No programa de estreia do Cripto Brasil, do Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, o analista técnico especialista em criptoativos, Fausto Botelho, comentou sobre os efeitos da guerra tarifária imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no mercado financeiro e a correlação entre ações e criptoativos.
O programa É apresentado por Rita Wu, especialista em inovação e apresentadora do Ciência para Negócios, também do Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC, e pelo CEO da Digitra, Rodrigo Batista.
“O mercado de criptomoedas está de bracinho dado com o mercado de ações”, afirmou Botelho, acrescentando que a entrada de Wall Street no universo cripto trouxe tanto vantagens quanto desvantagens. “Comemoramos a entrada de Wall Street no mundo cripto, mas isso trouxe as vantagens e as desvantagens. Agora temos aí toda a volatilidade que Wall Street traz, com fundos de ETF participando do mercado e tudo mais.”
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Impacto das tarifas
Sobre o impacto das tarifas, Botelho considera que o tarifaço é um elemento que acelera um movimento já existente. “A tarifa, na minha opinião, é apenas um catalisador de uma situação que já vem se estendendo há anos, que é a supervalorização do mercado de ações.”
Segundo ele, essa supervalorização ocorre há mais de dois anos. “Nós tivemos uma injeção de adrenalina com reativan concentrado que foi a IA, que fez os preços subirem a níveis aí hiper valorizados, na minha opinião, e isso requer uma volta desses preços ao que nós podemos chamar de valor real.”
Trajetória de Fausto Botelho
Fausto Botelho também falou sobre sua entrada no mercado de criptoativos. “Eu tenho uma empresa, que já vai fazer 42 anos, que é a Enfoque, que tem um software de acompanhamento dos mercados.” Apesar da longa trajetória no mercado tradicional, ele diz que entrou atrasado no mercado cripto. “Entrei em 2017 no mercado de cripto. Eu estava querendo saber da tal da Bitcoin. Achei que era um ativo e tive a sorte de poder dar carona numa viagem para o interior de 3 horas para uma pessoa que tinha entrado lá no começo, sabia tudo. Então tinha todas as respostas, e eu tinha todas as perguntas.”
Ele relatou surpresa ao descobrir a quantidade de ativos existentes. “Parece que tem mais umas criptomoedas… hoje são criptoativos. E ele me falou, e eu tomei o primeiro susto: ‘tem mais, acho que eram 600 e tantos criptoativos que já existiam’.”
Questionado sobre a diferença entre administrar uma empresa de mercado tradicional e uma voltada ao mercado cripto, ele destacou a mudança de rotina. “Bitcoin, por exemplo, domingo à tarde, está lá negociando a todo vapor.” Ainda assim, afirma que sua rotina não foi profundamente afetada. “Como eu sou especializado, tenho experiência de 42 anos de Enfoque, 47 anos de análise técnica, eu pude usar a análise técnica, que é o estudo dos gráficos, para tentar saber se os preços vão subir ou vão cair.”
Análise técnica dos criptoativos
Explicando a análise técnica, Botelho disse que existem duas abordagens principais para prever o comportamento do mercado. “A escola fundamental vê os fundamentos e como eles vão afetar o comportamento das pessoas. A escola técnica usa uma abordagem diferente: deixa que as pessoas ajam, e através dos gráficos ela analisa, observa e procura interpretar o comportamento das pessoas.”
Segundo ele, os gráficos funcionam como reflexo da média ponderada das opiniões dos participantes. “A verdade, eu chamo de massa. A média das opiniões de todos os participantes do mercado, ponderada em função do poder de fogo de cada participante, é que comanda os preços.”
O analista observou ainda que, desde 2009, os preços seguem uma tendência de alta, que pode estar perto do fim. “No momento, a gente tem uma observação de que a massa esteve comandando os preços numa tendência de alta desde 2009. Agora isso está para ser rompido.”
“Se ela rompe uma chamada reta de suporte de longo prazo, ou reta de tendência de longo prazo, a gente pode interpretar que está começando uma nova tendência. Depois de uma tendência de alta, vem uma tendência de baixa. Por isso, a nossa desconfiança é que é muito possível que o mercado americano de ações esteja começando aí uma tendência de baixa de longo prazo”, concluiu o analista.
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