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Cansaço das redes sociais: como a vida online drena nossa energia em 2025

Publicado 23/12/2025 • 18:27 | Atualizado há 4 horas

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Se abrirmos um dossiê da história da Roma Antiga, entre 70 e 80 d.C., as pessoas se reuniam nos coliseus, grandes espetáculos ao ar livre, para assistir a lutas de gladiadores, disputas entre homens e animais, execuções, batalhas navais e ritos romanos — uma ampla gama de acontecimentos transformados em entretenimento (Pádua, 2025). O anfiteatro, como também era conhecido o Coliseu, representava um lugar onde se fixava a atenção coletiva e um “espaço identitário” em que os romanos reafirmavam seus valores e a concepção do moralmente “normal” em relação aos contraventores — um local de segregação entre o romano e o não romano, o obediente e o resistente (Wiedemann, 1995 apud Guarinello, 2007).

Dos coliseus ao feed infinito

Da mesma forma que os antigos coliseus capturavam o olhar, a atenção e o imaginário coletivo, hoje o celular e os aplicativos de redes sociais concentram os “espetáculos” que disputam nosso tempo, sempre à mão. Os temas mudaram: vídeos virais e polêmicos; comentários sobre o que já foi dito — e sobre o que gera engajamento; posts de fofoca; interações para não perder contato; atualizações da vida alheia e de influencers; compra e venda de produtos e serviços; aprender e ensinar algo novo; e os embates políticos e sociais da época. Se no anfiteatro romano se construíam identidades, hoje a identidade virtual passou a ser cuidadosamente esculpida, filtrada e comparada, num ciclo contínuo de validação e vigilância social. Para se ter noção, no Brasil cerca de oito horas por dia são dedicadas às telas de smartphones e computadores (Nasar, 2023). E, sem contar, é requisito básico para a formação profissional e para quem empreende saber manusear as tecnologias necessárias para disseminar sua mensagem na web — tudo por um clique, por um seguidor.

Hoje emerge uma nova geração submetida à hiperexposição às redes sociais. Gente sempre em busca do novo, querendo estar por dentro, em primeira mão, de notícias e invenções tecnológicas. Vivem no online para fugir da sensação de estar ficando para trás, desatualizados e desconectados desse mundo paralelo que é a world wide web. Vídeos que expõem erros ou espontaneidades hilárias de pessoas, crianças e animais viram memes em segundos e se espalham pela rede, rotulando pessoas e momentos, num loop infinito, para estarem sempre “antenados”. Isso tem impactos emocionais importantes, que merecem atenção para que o imediato — o acontecimento presente — não vire uma bola de neve e atropelhe quem já convive com ansiedade ou agrave outros transtornos, como a fadiga e a exaustão. Compreender minimamente o funcionamento das redes sociais é imprescindível para que possamos tomar atitudes que nos mantenham psicologicamente e emocionalmente saudáveis.

Política, algoritmos e bolhas de opinião

Um assunto sensível que hoje altera os ânimos nas redes sociais é a política. Entender o que está por trás dos algoritmos e como funcionam ajuda a evitar que nos tornemos reféns do “controle comportamental” atrelado a essa tecnologia. A dinâmica política nas redes ocorre assim: conteúdos de predileção ou rejeição — independentemente do partido — são manipulados de modo a construir realidades tão alienantes que a pessoa passa a crer que sua visão de mundo é a regra e vale para todos. A atenção excessiva e repetida ao assunto ou ao partido preferido “treina” o algoritmo a entregar só aquele tipo de conteúdo, como se mapeasse preferências, gostos e temas de interesse. Dependendo das narrativas a que se é exposto e da vulnerabilidade de cada um — seja pelo desconhecimento sobre o funcionamento das redes ou do cenário geopolítico atual — um efeito adverso dessa exposição é a desumanização e a descaracterização das interações. Perde-se a empatia, esvaziando a conexão genuína que sustenta relações saudáveis, e cede-se espaço a discussões inúteis nas redes, sem construção positiva nem ação real para os problemas do momento (Cassiani; Marchetto, 2024).

Quando o excesso cobra a conta

As consequências do uso irrestrito das redes podem custar caro à nossa saúde emocional e ao convívio, como fadiga emocional, desgaste de relacionamentos, isolamento social, nomofobia (medo de ficar longe do celular), aumento de depressão associado ao uso excessivo de telas, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, depressão ligada à comparação — especialmente entre mulheres — e exaustão emocional decorrente do excesso de exposição (Pepino, 2023). É fundamental prevenir o agravamento desses quadros para nos mantermos o mais saudáveis possível. Algumas formas de prevenção incluem:

  • Estabelecer tempo de dedicação às redes sociais, principalmente desligar-se uma hora antes de dormir;
  • Desligar as notificações dos aplicativos para diminuir a sensação de urgência;
  • Praticar uma “higiene digital”, selecionando melhor os conteúdos, como quem faz uma curadoria pessoal de influenciadores, perfis e narrativas que adoecem, alimentam comparações ou drenam energia;
  • Priorizar interações reais, como encontros que sustentam o que é genuinamente saudável, evitando consultar o celular durante esses momentos;
  • Criar períodos de desconexão, meditação guiada e leitura de livro físico sobre temas de interesse, para diminuir a sensação de tédio e abrir espaço mental para as ideias fluírem melhor;
  • Observar sinais internos, como irritabilidade, tristeza, agitação ou dificuldade de entendimento com os relacionamentos próximos — indicadores de que algo já ultrapassou limites saudáveis; e, quando necessário, buscar apoio psicológico profissional, reconhecendo que saúde mental também exige cuidado especializado.

Reconectar-se consigo e com os outros é a chave para nos mantermos saudáveis!

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