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Carlo Pereira: Belém não foi grande acordo, mas uma mudança de fase no regime climático
Publicado 26/11/2025 • 20:59 | Atualizado há 18 minutos
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Publicado 26/11/2025 • 20:59 | Atualizado há 18 minutos
KEY POINTS
A COP30 não entregou um grande acordo internacional, mas desencadeou uma virada institucional que pode redefinir os rumos da política climática nos próximos anos. A avaliação é do comentarista da Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC Carlo Pereira. Ele considera o encontro brasileiro um marco na reorganização da governança climática global, mesmo sem avanços formais em temas sensíveis como combustíveis fósseis e desmatamento.
“Belém não foi um grande acordo, mas uma mudança de fase no regime climático”, afirma Carlo, que destaca o papel da diplomacia brasileira. Segundo ele, o encontro conseguiu produzir resultados políticos relevantes, apesar de um contexto geopolítico muito mais turbulento que o de 2015, quando o Acordo de Paris foi firmado.
A principal entrega esperada da conferência eram as novas NDCs — as metas de redução de emissões apresentadas voluntariamente por cada país. No total, 122 países levaram compromissos atualizados, mas abaixo da ambição necessária.
“O que foi entregue está entre 2,5°C e 3°C, o que é bastante complicado”, pondera Carlo. Ele lembra que o objetivo original do Acordo de Paris é limitar o aquecimento a 1,5 °C.
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A dificuldade em avançar decorre, segundo ele, da exigência de consenso entre 195 países, um mecanismo que tem se tornado cada vez mais inviável diante de tensões globais crescentes.
Sem espaço para acordos formais, a presidência brasileira da COP estruturou um modelo híbrido: manter negociações oficiais no processo tradicional e, paralelamente, costurar iniciativas políticas com grupos de países dispostos a avançar mais rápido.
Segundo Carlo, isso não é totalmente novo, mas Belém elevou esse mecanismo a outro patamar. “O Brasil tratou isso de maneira mais dourada”, resume.
Exemplo disso é a proposta de saída dos combustíveis fósseis. Embora o tema estivesse no centro das discussões, não houve consenso para incluí-lo no texto final.
Mesmo assim, “83 países apoiaram essa ideia”, o que levou à criação de uma agenda paralela: uma conferência específica sobre phase-out de combustíveis fósseis, marcada para abril de 2026, na Colômbia.
O mesmo arranjo político foi utilizado para a agenda de desmatamento.
Carlo também destacou a criação de dois mecanismos inéditos aprovados formalmente:
Carlo comenta ainda que mesmo países altamente dependentes de petróleo não negam a necessidade da transição energética. “Eu não conheço nenhum que não diga que é necessário fazer a transição energética”, diz.
A divergência está no ritmo e nos custos da transição. Por isso, o tema ganhou força no debate sobre “transição justa”, que coloca comunidades vulneráveis no centro das decisões.
“Você não pode simplesmente virar as costas para países ou estados subnacionais […] e dizer: mantenha esse petróleo onde ele está e não gere riqueza para o seu povo”, afirma.
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Ele lembra ainda que a COP30 foi marcada por críticas indiretas à União Europeia, especialmente ao imposto de fronteira de carbono.
Apesar das frustrações com o texto final, Carlo avalia que Belém “mudou o jogo” ao criar novas dinâmicas de cooperação e pressionar grandes emissores a assumir compromissos políticos, ainda que fora do documento oficial.
Para empresas e investidores, o recado é claro: o regime climático global está entrando em uma fase mais exigente, mais monitorada e com maior pressão pública sobre metas, desempenho e coerência das políticas nacionais.
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