O presidente dos EUA, Donald Trump, apertou o botão de pausa em suas pesadas tarifas “recíprocas” e as trocou por uma taxa universal de 10% por 90 dias. As ações dispararam com a notícia, atingindo números históricos. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse que esse era o plano de Trump “desde o início”.
Se o plano é bom ou não, é outra história. Os investidores não devem se deixar levar pela onda de euforia nos mercados na quarta-feira (9). Lembre-se: Trump concedeu uma pausa de 90 dias para que acordos fossem feitos. A tarifa de 10% não é a taxa permanente. E ainda existem tarifas maciças sobre a China, um dos maiores parceiros comerciais dos EUA.
Ralis de alívio também são mais comuns durante quedas prolongadas, como na bolha das ponto com dos anos 2000 ou na crise financeira de 2008.
Enquanto as negociações continuam, a incerteza — a inimiga dos mercados — ainda dita o jogo, e pode até fazer parte do plano — se é que realmente existe um.
O que você precisa saber hoje
Trump reduz tarifas para 10% por 90 dias
O presidente Donald Trump reduziu as novas tarifas sobre importações da maioria dos parceiros comerciais dos EUA para 10% por 90 dias, para permitir negociações com esses países. Trump anunciou a pausa na quarta-feira, poucas horas após mercadorias de quase 90 nações passarem a ser alvo de tarifas mais rígidas, chamadas de “recíprocas”. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, disse a repórteres que o recuo nas tarifas era a estratégia de Trump “desde o início”. No entanto, Trump aumentou as tarifas sobre importações da China para 125%, após Pequim elevar suas tarifas sobre produtos dos EUA de 34% para 84%, com início em 10 de abril.
Alta histórica e maciça nas ações
As ações dos EUA dispararam na quarta-feira com um rali de alívio dominando os mercados. O S&P 500 saltou 9,52%, sua maior alta diária desde 2008 e o terceiro maior salto da história pós-Segunda Guerra. O Dow Jones subiu 7,87%, sua maior valorização desde março de 2020. O Nasdaq Composite disparou 12,16%, registrando sua maior alta diária desde janeiro de 2001 e seu segundo melhor dia da história. Cerca de 30 bilhões de ações foram negociadas, tornando-se o dia de maior volume da história de Wall Street, segundo registros de 18 anos.
Apenas um “salto de gato morto”?
Talvez seja cedo para comemorar os ganhos do mercado. O Nasdaq teve seu segundo melhor dia na quarta-feira, atrás apenas de um salto de 14,17% em janeiro de 2001 — no meio do estouro da bolha das ponto com. E durante a crise financeira de outubro de 2008, o Nasdaq teve dois dos seus cinco melhores dias de todos os tempos. Chame de “salto de gato morto”, rali de alívio ou cobertura de posições vendidas. É uma reação comum durante os piores momentos de Wall Street, escreveu Ari Levy, da CNBC.
Ações de tecnologia asiáticas disparam
Os mercados da Ásia-Pacífico subiram em sintonia com Wall Street na quinta-feira (10). O Nikkei 225 do Japão disparou mais de 8% e o Kospi da Coreia do Sul saltou mais de 6%. Ambos os índices foram impulsionados pelos ganhos de gigantes asiáticas de tecnologia, como Renesas Electronics, SoftBank Group, SK Hynix e Samsung Electronics. As ações listadas em Hong Kong, no entanto, não subiram tanto, já que o sentimento dos investidores foi afetado pela escalada da guerra comercial entre EUA e China.
Mais sinais de deflação na China
O índice de preços ao consumidor da China caiu 0,1% em março na comparação anual, permanecendo em território deflacionário após uma queda de 0,7% em fevereiro, segundo dados divulgados pelo Escritório Nacional de Estatísticas na quinta-feira. Uma pesquisa da Reuters com economistas havia previsto uma leitura estável em relação ao mesmo período do ano passado. Os preços ao produtor caíram pelo 29º mês consecutivo, recuando 2,5% em março ante o mesmo mês de 2024.
Goldman eleva — e depois reduz — probabilidade de recessão
Menos de uma hora antes da pausa nas tarifas anunciada por Trump, o Goldman Sachs aumentou sua previsão de recessão nos EUA e previu que a economia do país encolheria este ano — depois, o banco quase imediatamente voltou atrás. Veja o que o economista-chefe do Goldman, Jan Hatzius, está dizendo sobre as atualizações na política comercial dos EUA.
E por fim…
OpenAI diz que Musk conduz “campanha ilegal de assédio” contra a empresa em ação judicial
A OpenAI entrou com um processo na quarta-feira contra Elon Musk, alegando que a pessoa mais rica do mundo “usou todos os meios possíveis para prejudicar” a empresa de inteligência artificial.
A ação, movida em um tribunal federal que no mês passado, bloqueou a tentativa de Musk de impedir que a organização sem fins lucrativos se transformasse em uma entidade com fins lucrativos, busca indenizações punitivas pelas ações de Musk e uma liminar para impedi-lo de continuar interferindo nas operações da empresa.
Musk é CEO da Tesla e da SpaceX, dono da rede social X e da rival da OpenAI, a xAI, que ele fundou em 2023.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
