CNBC Forever 21 culpa Shein e Temu pelo fechamento de suas lojas nos EUA

Brasil

Forever 21 culpa Shein e Temu pelo fechamento de suas lojas nos EUA

Publicado 17/03/2025 • 13:32 | Atualizado há 15 horas

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • A empresa deve encerrar todas as operações nos EUA e já começou a liquidação de suas mais de 350 lojas, mas ainda está aberta a ofertas caso um comprador queira assumir o estoque e continuar com as lojas, conforme mostram os registros judiciais.
  • A empresa atualmente deve US$ 1,58 bilhão em vários empréstimos e mais de US$ 100 milhões a dezenas de fabricantes de roupas, principalmente localizados na China e na Coreia.
  • Nos últimos três anos fiscais, a empresa perdeu mais de US$ 400 milhões, incluindo US$ 150 milhões no ano fiscal de 2024. A empresa projeta uma perda de US$ 180 milhões em EBITDA até 2025.

A Forever 21 tem procurado um comprador há vários meses e fez contato com mais de 200 possíveis compradores

Pixabay

A Forever 21 entrou com um pedido de proteção contra falência pela segunda vez em seis anos, no último domingo (17), e culpou os varejistas de moda rápida Shein e Temu pela sua falência.

A empresa operadora do varejista deve encerrar todas as operações nos EUA e já começou a liquidação de suas mais de 350 lojas, mas continua aberta a ofertas caso um comprador queira assumir o estoque e continuar com as lojas, conforme mostram os registros judiciais.

A Forever 21 procura um comprador há vários meses e contactou mais de 200 possíveis compradores, 30 dos quais assinaram acordos de confidencialidade, mas nenhum acordo viável foi fechado, de acordo com documentos judiciais.

A CNBC havia informado anteriormente que a empresa operadora estava em conversas com liquidadoras e teria dificuldades para encontrar um comprador para o seu negócio.

A falência da empresa ocorre seis anos após ela sair de sua primeira falência, somente para enfrentar a pandemia de Covid-19, a inflação mais alta em décadas e a nova concorrência de empresas fundadas na China, como Shein e Temu.

Em um registro judicial, Stephen Coulombe, co-diretor de reestruturação da empresa operadora, disse que a Forever 21 foi “material e negativamente impactada” pelo uso da isenção de “de minimis” pela Shein e Temu, o que “prejudicou” seus negócios.

A isenção é uma brecha na legislação comercial que historicamente permitiu que mercadorias avaliadas em menos de US$ 800 fossem enviadas para os EUA sem tarifas de importação. O presidente Donald Trump está tentando acabar com essa isenção.

“Certos varejistas online não americanos que competem com os Devedores, como Temu e Shein, aproveitaram essa isenção e, portanto, conseguiram repassar grandes economias aos consumidores”, escreveu Coulombe.

“Consequentemente, os varejistas que precisam pagar tarifas e impostos para comprar produtos para suas lojas e armazéns nos Estados Unidos, como a empresa, foram prejudicados.”

“Apesar de amplos apelos de empresas dos EUA e grupos da indústria para que o governo dos EUA crie condições iguais para os varejistas americanos, fechando a isenção, as leis e políticas dos EUA não resolveram o problema”, acrescentou.

A operadora da Forever 21, Sparc Group, que recentemente se reorganizou para formar uma nova empresa chamada Catalyst Brands, tentou combater a ameaça competitiva da Shein em 2023, fazendo uma parceria com a nova marca. Mas o acordo não foi suficiente para conter as perdas da empresa ou levar a mudanças nas regras de minimis, disse Coulombe.

“A capacidade de varejistas não americanos de vender seus produtos a preços drasticamente mais baixos para os consumidores dos EUA impactou significativamente a capacidade da empresa de reter sua base de clientes tradicional”, escreveu Coulombe.

Embora a empresa operadora da Forever 21 esteja caminhando para uma liquidação total nos EUA, isso não significa que a marca deixará de existir. Suas lojas internacionais e o site devem continuar operando, e o nome da marca e outros direitos de propriedade intelectual pertencentes à empresa de gestão de marcas Authentic Brands Group não estão à venda, conforme informou a CNBC.

A empresa ainda pode encontrar novos operadores dispostos a administrar os negócios nos EUA, agora ou no futuro.

“Estamos recebendo muito interesse de fortes operadores de marca e especialistas digitais que compartilham nossa visão e estão prontos para levar a marca ao próximo nível”, disse Jarrod Weber, presidente global de estilo de vida da Authentic Brands Group, em um comunicado.

“A decisão do nosso licenciante nos EUA de reestruturar suas operações não impacta a propriedade intelectual da Forever 21 nem seus negócios internacionais. Isso apresenta uma oportunidade de acelerar a modernização do modelo de distribuição da marca, preparando-a para competir e liderar no fast fashion nas próximas décadas.”

Após sua primeira falência, a Forever 21 teve um período de alívio no qual os negócios se saíram bem. Ela foi comprada por um consórcio que incluía a Authentic Brands Group e os proprietários Simon Property Group e Brookfield Property Partners, e obteve novos investimentos e uma redução no número de lojas.

No ano fiscal de 2021, a empresa gerou US$ 2 bilhões em receita e US$ 165 milhões em EBITDA. Mas, à medida que a concorrência e a inflação aumentaram, agravadas por desafios na cadeia de suprimentos e mudanças nas preferências dos consumidores, o desempenho da Forever 21 começou a declinar.

Nos últimos três anos fiscais, a empresa perdeu mais de US$ 400 milhões, incluindo US$ 150 milhões no ano fiscal de 2024. A empresa projeta uma perda de US$ 180 milhões em EBITDA até 2025.

No ano passado, o CEO da Authentic Brands Group, Jamie Salter, disse em uma conferência que a compra da empresa foi “provavelmente o maior erro que já cometi”. Alguns meses depois, a CNBC informou que a empresa estava pedindo aos proprietários de imóveis que cortassem seu aluguel em até 50% enquanto tentava cortar custos e evitar uma segunda falência.

Embora esses esforços tenham gerado uma economia de US$ 50 milhões, não foram suficientes para compensar as perdas da empresa.

A empresa operadora atualmente deve US$ 1,58 bilhão em vários empréstimos e mais de US$ 100 milhões a dezenas de fabricantes de roupas, principalmente localizados na China e na Coreia.

Fundada em 1984, a Forever 21 é amplamente reconhecida como uma líder no movimento de fast fashion. Em seu auge, a empresa empregava 43.000 pessoas e gerava mais de US$ 4 bilhões em vendas anuais.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, Pluto TV, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

MAIS EM Brasil