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Quem é Friedrich Merz, o favorito para se tornar o novo chanceler da Alemanha?

Publicado qui, 20 fev 2025 • 10:40 AM GMT-0300 | Atualizado há 2 dias

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Friedrich Merz, político linha-dura em relação à migração e rival de longa data de Angela Merkel, é apontado como o próximo chanceler da Alemanha.
  • Seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), lidera as pesquisas junto com sua afiliada, a União Social-Cristã (CSU), a poucos dias da eleição.
  • Em setembro, Merz foi escolhido como candidato oficial da CDU ao cargo de chanceler nas eleições federais deste ano, após liderar o partido e comandar o bloco parlamentar de oposição CDU-CSU desde 2022.

Sandro Halank via Wikimedia

Friedrich Merz, político linha-dura em relação à migração e rival de longa data de Angela Merkel, é apontado como o próximo chanceler da Alemanha. Seu partido, a União Democrata-Cristã (CDU), lidera as pesquisas com sua afiliada, a União Social-Cristã (CSU), a poucos dias da eleição.

Em setembro, Merz foi escolhido como candidato oficial da CDU ao cargo de chanceler nas eleições federais deste ano, após liderar o partido e comandar o bloco parlamentar de oposição CDU-CSU desde 2022.

A CSU é um partido regional que domina a política da Baviera há décadas e forma uma união com a CDU em nível federal.

Entre a política e os negócios

Antes de entrar para a política, Merz, de 69 anos, estudou direito e trabalhou inicialmente como juiz, depois como advogado na Mayer Brown LLP. Ele também ocupou cargos de alto escalão em diversas grandes corporações, incluindo a BlackRock Alemanha e o HSBC Trinkaus & Burkhardt, além de integrar os conselhos da EY Alemanha, do Borussia Dortmund e da Deutsche Börse.

Merz é casado e tem três filhos. Segundo relatos, ele possui dois aviões, que pilota em seu tempo livre.

Ele afirma ter ingressado na CDU ainda na escola, chegando a liderar a filial local da juventude do partido. Em 1989, tornou-se membro do Parlamento Europeu, cargo que ocupou por cinco anos, antes de integrar o Bundestag (parlamento alemão) por 15 anos.

Grande parte da trajetória política de Merz nos anos 2000 foi marcada por uma rivalidade com Angela Merkel, com ambos disputando posições de liderança na CDU e no bloco parlamentar CDU-CSU. Merz tornou-se presidente e depois vice-líder desse grupo parlamentar a partir dos anos 2000.

Ele renunciou ao cargo em 2004, e na época, analistas sugeriram que isso ocorreu devido à ascensão de Merkel dentro do partido. As tensões entre os dois persistem até hoje. No mês passado, a ex-chanceler criticou Merz por sua cooperação com o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) em votações parlamentares.

Posições políticas

Assim como a CDU, Merz adota posições de centro-direita e é visto como um político conservador em questões sociais e pró-negócios.

Ele defende a redução de impostos para pessoas físicas e empresas, além do corte da burocracia para impulsionar os negócios e a inovação. Também propõe adaptar as condições regulatórias da indústria na Alemanha para atrair mais investimentos privados.

Entre suas promessas, está tornar o país mais atrativo para startups e criar um novo ministério dedicado à digitalização e à inteligência artificial.

O líder da CDU já indicou que poderia estar aberto a reformar a regra do “freio da dívida”, uma norma bastante debatida na Alemanha que limita o endividamento do governo e impõe restrições ao déficit orçamentário estrutural da administração federal.

Merz tem sido um forte crítico das políticas econômicas do governo de Olaf Scholz, argumentando que elas são responsáveis pelo atual desaquecimento da economia alemã e defendendo mudanças profundas.

Essa postura inclui críticas a políticas econômicas que, segundo ele, priorizam excessivamente o combate às mudanças climáticas. Embora reconheça a crise climática como um problema, Merz tem demonstrado ceticismo em relação a algumas medidas adotadas para enfrentá-la, como a construção de turbinas eólicas.

No campo da política externa, Merz sugeriu, durante a Conferência de Segurança de Munique no último fim de semana, que a Alemanha assuma uma posição de liderança mais forte na Europa. Ele também afirmou que a guerra na Ucrânia precisa ter um desfecho em breve e indicou que estaria aberto a fornecer mais armamentos ao país em conflito.

No entanto, Merz tem evitado responder diretamente a perguntas sobre os planos da Alemanha para os gastos com defesa, em meio ao debate sobre o aumento do financiamento dos países-membros da Otan nessa área.

O polêmico tema da imigração

Uma das pautas que mais geraram controvérsia para Merz é a imigração. Ele defende o endurecimento das medidas de segurança, o aumento das deportações e o fortalecimento do controle de fronteiras.

Também tem criticado as políticas alemãs de asilo e imigração, classificando-as como muito brandas e lentas, e relacionando-as a ataques violentos cometidos por pessoas que deveriam ter sido deportadas.

A questão ganhou ainda mais repercussão em janeiro, quando uma moção simbólica liderada por Merz recebeu apoio do partido de extrema direita AfD — marcando a primeira vez na história do pós-guerra alemão que uma maioria foi alcançada com a ajuda desse grupo político.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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