O encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, foi convocado nesta segunda-feira (27) para prestar esclarecimentos ao Itamaraty sobre as condições em que brasileiros foram deportados na semana passada, de acordo com fontes do governo federal. Na linguagem diplomática, o gesto significa um desconforto com o outro país, mas ainda sem estremecimento concreto na relação bilateral.
Escobar chefia interinamente a embaixada americana, desde que a embaixadora Elizabeth Frawley Bagley deixou o cargo, após a vitória do presidente Donald Trump nos Estados Unidos. Ele foi recebido pela secretária de Comunidades Brasileiras e Assuntos Consulares e Jurídicos do Ministério das Relações Exteriores, Marcia Loureiro.
A convocação foi decidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião ocorrida mais cedo no Palácio do Planalto com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor-chefe da Presidência, Celso Amorim.
De acordo com relatos, Lula determinou que a diplomacia obtenha explicações dos Estados Unidos sobre as deportações, após os relatos de maus-tratos aos brasileiros por parte das autoridades americanas. Por outro lado, o presidente deixou claro aos auxiliares que não deseja “polarizar” com Donald Trump.
Na última sexta-feira, 88 brasileiros foram deportados dos Estados Unidos utilizando algemas e com relatos de agressões físicas e psicológicas. O voo, que tinha como destino final Belo Horizonte, pousou em Manaus. Nesse momento, o governo brasileiro exigiu o desembarque dos cidadãos e os transportou, sem algemas, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para a capital mineira.
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