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Como os EUA chegaram aos números das tarifas?
Publicado 03/04/2025 • 13:24 | Atualizado há 5 meses
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Publicado 03/04/2025 • 13:24 | Atualizado há 5 meses
KEY POINTS
Presidente Donald Trump durante anúncio de tarifas em 2 de abril de 2025.
Daniel Torok/ White House
Os mercados agora estão focados em entender como o governo do presidente dos EUA, Donald Trump, determinou os valores das amplas tarifas sobre as importações americanas, anunciadas na quarta-feira (2). O anúncio causou turbulência nos mercados financeiros globais e gerou preocupações em diversos países.
Trump e a Casa Branca divulgaram uma série de gráficos nas redes sociais detalhando as alíquotas tarifárias que, segundo eles, outros países impõem aos Estados Unidos. Essas supostas taxas incluem fatores como “Manipulação Cambial e Barreiras Comerciais”.
Uma coluna ao lado nos gráficos exibe as novas taxas de tarifas dos EUA para cada país, incluindo a União Europeia.
Em muitos casos, essas tarifas são aproximadamente metade do que a administração Trump afirma que cada país “cobrou” dos EUA. A CNBC não conseguiu verificar de forma independente os dados do governo americano sobre essas taxas.
Não demorou para que analistas do mercado tentassem reverter a fórmula usada pelo governo — com resultados confusos. Muitos, incluindo o jornalista e autor James Surowiecki, apontaram que os EUA parecem ter dividido o déficit comercial pelo total de importações de determinado país para chegar às tarifas individuais.
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Essa metodologia não segue a abordagem convencional para calcular tarifas e sugere que os EUA consideraram apenas o déficit comercial de bens, ignorando o comércio de serviços.
Por exemplo, os EUA afirmam que a China impõe uma tarifa de 67%. Segundo dados oficiais, os EUA tiveram um déficit de US$ 295,4 bilhões com a China em 2024, enquanto as importações de bens totalizaram US$ 438,9 bilhões. Se dividirmos US$ 295,4 bilhões por US$ 438,9 bilhões, o resultado é exatamente 67%. A mesma lógica se aplica ao Vietnã.
“A fórmula se baseia nos desequilíbrios comerciais com os EUA, em vez de considerar as tarifas recíprocas no sentido de nível tarifário ou distorções não tarifárias”, explicou Trinh Nguyen, economista sênior para mercados emergentes da Natixis.
“Isso torna muito difícil para os países asiáticos — especialmente os mais pobres — atenderem à demanda dos EUA para reduzir tarifas no curto prazo, pois o critério seria comprar mais produtos americanos do que exportam para os EUA”, afirmou Nguyen.
“Dado que os bens americanos são muito mais caros e que o poder de compra é menor nos países mais afetados pelas tarifas, essa opção não é viável. O Vietnã, por exemplo, tem o quarto maior superávit comercial com os EUA e já havia reduzido tarifas antes do anúncio, sem receber nenhuma compensação por isso”, acrescentou.
Os EUA também parecem ter aplicado uma tarifa de 10% para regiões onde possuem superávit comercial.
O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (U.S. Trade Representative, USTR) explicou sua abordagem em seu site, e a metodologia divulgada se assemelha ao que analistas independentes já haviam identificado, com algumas diferenças.
“Embora calcular individualmente os efeitos do déficit comercial de dezenas de milhares de tarifas, regulamentos, impostos e outras políticas em cada país seja complexo – senão impossível –, seus impactos combinados podem ser estimados ao calcular a taxa de tarifa necessária para zerar os déficits comerciais bilaterais. Se os déficits persistem devido a políticas tarifárias, não tarifárias e fundamentos econômicos, então a tarifa necessária para compensar esses fatores é recíproca e justa”, afirma o site do USTR.
O órgão também incluiu estimativas sobre a elasticidade das importações em relação aos preços – ou seja, o quão sensível a demanda por produtos estrangeiros é às variações de preço – e o impacto do repasse das tarifas para os preços finais dos bens importados.
Uma captura de tela da página do USTR exibe em detalhes a metodologia e a fórmula utilizadas no cálculo. Alguns analistas reconhecem que a abordagem do governo dos EUA pode lhe dar mais margem para negociações.
“Tudo o que posso dizer é que a falta de transparência nos números das tarifas pode dar mais flexibilidade para fechar acordos, mas isso pode ter um custo para a credibilidade dos EUA”, afirmou Rob Subbaraman, chefe de pesquisa macroeconômica global do Nomura.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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