Mercados se preparam para tarifas de Trump e setores globais enfrentam impactos negativos
Publicado seg, 03 fev 2025 • 11:14 AM GMT-0300 | Atualizado há 10 dias
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Publicado seg, 03 fev 2025 • 11:14 AM GMT-0300 | Atualizado há 10 dias
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CHIP SOMODEVILLAGETTY IMAGES NORTH AMERICAGetty Images via AFP
Neste fim de semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou tarifas elevadas sobre os três principais parceiros comerciais do país, o que fez com que os investidores se apressassem a se posicionar diante de uma iminente guerra comercial global.
O Canadá e o México enfrentarão tarifas de 25% sobre suas exportações para os EUA, com uma cobrança menor de 10% sobre os produtos chineses. O Canadá já respondeu com tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões de produtos americanos.
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Trump, por sua vez, afirmou que a União Europeia será a próxima na linha de tiro, com o Reino Unido também sendo considerado.
Embora Trump tenha ameaçado repetidamente a imposição de tarifas durante a campanha eleitoral, o analista do Deutsche Bank, Jim Reid, afirmou em uma nota nesta segunda-feira (3) que o mercado havia “subestimado completamente os riscos” e agora estaria em “choque severo”.
Entre os impactos esperados de curto a médio prazo, estão uma desaceleração no crescimento econômico global, especialmente nos países com grandes setores manufatureiros.
Além disso, espera-se um aumento nos preços do petróleo, preços mais altos para os consumidores americanos e taxas de juros mais altas nos EUA por mais tempo, com um dólar mais forte como consequência. Fora dos EUA e das três outras economias diretamente envolvidas, setores ao redor do mundo estão se preparando para os impactos das tarifas.
Aqui estão algumas das áreas que devem ser mais afetadas:
As empresas do setor automotivo — desde marcas de carros até fabricantes de peças para veículos — devem ser algumas das mais afetadas pelas tensões comerciais em escalada, uma vez que representam uma grande área de importação internacional para os EUA.
A Volkswagen, da Alemanha, por exemplo, possui a maior fábrica de carros do México, onde produz veículos para exportação aos EUA. Uma análise da RBC Capital Markets estima que a empresa pode ver uma redução de 9% em seus lucros devido às tarifas no pior cenário possível.
A Stellantis — que detém as marcas Chrysler e Jeep — também possui grandes operações no México, incluindo a produção de caminhonetes Ram, e pode ver uma redução de 12% nos lucros.
Os efeitos sobre as ações foram imediatos na segunda-feira, com os fabricantes de automóveis europeus no índice regional Stoxx 600 caindo 3,4%, e os fornecedores de peças, como Valeo e Forvia, também enfrentando quedas devido às expectativas de desaceleração do setor.
Fabricantes de chips e equipamentos de semicondutores, como a taiwanesa TSMC e a holandesa ASML, estão se preparando para um impacto das tarifas devido às cadeias globais de fornecimento da indústria — incluindo fábricas no México e na China — e pela possível desaceleração na demanda.
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co, o maior fabricante de chips do mundo, é especializada em fabricar semicondutores para outras empresas, como as americanas Apple, Nvidia, AMD, Qualcomm e Intel.
Já a ASML fabrica as máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV) usadas por muitos fabricantes globais de chips para imprimir designs intricados nos chips. A ASML envia essas ferramentas para diversos países, incluindo EUA, Taiwan e Coreia do Sul.
“As últimas medidas não farão muito para acalmar as altas tensões que atingiram o setor de semicondutores”, disse Susannah Streeter, chefe de mercados e dinheiro da Hargreaves Lansdown, na segunda-feira.
“Empresas como a Nvidia dependem da produção de chips em fábricas terceirizadas no exterior, como na China e no México — mas muitas outras partes necessárias para construir centros de dados de IA também podem ser vulneráveis às tarifas, dado que são importadas.”
Para o consumidor dos EUA, uma série de bens de consumo doméstico e de lazer fabricados no exterior pode ter aumento de preços, desde móveis e eletrodomésticos até roupas, consoles de vídeo, telefones e brinquedos.
Em outros lugares, haverá um impacto sobre produtos exportados dos EUA para países como o Canadá, que retaliam com tarifas — além de afetar empresas de bens de consumo ao redor do mundo que enviam produtos através das fronteiras dos EUA. Um exemplo é a gigante de bebidas Diageo, que já enfrenta dificuldades com a queda da demanda na América do Norte.
Fintan Ryan, analista de pesquisa de ações do setor de consumo da Goodbody, afirmou à CNBC que as tarifas representam um dos maiores desafios para a empresa neste ano, pois os EUA representam cerca de 45% do lucro operacional da Diageo.
Cerca de 70% das suas vendas nos EUA são importações, incluindo uísque canadense, tequila mexicana, scotch e Baileys e Guinness da Irlanda, país membro da UE. A Diageo deve divulgar seus resultados na terça-feira.
Empresas chinesas enfrentam o maior risco devido às tarifas e outras mudanças no acesso ao mercado dos EUA, de acordo com uma análise do Morgan Stanley. Entre elas, plataformas de compras online extremamente populares, como Temu, Shein e AliExpress, devem ser fortemente impactadas.
Isso porque Trump suspendeu uma isenção comercial conhecida como “de minimis”, que permitia aos exportadores enviar pacotes com valor inferior a US$ 800 para os EUA sem tarifas.
Autoridades dos EUA alegaram que a isenção permitia que as empresas de e-commerce chinesas dessem preços mais baixos que seus concorrentes e levantaram preocupações com a segurança devido à “documentação e inspeção mínimas”.
Os EUA processaram mais de 1,3 bilhão de remessas de “de minimis” em 2024, de acordo com dados da agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Sem a isenção, produtos de alto volume e baixo custo de varejistas online da China enfrentarão tarifas, potencialmente elevando o preço final dos itens e causando uma queda na demanda.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.