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Rombo fiscal de R$ 84 bilhões pressiona contas públicas e expõe fragilidade dos Correios
Publicado 29/12/2025 • 21:58 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 29/12/2025 • 21:58 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
A situação financeira e operacional dos Correios foi classificada como dificilmente reversível pelo professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), Fábio Gallo, em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
Em análise ao plano de reestruturação apresentado pela estatal, que prevê cortes de pessoal e venda de ativos, o especialista destacou que a companhia mantém uma estrutura de custos extremamente elevada e incompatível com a realidade atual do mercado de logística.
Gallo ressaltou que, enquanto o setor é dominado por grandes empresas globais com investimentos bilionários, os Correios sofrem com uma estrutura antiquada e um peso administrativo difícil de gerir.
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Um dos pontos mais críticos apontados pelo professor é o custo do funcionalismo público da estatal, que usufrui de benefícios distantes da realidade do mercado privado brasileiro: “O Correio criou uma estrutura toda muito custosa, inserida em um ambiente comercial muito diferente da realidade de quando essa estrutura foi concebida. Vale lembrar que hoje temos players muito fortes nesse mercado de logística e distribuição, empresas com investimentos de bilhões de dólares que dominam o setor”.
“Além disso, a estrutura de pessoal é muito difícil de lidar; o funcionalismo dos Correios possui, por exemplo, abono de férias de 70%, enquanto o trabalhador comum no Brasil recebe 30%“, afirmou Gallo.
A respeito das alternativas de saída para a crise, o professor demonstrou ceticismo tanto em relação à transformação da estatal em uma empresa de economia mista quanto ao plano de economia apresentado. Para ele, o momento ideal para a privatização já passou, e a manutenção do controle estatal, mesmo que parcial, carrega riscos de interferência política.
“A transformação em economia mista é uma possibilidade, mas com um grau de dificuldade muito elevado. O ideal seria a privatização, mas perdemos o momento oportuno. Além disso, mesmo que se torne uma economia mista, isso não resolve necessariamente os problemas, como vimos no caso da Petrobras, que passou por diversos dissabores devido à interferência política”, pontuou o especialista.
Ao analisar o rombo de quase R$ 84 bilhões nas contas do governo registrado até novembro, Fábio Gallo alertou para a deterioração da política fiscal brasileira e a falta de coordenação entre o governo e a autoridade monetária. Para o professor, o comportamento dos gastos públicos em um ano que antecede as eleições de 2026 torna o controle da inflação e dos juros uma tarefa ainda mais árdua, caracterizando o que ele define como um ciclo de desperdício e má gestão dos recursos.
“O Brasil é um país que avança, mas que tropeça nas próprias sandálias. A questão fiscal é terrível e o governo nada faz para auxiliar o Banco Central no controle da inflação e da economia como um todo. Por essa razão, temos juros tão elevados. O ano de 2026 será ainda mais difícil para o controle fiscal. O país gasta muito mais do que arrecada para a manutenção do seu Estado e, o que é pior, gasta mal. É um país que não cabe no orçamento e ainda sofre com o sequestro de recursos pelo Congresso por meio de emendas parlamentares”, criticou Gallo.
O professor utilizou uma metáfora doméstica para ilustrar a gravidade da situação financeira do país, comparando o governo a uma unidade familiar que ignora suas dívidas para manter o consumo em datas festivas. Ele reforçou que as promessas de economia nos Correios não são suficientes sequer para cobrir o prejuízo atual, gerando um descompasso matemático que compromete a credibilidade do plano.
“A situação das contas públicas é comparável a de uma família que está utilizando o cheque especial e acredita que pode gastar ainda mais no período de final de ano para realizar festas. Os números apresentados não fecham o buraco existente; o governo projeta uma economia de cerca de R$ 4,6 bilhões para daqui a cinco anos, enquanto o prejuízo atual já está na casa dos R$ 8 bilhões ou R$ 9 bilhões. Infelizmente, estamos diante de uma tragédia já pré-anunciada, pois a receita projetada não será realizada e o governo terá que injetar mais dinheiro público na estatal”, concluiu o professor da FGV.
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