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Vida nas organizações Joaquim Santini

A Superficialidade da Inteligência Emocional — e o Caminho para uma Cultura Emocionalmente Regenerativa

Publicado 08/12/2025 • 10:54 | Atualizado há 2 horas

Foto de Joaquim Santini

Joaquim Santini

Pesquisador e palestrante internacional, diplomado em Psicologia Clínica Organizacional e mestre em Consulting and Coaching for Change no Insead ( european business school, na França), graduado e mestre em Engenharia Mecânica pela Unicamp. Fundador da EXO - Excelência Organizacional.

Inteligência artificial.

Pixabay.

Inteligência artificial.

A inteligência emocional tornou-se um dos talismãs corporativos do nosso tempo. Está nas
palestras, nas consultorias relâmpago, nos programas de liderança e nos posts luminosos do
LinkedIn. Mas, paradoxalmente, quanto mais falamos sobre o tema, menos tocamos nas
emoções reais — aquelas que atravessam o trabalho e moldam o clima psicológico das
equipes. E, no entanto, é justamente esse universo emocional que oferece o maior potencial de
transformação.
Nos últimos anos, a discussão ganhou força, mas não ganhou profundidade. Ainda funciona
como uma camada cosmética que esconde tensões e contradições institucionais. A boa
notícia? Esse movimento superficial é frequentemente o primeiro sinal de que a organização
está pronta para uma conversa mais verdadeira — e mais madura.
Vivemos o fim da era da “higienização afetiva” e o início de um período em que as empresas
começam a buscar formas mais humanas de lidar com sua própria vida emocional.

Reconhecer o essencial é um ato de coragem — e uma porta para soluções reais

Frases como “queremos equipes emocionalmente maduras” começam a perder sua
ambiguidade. Organizações que antes apenas pediam resiliência agora começam a se
perguntar:

  • O que precisamos ajustar para que o equilíbrio emocional seja possível?
  • Como nossas práticas interferem na segurança psíquica?
  • Quais padrões institucionais precisam ser revistos?
    Essas perguntas inauguram um novo tipo de relação com o trabalho.
    A inteligência emocional deixa de ser amortecedor e passa a ser arquitetura de futuro.

A emoção deixa de ser decorativa — e se torna fonte de renovação

Durante muito tempo, emoções foram tratadas como acessórios comportamentais. Hoje,
cresce a consciência de que elas são matéria-prima estratégica para inovação, vínculo e
sentido.
Quando a organização amplia seu olhar, ela identifica padrões antes invisíveis:

  • o medo não é falha individual, mas indicador organizacional;
  • a ansiedade não é defeito, mas sintoma de descompasso;
  • a culpa não é insuficiência, mas pedido de alinhamento;
  • o silêncio não é neutralidade, mas alerta sobre segurança psicológica.
    O que antes era visto como problema passa a ser compreendido como orientação.

O que não era dito começa, enfim, a ganhar voz

A psicodinâmica das organizações — campo que inspira meu trabalho há mais de quinze anos
— sempre mostrou que empresas carregam pactos, fantasias e defesas coletivas.
E aqui é importante ser preciso: nos meus projetos de transformação organizacional que
incorporam essa profundidade, as taxas de sucesso ultrapassam 80%.
Não por acaso: quando a empresa reconhece sua economia afetiva, ela libera energia para
mudança real.
O tema não é “soft”: é estrutural.

Inteligência emocional regenerativa: o próximo passo da liderança

A inteligência emocional organizacional não nasce de um workshop, mas de um movimento
sistêmico de corresponsabilidade.
E é nesse ponto que introduzo — como conceito de minha autoria — os pactos regenerativos.

O que são pactos regenerativos? (conceito de autoria própria)

São compromissos institucionais — formais ou tácitos — que substituem pactos defensivos por
acordos que promovem:

  • restauração da confiança;
  • corresponsabilidade emocional;
  • coragem para nomear tensões com segurança;
  • transformação de conflitos em aprendizado e não em punição;
  • rituais de cuidado coletivo que fortalecem o pertencimento;
  • um ambiente onde errar não destrói reputações, mas gera evolução.
    Em vez de manter estruturas paralisadas, os pactos regenerativos criam vitalidade, abertura e
    renovação contínua.
    São eles que sustentam mudanças duradouras — não slogans motivacionais.

Da emoção domesticada à emoção transformadora

A superficialidade está perdendo espaço para práticas mais humanas.
Treinamentos continuam relevantes, mas se tornam realmente eficazes quando acompanhados
de estruturas que:

  • reconhecem limites emocionais;
  • reduzem metas tóxicas;
  • valorizam ritmos humanos;
  • favorecem conversas difíceis;
  • distribuem poder;
  • e se ancoram em pactos regenerativos que dão sustentação à mudança.
    Nesse contexto, a inteligência emocional deixa de ser tranquilizadora e se torna
    transformadora — capaz de regenerar vínculos, culturas e trajetórias.

O futuro pertence às organizações emocionalmente inteligentes — e emocionalmente
honestas

A inteligência emocional que o mundo corporativo precisa é uma prática institucional, não um
discurso.
É um modo de existir, e não um manual de condutas.
E o paradoxo ganha agora uma nota de esperança:

Não falta inteligência emocional às pessoas. Falta inteligência emocional às organizações — e muitas já começaram a construí-la.

Quando essa construção se apoia em pactos regenerativos, a transformação deixa de ser
promessa e passa a ser experiência.
Um futuro emocionalmente saudável deixa de ser utopia e se torna — finalmente — prática.

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