China responde Trump e anuncia tarifas de até 15% sobre produtos dos EUA
Publicado 04/02/2025 • 07:39 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 04/02/2025 • 07:39 | Atualizado há 1 mês
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REUTERS/Kevin Lamarque/File Photo
A China anunciou, nesta terça-feira (4), uma série de medidas retaliatórias contra os Estados Unidos, pouco depois da entrada em vigor das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, aumentando temores de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
O Ministério das Finanças da China informou que aplicará tarifas adicionais de 15% sobre as importações de carvão e gás natural liquefeito dos EUA e aumentará em 10% as taxas sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas e determinados automóveis americanos, a partir de 10 de fevereiro.
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A China reiterou que a imposição de tarifas adicionais de 10% pelos EUA “viola seriamente as regras da Organização Mundial do Comércio e prejudica as atividades econômicas e comerciais bilaterais normais”, segundo tradução da CNBC de um comunicado oficial em chinês.
Em outro anúncio nesta terça-feira, autoridades do Ministério do Comércio e da alfândega chinesa informaram que o país implementará controles de exportação sobre uma série de itens e tecnologias relacionadas a minerais críticos, incluindo tungstênio, telúrio, rutênio e molibdênio.
A decisão da China de impor tarifas adicionais tem um caráter “mais simbólico neste momento”, disse Louise Loo, economista-chefe da Oxford Economics para a China. Segundo suas estimativas, os novos encargos podem elevar a tarifa efetiva sobre importações dos EUA em até dois pontos percentuais.
No entanto, Loo alertou que uma nova guerra comercial entre os dois países está “claramente em estágio inicial” e vê “uma alta probabilidade” de novas rodadas de tarifas por ambas as partes.
Após os anúncios, o yuan offshore chinês teve pouca variação em relação ao dólar. Já os mercados da China continental, que permaneceram fechados devido ao feriado do Ano-Novo Lunar, retomarão as negociações nesta quarta-feira.
A Administração Estatal para a Regulamentação do Mercado da China também anunciou que abriu uma investigação contra a Alphabet, controladora do Google, sob suspeita de violação da lei antimonopólio do país.
O Google retirou seus serviços de internet e buscas da China em 2010, mas ainda mantém algumas operações voltadas a empresas chinesas que desejam anunciar em suas plataformas no exterior.
“As ações da China são um alerta de que o país está disposto a prejudicar os interesses dos EUA, se necessário, mas ainda mantém a opção de recuar”, afirmou Julian Evans-Pritchard, chefe de economia da China na Capital Economics, em nota.
No entanto, Pritchard ponderou que as tarifas anunciadas pela China podem ser adiadas ou canceladas antes de entrarem em vigor, e que a investigação contra o Google pode terminar sem a aplicação de penalidades.
O presidente dos EUA, Donald Trump, concordou na segunda-feira (3) com uma pausa de 30 dias na implementação das tarifas planejadas de 25% sobre importações do Canadá e do México, após os dois países se comprometerem a reforçar o combate ao tráfico ilegal de fentanil para os EUA. A China, no entanto, não obteve nenhuma concessão semelhante.
“As dimensões geoeconômicas do comércio entre EUA e China tornam qualquer resolução muito mais complexa do que no caso do México e do Canadá”, disse Vishnu Varathan, chefe de pesquisa macroeconômica para a Ásia (excluindo o Japão) no Mizuho Bank.
Ao iniciar seu segundo mandato, Trump ordenou que sua administração investigasse o cumprimento, por parte de Pequim, do acordo comercial firmado durante sua primeira presidência, em 2020. O resultado final da análise será apresentado a Trump até 1º de abril, possivelmente abrindo caminho para novas medidas tarifárias, segundo economistas.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou na segunda-feira que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, poderiam conversar “nos próximos dias”.
No sábado, Trump sancionou a aplicação das tarifas de 10% contra a China, além das taxas já existentes de até 25% sobre produtos chineses, impostas durante seu primeiro mandato.
As novas tarifas devem reduzir o crescimento real do PIB da China em 50 pontos-base neste ano, segundo economistas do Goldman Sachs, reforçando a necessidade de estímulos domésticos mais fortes para compensar os impactos das tarifas em alta.
O banco de investimentos projeta que o crescimento real do PIB chinês desacelere para 4,5% este ano, enquanto a inflação ao consumidor interno deve subir apenas 0,4%, refletindo a fraca demanda e a crise prolongada no setor imobiliário.
Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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