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Grupo Refit: Entenda o esquema bilionário da máfia de combustíveis que usava offshores e fundos para ocultar patrimônio
Publicado 27/11/2025 • 09:47 | Atualizado há 4 horas
Publicado 27/11/2025 • 09:47 | Atualizado há 4 horas
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Etanol é um dos temas centrais das negociações; Gianetti propõe acordo de tarifas simétricas e retomada do projeto binacional iniciado em 2007.
As investigações atingem toda a cadeia de combustíveis, desde a importação até a venda ao consumidor final. O grupo, com núcleo no Rio de Janeiro, chamado Refit, atua em quase todo o território nacional e movimentou mais de R$ 70 bilhões em um ano por meio de operações financeiras complexas. Para ocultar lucros e proteger patrimônio, utilizava empresas próprias, fundos de investimento, offshores e estruturas internacionais de blindagem.
A organização mantém vínculos com empresas e pessoas ligadas à Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto de 2025, e está entre os maiores devedores contumazes do país, com dívidas superiores a R$ 26 bilhões. Decisões judiciais obtidas pela PGFN e pelo Cira/SP determinaram o bloqueio de mais de R$ 10,2 bilhões em bens para garantir o pagamento de tributos.
A Receita Federal deflagrou nesta quinta-feira (27) de novembro, a Operação Poço de Lobato, com o cumprimento de 126 mandados de busca e apreensão em cinco estados e no Distrito Federal.
A empresa já havia sido alvo da Operação Cadeia de Carbono, que reteve quatro navios com cerca de 180 milhões de litros de combustíveis. A ANP determinou a interdição da refinaria após identificar falsa descrição de importações e indícios de uso de aditivos químicos não autorizados.
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Importadoras associadas atuavam como interpostas, adquirindo combustíveis no exterior — nafta, hidrocarbonetos e diesel — com recursos de formuladoras e distribuidoras do grupo. Entre 2020 e 2025, os investigados importaram mais de R$ 32 bilhões em combustíveis. Também foram identificadas práticas recorrentes de sonegação nas etapas de formulação, distribuição e revenda.
Os recursos eram centralizados em empresas financeiras controladas pela organização. Uma grande operadora do setor atuava como sócia de outras instituições que prestavam serviços ao grupo, movimentando mais de R$ 72 bilhões entre o segundo semestre de 2024 e o primeiro de 2025. O esquema operava a partir de uma financeira “mãe”, que comandava diversas “filhas” e estruturava operações complexas envolvendo contas-bolsão, dificultando a identificação dos beneficiários finais.
Após o avanço da Carbono Oculto, o grupo remodelou sua estrutura financeira: operadores que antes movimentavam cerca de R$ 500 milhões passaram a operar valores superiores a R$ 72 bilhões a partir de 2024.
O dinheiro ilícito era reinvestido em negócios, imóveis e outros ativos por meio de fundos de investimento, conferindo aparência de legalidade. A Receita identificou 17 fundos associados ao grupo, com patrimônio líquido de R$ 8 bilhões, muitos deles fundos fechados com um único cotista para criar camadas de ocultação. As análises apontaram participação de entidades estrangeiras, coincidência de representantes legais e constituição de empresas em Delaware, jurisdição que permite anonimato e isenção tributária, favorecendo estratégias de blindagem patrimonial.
Uma das principais operações internacionais envolveu a aquisição de uma exportadora em Houston, de onde foram importados combustíveis avaliados em mais de R$ 12,5 bilhões entre 2020 e 2025. Ao menos 15 offshores nos EUA enviaram recursos para aquisição de participações e imóveis no Brasil, somando cerca de R$ 1 bilhão. Também foram detectados mais de R$ 1,2 bilhão enviados ao exterior via contratos de mútuo conversíveis em ações, que podem retornar ao país como novos investimentos, fechando o ciclo de lavagem e ocultação.
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