Sam Altman diz que conselho da OpenAI não recebeu “nada oficial de Elon”

O CEO da OpenAI, Sam Altman, disse aos funcionários em um memorando nesta terça-feira (11) que a empresa não recebeu “nada oficial” de Elon Musk em relação a uma possível compra da startup de inteligência artificial.

“A nossa estrutura existe para garantir que nenhum indivíduo possa tomar o controle da OpenAI”, escreveu Altman no memorando obtido pela CNBC. “Elon administra uma empresa de IA concorrente, e suas ações não têm a ver com a missão ou os valores da OpenAI. São táticas voltadas para enfraquecer a OpenAI, porque estamos fazendo grandes progressos.”

O memorando foi divulgado um dia depois que surgiram notícias de que Musk está liderando um grupo de investidores com a intenção de comprar o controle da OpenAI por US$ 97,4 bilhões. A proposta é para a organização sem fins lucrativos que supervisiona a startup responsável pelo ChatGPT, e o advogado de Musk, Marc Toberoff, afirmou que a proposta foi enviada na segunda-feira.

“É hora de a OpenAI voltar a ser a força para o bem, de código aberto e focada em segurança, que ela um dia foi”, disse Toberoff em um comunicado à CNBC.

Altman e Musk estão envolvidos em uma acirrada batalha legal e de relações públicas sobre o futuro da OpenAI. Eles foram dois dos cofundadores da OpenAI em 2015, estabelecendo a entidade como uma organização sem fins lucrativos focada em pesquisas de IA. Musk está processando a OpenAI, acusando-a de violações antitruste e tentando impedir sua conversão em uma corporação com fins lucrativos.

A OpenAI se consolidou como um gigante da IA generativa, lançando o ChatGPT em 2022 e desencadeando uma onda de investimentos em novas ferramentas e infraestrutura para produtos e serviços de IA de próxima geração. O SoftBank está perto de finalizar um investimento de US$ 40 bilhões na OpenAI, com uma avaliação de US$ 260 bilhões, conforme fontes informaram à CNBC na semana passada. A Microsoft tem sido o maior patrocinador até o momento.

O consórcio de investidores que supostamente está se juntando a Musk inclui sua startup xAI, além de investidores de longa data de seus outros negócios, como o Baron Capital Group, Valor, Atreides, Vy Capital, 8VC de Joe Lonsdale e um veículo de investimento liderado pelo CEO da Endeavor, Ari Emanuel.

Uma fonte próxima a Musk, que pediu para não ser identificada, destacou que todos no grupo são leais a Musk, e que o consórcio não inclui investidores tradicionais do Vale do Silício que apoiaram empreendimentos anteriores de Musk.

Altman lembrou aos funcionários nesta terça-feira que “Elon tem um histórico de fazer alegações que não se sustentam”, destacando suas “doações exageradas” para a OpenAI e as narrativas mutáveis sobre seu apoio à transformação da OpenAI em uma entidade com fins lucrativos.

“A melhor coisa que podemos fazer é seguir em frente com dedicação e resiliência”, escreveu Altman.

Se e quando o conselho da OpenAI receber uma proposta formal, ele tem a obrigação legal de analisá-la, segundo Ellen Aprill, professora sênior da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

“O conselho precisaria considerar uma proposta, mesmo que não tenha sido convidado”, disse Aprill à CNBC. “Uma organização sem fins lucrativos pode vender seus ativos, mas precisa garantir que está recebendo um valor justo.”

Como uma organização sem fins lucrativos, o conselho não serve aos acionistas e, portanto, não tem o dever fiduciário tradicional. Em vez disso, seu dever é o benefício público, determinado pelos procuradores gerais dos estados onde a OpenAI opera.

Musk não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Um porta-voz da OpenAI se recusou a comentar.