Banco Master: quem é Augusto Lima, principal sócio de Vorcaro, que também foi preso?

A ofensiva feita pela Polícia Federal na noite de segunda-feira (18) prendeu não apenas Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, mas também seu principal aliado nos negócios: Augusto Lima, empresário baiano que estruturou um dos produtos mais lucrativos da instituição.

Ambos foram detidos na Operação Compliance Zero, investigação que apura a criação e comercialização de títulos de crédito sem lastro no sistema financeiro.

A prisão de Augusto se deu pela criação de instrumentos financeiros que eram utilizados de forma fraudulenta. Embora aparentassem legalidade, as promessas de geração de liquidez, garantias simuladas e outras operações escondiam mecanismos de captação ilícita, bem como a circulação de ativos inexistentes.

Quem é Augusto Lima, principal sócio de Vorcaro?

Lima se tornou uma figura ainda mais conhecida no setor financeiro após a criação do CredCesta, cartão consignado voltado a servidores públicos e trabalhadores de empresas conveniadas. O produto se tornou um dos pilares do portfólio do Banco Master e ajudou a impulsionar a expansão da instituição nos últimos anos.

Em 2024, conforme o blog do Banco Master, Augusto Lima ajudou a ampliar vias de crédito da instituição. Na ocasião, foram inclusas opções como cartão de crédito consignado, crédito via FGTS, empréstimo com desconto para contas de luz, além de outras formas de capitalização e seguros para a segurança dos clientes.

Além de sócio, Lima era CEO do Banco Master e foi responsável pelo aumento de 70% do volume de clientes entre 2023 e 2024, chegando a 5 milhões de clientes ativos no período.

Por isso, para a PF, os executivos do Banco Master são figuras centrais em toda a estrutura do esquema de fraude.

O que é a Operação Compliance Zero?

Em investigação desde 2024, o Banco Master era suspeito por fraudes em sua gestão, organização criminosa e gestão temerária. A ação faz parte da Operação Compliance Zero, que deve realizar novas prisões, buscas e apreensões no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Distrito Federal.

Segundo o Times Brasil, a operação deve cumprir 7 mandados de prisão e 25 de busca e apreensão ao longo do país. Isso porque o objetivo é interromper a emissão de títulos de crédito falsos por instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional.

Segundo a PF, instituições financeiras teriam criado carteiras de crédito inexistentes, vendidas a outro banco e posteriormente substituídas por novos ativos sem avaliação técnica adequada após fiscalização do Banco Central.

As investigações, iniciadas em 2024 a pedido do Ministério Público Federal, apontam para possíveis crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa. Medidas cautelares adicionais também foram autorizadas pela Justiça. O avanço do caso aumenta a pressão sobre o Banco Master, que já enfrenta dificuldades financeiras e está em processo de venda.

Daniel Vorcaro e Augusto Lima, ambos presos nas primeiras horas desta terça-feira (18), devem passar por um interrogatório ainda hoje, para então serem encaminhados para audiência de custódia. Medidas cautelares foram impostas pela Justiça Federal após análise de relatórios da operação Compliance Zero.

Gabrielly Bento

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