e valor de mercado estimado em US$ 76,97 bilhões (cerca de R$ 413,2 bilhões). Com essa marca, ultrapassou a Petrobras e se tornou a companhia mais valiosa do país, segundo o site Companies Market Cap.
A decisão de encerrar o trabalho remoto contrasta com o discurso que o Nubank manteve desde a pandemia. O modelo 100% digital, conhecido como “Nu way of working”, era usado como atrativo para contratar profissionais e foi amplamente divulgado pelos fundadores, entre eles o bilionário David Vélez.
A polêmica do Nubank ocorre em um momento em que a distância entre executivos e funcionários volta ao centro do debate global. O fundador e CEO da fintech, David Vélez, é bilionário, e aparece constantemente nas listas de maiores fortunas da América Latina.
Enquanto isso, boa parte de seus empregados, especialmente fora da sede paulistana, lida com o aumento do custo de vida e a perda de benefícios do trabalho remoto.
A disparidade não é exclusividade brasileira. No Vale do Silício, o tema voltou à tona após Elon Musk, dono da Tesla e da X (antigo Twitter), aprovar para si mesmo um dos pacotes salariais mais altos da história corporativa moderna, que pode chegar até US$ 1 trilhão. Paralelamente, funcionários de gigantes de tecnologia convivem com cortes de pessoal, congelamento de contratações e maior pressão por produtividade.
O contraste com a reestruturação do banco reacendeu discussões sobre condições de trabalho e valorização de funcionários em grandes companhias de tecnologia, já que, em meio à crise, o CEO do Nubank deve continuar administrando a empresa entre o Brasil e Miami, enquanto parte dos funcionários teme enfrentar longas jornadas de deslocamento até os escritórios.
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