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Ucrânia fecha acordo crucial de minerais raros com os EUA, segundo relatos

Publicado qua, 26 fev 2025 • 9:17 AM GMT-0300 | Atualizado há 8 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A Ucrânia e os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre o acesso aos depósitos de minerais raros de Kiev, de acordo com reportagens da mídia.
  • A negociação ocorre enquanto Kiev busca fortalecer laços com seu principal aliado transatlântico em tempos de guerra, sob a administração de Donald Trump.
  • O rascunho do acordo prevê que os dois países desenvolverão em conjunto os recursos minerais da Ucrânia, incluindo petróleo e gás.
Trump e Zelensky

Trump e Zelensky

RS/Fotos Públicas

A Ucrânia e os Estados Unidos chegaram a um acordo sobre o acesso aos depósitos de minerais raros de Kiev, de acordo com relatos. A negociação ocorre enquanto Kiev busca fortalecer laços com seu principal aliado transatlântico em tempos de guerra, sob a administração de Donald Trump.

O rascunho do acordo prevê que ambos os países desenvolverão em conjunto os recursos minerais da Ucrânia, incluindo petróleo e gás. Além disso, os EUA desistiriam da exigência de direito a US$ 500 bilhões em receitas potenciais geradas pelo pacto, segundo o Financial Times, sendo o primeiro a divulgar a informação na terça-feira (25).

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deu a entender que o acordo está avançando, embora ainda não tenha sido assinado.

“Ouvi dizer que [há um acordo], ouvi dizer que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky virá na sexta-feira”, afirmou Trump a repórteres no Salão Oval, na terça-feira.

“Para mim, está tudo bem se ele quiser assinar comigo. E entendo que isso é um grande acordo, um acordo muito grande”, acrescentou. “São minerais raros e outras coisas”, disse, sem dar mais detalhes.

Trump afirmou que o acordo ofereceria à Ucrânia bilhões de dólares em ajuda, além de “muitos equipamentos e equipamentos militares, e o direito de continuar lutando”.

O texto do acordo não inclui garantias específicas de segurança para a Ucrânia, segundo o Financial Times — uma questão crucial para Kiev, que busca proteção contra novas agressões russas no período pós-guerra.

A CNBC entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia e com o Departamento de Estado dos EUA para obter comentários. Nem a CNBC, nem a NBC News tiveram acesso a uma cópia do “acordo-quadro”.

As agências Bloomberg News e Sky News também informaram que os termos do acordo foram definidos.

Ainda não está claro qual é a real extensão das riquezas minerais da Ucrânia. No entanto, um funcionário do Ministério da Economia ucraniano teria afirmado, no fim de semana, que recursos naturais avaliados em US$ 350 bilhões estão localizados em territórios ocupados pela Rússia, conforme reportado pelo Kyiv Independent no domingo.

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Olha Stefanishyna, teria liderado as negociações entre Washington e Kyiv sobre o acordo mineral e disse ao Financial Times, na terça-feira, que “ouvimos várias vezes da administração dos EUA que isso faz parte de um quadro mais amplo”.

“Direi que a Ucrânia é muito corajosa e tem bons soldados, mas, sem os Estados Unidos, seu dinheiro e seu equipamento militar, essa guerra teria terminado muito rapidamente”, acrescentou Trump na terça-feira.

Garantias de segurança

Ministros ucranianos devem recomendar a assinatura do acordo na quarta-feira, segundo fontes familiarizadas com as discussões informaram à Bloomberg. No entanto, Lisa Yasko, parlamentar ucraniana do partido Servo do Povo, de Zelensky, disse à CNBC que os legisladores sabem muito pouco sobre o acordo, além do que tem sido divulgado pela mídia.

Ela também demonstrou preocupação com o tom emocional das negociações.

“Não temos realmente nenhuma informação final sobre o acordo. Estamos ouvindo tudo pela mídia”, disse Yasko ao programa Street Signs, da CNBC, na quarta-feira.

“Isso é muito preocupante porque parece que as tensões e o clima geral estão seguindo uma direção emocional, quando, na verdade, precisamos de soluções racionais para nossa segurança, nossa economia e, de maneira geral, para nossa cooperação internacional”, afirmou.

“Isso não significa que sejamos contra o acordo. Somos favoráveis a ele, desde que haja garantias de segurança”, acrescentou.

Yuriy Sak, assessor do Ministério das Indústrias Estratégicas da Ucrânia, disse à BBC na quarta-feira que o acordo não atende integralmente às demandas dos EUA ou da Ucrânia, mas é “suficientemente bom para que o processo de negociação avance”.

“Muitas das coisas de que não gostávamos foram retiradas”, disse ele ao canal britânico, acrescentando que as discussões sobre garantias de segurança precisam continuar.

“Não faz sentido assinar um acordo sobre minerais críticos se os russos puderem reinvadir um mês depois da assinatura”, destacou.

Pressão para fechar o acordo

Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, o governo ucraniano tem sido pressionado a formalizar um acordo com os EUA. Inicialmente, Trump propôs que Kyiv concedesse aos Estados Unidos 50% da posse de seus minerais raros como forma de compensação pela ajuda militar recebida.

Em entrevista, Trump também chegou a afirmar que o acordo garantiria aos EUA acesso a US$ 500 bilhões em minerais raros, como uma forma de reembolso pela assistência já prestada à Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, contestou os valores da ajuda militar concedida pelos EUA, estimando-a em cerca de US$ 100 bilhões. Já uma análise independente do Instituto Kiel para a Economia Mundial apontou que o suporte dos EUA à Ucrânia soma 114,2 bilhões de euros, aproximadamente US$ 119,5 bilhões.

“De Trump, quero entender o que a Ucrânia pode obter, além de garantias de segurança e contingências após o fim da fase quente da guerra”, declarou Zelensky durante o fórum “Ucrânia: Ano 2025”, no domingo, às vésperas do terceiro aniversário da invasão russa.

“Um acordo deve ser vantajoso tanto para as empresas americanas quanto para o povo ucraniano”, acrescentou, em comentários traduzidos pela NBC News. “Não vou assinar algo que dez gerações de ucranianos terão que pagar.”

“Sobre esses US$ 500 bilhões, vamos lidar primeiro com os números. Sei que recebemos US$ 100 bilhões. Esse é um fato. Não vou reconhecer os US$ 500 bilhões… Na verdade, nem estou pronto para confirmar os US$ 100 bilhões. Explico o motivo: não devemos considerar doações como dívidas”, afirmou.

Zelensky também destacou que a assistência que a Ucrânia ainda recebe é um legado da administração anterior dos EUA, sob Joe Biden, e que “pelo que entendi, o acordo envolve uma condição para uma nova assistência”.

Na semana passada, o líder ucraniano afirmou que não poderia “vender” seu país e que a proposta inicial dos EUA não oferecia as garantias de segurança desejadas pela Ucrânia.

Segundo relatos, Zelensky ordenou que seus ministros não assinassem nenhum acordo, argumentando que a proposta apresentada priorizava os interesses dos EUA e oferecia pouco em troca para a Ucrânia.

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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

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