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Inflação do aluguel (IGP-M) avança em novembro, mas deflaciona em 12 meses

Publicado 27/11/2025 • 09:54 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • IGP-M sobe 0,27% em novembro e mantém variação negativa no acumulado de 12 meses, segundo FGV.
  • Alta do IGP-M no mês reflete pressão do IPA e avanço do IPC, mas índice segue negativo no ano.
  • Indicadores do IPA, IPC e INCC explicam movimento do IGP-M em novembro, aponta FGV IBRE.
IGP-M Inflação do aluguel avança em novembro, mas recua no acumulado de 12 meses

IGP-M Inflação do aluguel avança em novembro, mas recua no acumulado de 12 meses

IGP-M Inflação do aluguel avança em novembro, mas recua no acumulado de 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) avançou 0,27% em novembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo FGV IBRE. O resultado reverte a queda de 0,36% registrada em outubro e mantém o índice com deflação de 1,03% no ano e de 0,11% nos últimos 12 meses.

Em novembro de 2024, o índice havia subido 1,30% no mês, acumulando alta de 6,33% em 12 meses.

IGP-M – Fonte: FGV IBRE

O economista Matheus Dias destaca que, apesar da alta mensal, a taxa anual voltou ao terreno negativo, movimento que não ocorria desde maio de 2024. Segundo ele, o comportamento do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ao longo de 2025 explica boa parte da desaceleração do IGP-M, já que o produtor registrou meses seguidos de deflação em produtos industriais e agropecuários.

IPA sobe 0,27% com mudança de comportamento das commodities

O IPA, que responde por 60% da composição do IGP-M, subiu 0,27% em novembro, após queda de 0,59% no mês anterior.
O resultado foi influenciado pelos três estágios de produção:

  • Bens Finais: alta de 0,12% (menor que os 0,39% de outubro)
  • Bens Intermediários: alta de 0,46% (após queda de 0,35% em outubro)
  • Matérias-Primas Brutas: alta de 0,25% (ante queda de 1,41%)

Entre os produtos com maior influência positiva no IPA, destacam-se:

  • Bovinos: +3,85%
  • Carne bovina: +3,66%
  • Farelo de soja: +4,32%
  • Café em grão: +3,02%
  • Soja em grão: +1,72%

Entre as pressões negativas:

  • Tomate: -22,16%
  • Arroz em casca: -6,74%
  • Leite in natura: -4,85%
  • Gasolina automotiva: -4,86%

IPC avança 0,25% e mostra aceleração em saúde e lazer

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,25%, acima dos 0,16% de outubro.
Três das oito classes de despesa aceleraram:

  • Saúde e Cuidados Pessoais: 0,67%
  • Educação, Leitura e Recreação: 1,17%
  • Despesas Diversas: 0,46%

Os itens com maiores pressões positivas incluem:

  • Passagem aérea: +10,02%
  • Desodorante: +8,51%
  • Perfume: +2,57%
  • Serviços bancários: +0,80%

Já as maiores quedas vieram de:

  • Tomate: -7,89%
  • Leite longa vida: -4,03%
  • Gasolina: -0,44%
  • Tarifa de eletricidade residencial: -0,24%

INCC sobe 0,28% com avanço em materiais e equipamentos

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,28%, acima dos 0,21% de outubro.

Os componentes do índice apresentaram o seguinte comportamento:

  • Materiais e Equipamentos: 0,36%
  • Serviços: -0,01%
  • Mão de Obra: 0,22%

Entre os itens que mais pressionaram o custo da construção estão:

  • Condutores elétricos: +3,00%
  • Cimento Portland comum: +1,28%
  • Blocos de concreto: +0,48%

Leia também:
IPCA desacelera e surpreende o mercado com menor alta do ano

Bovinos e cafés pressionam IGP-M, diz André Perfeito

O economista André Perfeito, da Garantia Capital, destacou que o avanço de 0,27% do IGP-M em novembro reflete a reversão de preços no atacado, sobretudo em bovinos e café. Esses produtos, que haviam caído em outubro, registraram altas expressivas na última leitura.

Ele avalia que a demanda adicional dos Estados Unidos após o fim do tarifaço pode influenciar as próximas medições e afirma ser necessário monitorar se o impacto ficará restrito ao IPA ou se chegará ao IPC.

O que vem pela frente

A próxima divulgação do IGP-M, com dados coletados entre 21 de novembro e 20 de dezembro, está prevista para 29 de dezembro de 2025, segundo o FGV IBRE.

Os resultados de novembro sugerem que, embora o índice tenha voltado a subir, a deflação acumulada em 12 meses ainda reflete a força dos recuos registrados no produtor ao longo de 2025. O comportamento das commodities agrícolas e industriais seguirá determinante para o fechamento anual.

O que compõe o IGP-M e por que ele é chamado de “inflação do aluguel”

O IGP-M é formado por três índices: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% da composição; o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30%; e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que responde por 10%.

O IPA capta variações de preços no atacado, enquanto o IPC acompanha preços ao consumidor, no varejo, e o INCC mede custos de materiais, mão de obra e serviços da construção civil.

O indicador ficou conhecido como “inflação do aluguel” porque, desde a década de 1990, tornou-se referência para correções contratuais no mercado imobiliário. Embora o uso não seja obrigatório, o IGP-M passou a ser adotado por proprietários e administradoras pela periodicidade mensal e pela divulgação regular da FGV.

A diferença para o IPCA está na estrutura e no objetivo de cada indicador. O IPCA mede a variação de preços de uma cesta de consumo das famílias e é o índice oficial de inflação do país, utilizado pelo Banco Central no regime de metas. Já o IGP-M capta movimentos mais amplos da economia, com forte peso de preços no atacado, o que pode gerar desvios significativos em relação ao comportamento da inflação ao consumidor.

Por que o IGP-M mostra quedas em 2025

A trajetória do IGP-M ao longo de 2025 foi marcada por meses de recuo no IPA, reflexo de quedas expressivas em produtos industriais e agropecuários. As commodities agrícolas tiveram reduções relevantes no primeiro semestre, enquanto itens industriais acompanharam um ambiente de menor pressão de custos. Esse movimento levou a variações negativas acumuladas no produtor, que influenciam diretamente o comportamento do índice geral.

Apesar do avanço de novembro, o resultado anual permanece no campo negativo porque as altas recentes não compensam o recuo registrado ao longo dos meses anteriores. O economista Matheus Dias, do FGV IBRE, afirma que o índice só não caiu ainda mais devido ao impacto compensatório do IPC e dos custos da construção, que se mantiveram em terreno positivo na maior parte do ano.

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