Saiba por que as ‘big techs’ apostam em energia nuclear para projetos de IA
Publicado 12/11/2024 • 19:10 | Atualizado há 2 meses
Publicado 12/11/2024 • 19:10 | Atualizado há 2 meses
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Imagem de usina nuclear e linhas de transmissão
Reprodução Pexels
As grandes empresas de tecnologia do mercado (conhecidas como “big techs”) passaram a demandar um volume muito maior de energia quando começaram a oferecer serviços de inteligência artificial (IA).
O uso das ferramentas de IA tem aumentado rapidamente: de acordo com a OpenAI, em agosto, havia mais de 200 milhões de pessoas enviando perguntas no popular ChatGPT toda semana, o dobro em relação a novembro do ano passado.
Os desenvolvedores alugam servidores de alta capacidade das big techs, como Amazon, Microsoft e Google.
Os data centers dessas empresas são muito demandados tanto pelos aplicativos de inteligência artificial modernos como pela computação em nuvem.
O consumo global de eletricidade para alimentar esses serviços deve dobrar entre 2022 e 2026, de acordo com um relatório de pesquisa da Agência Internacional de Energia
Os data centers precisam de muita energia para “treinar” e operar os modelos de inteligência artificial de larga escala.
Por isso, as big techs passaram a procurar fontes de geração para suprimir a demanda delas, e a energia nuclear entrou no radar delas.
A Microsoft e o Google estão entre as empresas que fecharam acordos para comprar energia nuclear de certos geradores dos EUA com o objetivo de aumentar a capacidade energética para seus data centers.
Em outubro, o Google disse que compraria energia da Kairos Power, uma desenvolvedora de pequenos reatores modulares, para ajudar a “dar continuidade ao progresso da IA”.
“A rede precisa desses tipos de fontes de energia limpas e confiáveis que possam dar suporte à construção dessas tecnologias”, disse Michael Terrell, diretor sênior de energia e clima do Google, em uma ligação com a imprensa. “Sentimos que a energia nuclear pode desempenhar um papel importante para ajudar a atender nossa demanda, e ajudar a atender nossa demanda de forma limpa, de uma forma mais ininterrupta.”
O Google ainda disse que seu primeiro reator nuclear da Kairos Power estaria em operação até 2030, com mais reatores entrando em operação até 2035.
Em setembro, a Microsoft assinou um acordo com a empresa de energia norte-americana Constellation para ressuscitar um reator desativado na usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilvânia, cujo reator está inativo há cinco anos.
A usina de Three Mile Island foi o local do mais grave colapso nuclear e vazamento de radiação da história dos EUA em março de 1979, quando a perda de água de refrigeração através de uma válvula defeituosa causou o superaquecimento de um reator.
Enquanto isso, para não ficar para trás, a Amazon anunciou seu próprio mega investimento em energia nuclear em outubro, em um acordo de US$ 500 milhões com a Dominion Energy para explorar o desenvolvimento de um pequeno reator nuclear modular perto da usina nuclear de North Anna da empresa de serviços públicos.
Alguns ativistas climáticos se opõem à geração nuclear. Eles afirmam que há riscos ambientais e de segurança e, além disso, não é exatamente uma fonte de energia renovável.
“A energia nuclear é incrivelmente cara, perigosa e lenta de ser construída”, afirma o Greenpeace em seu site.
“Ela é frequentemente chamada de energia ‘limpa’ porque não produz dióxido de carbono ou outros gases de efeito estufa quando a eletricidade é gerada, mas a realidade é que não é uma alternativa plausível às fontes de energia renováveis.”
Os defensores da energia nuclear, por outro lado, dizem que ela oferece uma forma de eletricidade quase livre de carbono e é mais “firme” do que fontes renováveis como a solar e a eólica (ou seja, a geração não é suscetível a variações como a disponibilidade de luz ou vento).
“Construída da maneira correta, acredito que a energia nuclear é o futuro”, disse Rosanne Kincaid-Smith, diretora de operações do Northern Data Group, um provedor global de data center, à CNBC em uma conferência de tecnologia em Londres em outubro.
“As pessoas têm medo da energia nuclear por causa dos desastres que tivemos no passado. Mas o que está por vir, eu simplesmente não vejo as redes tradicionais sendo a energia sustentável que está em andamento no desenvolvimento da IA”, disse Kincaid-Smith.
O Northern Data Group não usa energia nuclear e nem tem planos para isso, mas a empresa quer “contribuir para essa conversa porque é importante para o ecossistema mais amplo, para a economia mais ampla”, disse Kincaid-Smith à CNBC.
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