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Mercado em queda: Ibovespa recua 0,81% e dólar também tem dia negativo

Publicado 11/03/2025 • 18:01 | Atualizado há 18 horas

Estadão Conteúdo

KEY POINTS

  • Com os mercados globais ainda pressionados pelos desdobramentos em torno do protecionismo de Trump nos EUA, o Ibovespa seguiu em baixa de 0,81% nesta terça-feira (11), aos 123.507,35 pontos no fechamento, o que reduz o ganho acumulado no mês a 0,58%.
  • Nas duas primeiras sessões da semana, a leitura agregada é de -1,22%, limitando o avanço do ano a 2,68%.
  • O dólar acentuou o ritmo de baixa ao longo da tarde, em sintonia com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, e encerrou a sessão desta terça-feira (11), em queda firme, no nível de R$ 5,81, após mínimas na casa de R$ 5,80.
Ibovespa.

Ibovespa.

Unsplash.

Com os mercados globais ainda pressionados pelos desdobramentos em torno do protecionismo de Trump nos EUA, o Ibovespa seguiu em baixa de 0,81% nesta terça-feira (11), aos 123.507,35 pontos no fechamento, o que reduz o ganho acumulado no mês a 0,58%. Nas duas primeiras sessões da semana, a leitura agregada é de -1,22%, limitando o avanço do ano a 2,68%.

Nesta terça-feira, com giro a R$ 19,5 bilhões na B3, poucos carros-chefes do Ibovespa conseguiram se desvencilhar do viés negativo, como Vale, que reagiu à tarde e encerrou em alta de 0,83%. Petrobras ON e PN, por sua vez, caíram 2,06% e 1,50%, apesar da estabilização do petróleo na sessão.

Em entrevista à Energy Intelligence, durante a CERAWeek, uma das maiores conferências de energia do mundo, promovida pela S&P Global, em Houston (EUA), a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que os preços do petróleo para este ano devem variar entre US$ 70 e US$ 75 por barril – enquanto o plano de negócios da estatal previa a commodity a US$ 83. “Se começarmos a normalizar os fluxos de energia no mundo, suspender as sanções à Rússia, com mais produtores colocando petróleo nos mercados, o preço cairá”, disse Chambriard.

Entre os grandes bancos, as perdas foram a 2,11% (Santander Unit) nesta terça-feira. Na ponta ganhadora, Automob (+4,00%), LWSA (+3,79%) e Viva (+3,16%). No lado oposto, Marcopolo (-4,46%), Auren (-3,35%) e Pão de Açúcar (-3,25%).

“Dinâmica bem confusa nos mercados hoje, aqui, com juros futuros em queda, mas também no dólar frente ao real e da Bolsa. As expectativas estão mudando, com prêmio de risco cedendo ante a percepção de que há perda de força do governo para as próximas eleições, um movimento ainda muito especulativo pela distância temporal”, diz Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos.

“Há um movimento de correção esperado, com muito prêmio ainda na parte longa da curva. Mas se olharmos o contexto mais amplo, também há uma baixa no dólar, com efeito para as bolsas americanas em correção de mais de 10% este ano, em que o S&P 500 está abaixo da média móvel de 200 períodos, ante Trump, o que não se via desde outubro de 2023”, acrescenta o analista, referindo-se a preços esticados nos Estados Unidos para os ativos – “agora em perda de momentum” com o “tarifaço protecionista” do presidente americano, que resulta em posições mais defensivas. Nesta terça-feira, o dólar fechou o dia em baixa de 0,69%, a R$ 5,8117.

Por outro lado, os “preços dos ativos ficaram tão baratos no Brasil que já começam a compensar o risco”, acrescenta Moura. “Precisamos dessa base macro mais favorável, em juros futuros e dólar, para que a Bolsa volte a subir com consistência.”

“Essa posição negociadora de Trump – especialmente Canadá e México, com os quais tem sido mais agressivo – começa a afetar a economia e a incomodar os mercados, resultando em aversão a risco um pouco mais elevada”, resume Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha investimentos, acrescentando que o Ibovespa acompanhou o mal-estar externo ao longo da sessão.

Em publicação no X, antigo Twitter, nesta terça-feira, o novo líder do Partido Liberal do Canadá e primeiro-ministro, Mark Carney, afirmou que as novas tarifas de Trump contra o país são um ataque aos trabalhadores, famílias e empresas canadenses. “Meu governo garantirá que nossa resposta tenha o máximo impacto nos EUA e o mínimo impacto aqui no Canadá”, acrescentou Carney, que antes de chegar à liderança política do país presidiu tanto o Banco da Inglaterra como o do Canadá.

Por sua vez, após conversa com o secretário do Comércio americano, Howard Lutnick, o primeiro-ministro da província canadense de Ontário, Doug Ford, disse que as sobretaxas de 25% em eletricidade para os EUA foram suspensas temporariamente.

Pela manhã, Donald Trump anunciou tarifa adicional de 25% sobre o aço e o alumínio importados do Canadá, elevando a taxa total para 50%.

Segundo ele, a medida respondia à tarifa previamente imposta por Ontário sobre a eletricidade enviada aos EUA. A nova alíquota já entraria em vigor na manhã de 12 de março, de acordo com o presidente norte-americano, mas agora à tarde ele mostrou também estar disposto a recuar, mais uma vez, após a mudança de posição de Ontário. “Podemos recuar nas tarifas de 50% sobre o Canadá”, afirmou Trump agora, no fim de tarde.

Dólar cai 0,69% a R$ 5,81 em dia de recuperação de divisas emergentes

O dólar acentuou o ritmo de baixa ao longo da tarde, em sintonia com o comportamento da moeda norte-americana no exterior, e encerrou a sessão desta terça-feira (11), em queda firme, no nível de R$ 5,81, após mínimas na casa de R$ 5,80.

Notícia de que a Ucrânia aceitou proposta norte-americana para um cessar-fogo na guerra contra a Rússia e o recuo temporário da província canadense de Ontário na aplicação de tarifas de 25% à energia elétrica exportada aos EUA foram bem recebidos pelos investidores.

Pela manhã, o presidente Donald Trump havia anunciado tarifa adicional de 25% sobre o aço e o alumínio canadense, elevando a tarifa total 50%, em contraofensiva a iniciativa de Ontário na segunda-feira. À tarde, Trump disse que poderia desistir da sobretaxa de 25% para os produtos canadenses a partir da quarta-feira, o que foi confirmado em seguida.

Divisas emergentes e de países exportadores já se valorizavam em relação ao dólar desde a abertura dos negócios, em movimento de correção parcial das pesadas perdas da segunda-feira, quando os temores de recessão nos EUA abalaram ativos de risco.

Com mínima a R$ 5,8037, o dólar à vista terminou a sessão em queda de 0,69%, a R$ 5,8117. Com isso, a divisa passa a acumular desvalorização de 1,77% nos cinco primeiros pregões de março, após alta de 1,37% em fevereiro. No ano, o dólar recua 5,96%.

“Temos hoje um movimento global de desvalorização do dólar, que ainda está forte. Com a perspectiva de taxa de juros menor e economia desacelerando, os Estados Unidos vão atrair menos fluxo, o que favorece divisas emergentes”, afirma o head da Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY caía cerca de 0,60% no fim da tarde e operava ao redor dos 103,370 pontos, após mínima aos 103,221 pontos, graças sobretudo às perdas do euro.

Divulgado no fim da manhã, relatório Jolts mostrou que a abertura de postos de trabalho nos Estados Unidos subiu para 7,74 milhões em janeiro, resultado praticamente em linha com a expectativa de analistas.

Investidores aguardam a divulgação na quarta-feira do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA em fevereiro para calibrar as apostas em relação aos próximos passos do Federal Reserve, o banco central norte-americano.

Por ora, as apostas majoritárias se inclinam para uma redução total de 75 pontos-base neste ano, com o primeiro corte em maio ou junho. À tarde, Trump disse que está “muito otimista” com as perspectivas para a economia dos EUA, que “vai bombar”.

Lembrando que a taxa de câmbio oscilou entre R$ 5,70 e R$ 5,90 nos dois primeiros meses de 2025, após um “overshooting” que levou o dólar a R$ 6,30 em dezembro, a equipe de econômica da XP traça três cenários para o comportamento da moeda norte-americana.

No cenário base, haveria uma leve depreciação do real, com o dólar indo a R$ 5,90. Isso leva em conta a perspectiva de menor crescimento econômico com a guerra comercial, maior aversão ao risco e postura mais rígida do Fed, sem cortes de juros neste ano. Outros pontos seriam estabilidade dos preços de commodities e ausência de piora do risco-país brasileiro.

Já no quadro mais otimista traçado pela XP, sem aumentos significativos nas tarifas de importação por Trump e cortes de juros pelo Fed neste ano, o dólar escorrega para R$ 5,40. Esse cenário leva em conta também nova rodada de medidas de ajustes fiscal pelo governo Lula.

Na outra ponta, mais pessimista, o dólar vai a R$ 6,45. Tal cenário teria como premissa a manutenção da guerra comercial ao longo do ano e mais pressão inflacionária nos EUA, o que levaria a debates sobre alta de juros pelo Fed, além de deterioração fiscal maior no Brasil.

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