Tarifas de Trump sobre veículos podem reduzir vendas em milhões e gerar custo de US$ 100 bilhões
Publicado 12/04/2025 • 11:14 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 12/04/2025 • 11:14 | Atualizado há 2 meses
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Pixabay.
As tarifas de 25% sobre veículos importados, mantidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam em vigor e devem provocar impactos significativos na indústria automotiva global, segundo análises de especialistas do setor e de Wall Street.
Relatórios apontam que as medidas podem causar queda nas vendas de veículos na ordem de milhões de unidades, além de elevar os preços de carros novos e usados e gerar um custo adicional superior a US$ 100 bilhões para o setor.
“Estamos observando uma mudança estrutural, impulsionada por decisões políticas, que tende a ser duradoura”, afirmou Felix Stellmaszek, líder global de automotiva e mobilidade da consultoria Boston Consulting Group (BCG), em entrevista à CNBC. “Este pode ser o ano mais decisivo da história da indústria automotiva, não apenas pelos custos imediatos, mas por estar forçando uma transformação profunda em como e onde os veículos são produzidos.”
A BCG estima que as tarifas possam adicionar entre US$ 110 bilhões e US$ 160 bilhões anuais em custos à cadeia automotiva, afetando cerca de 20% da receita do mercado norte-americano de veículos novos, ao elevar os custos de produção de montadoras tanto dos EUA quanto estrangeiras.
O Center for Automotive Research, think tank sem fins lucrativos baseado em Michigan, prevê um impacto de US$ 107,7 bilhões apenas para montadoras que operam nos Estados Unidos — sendo US$ 41,9 bilhões para as gigantes de Detroit: General Motors, Ford e a Stellantis, controladora da Chrysler.
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As análises levam em conta a tarifa de 25% sobre veículos importados, implementada em 3 de abril, além de tarifas adicionais sobre autopeças, que devem entrar em vigor até 3 de maio.
Embora fabricantes e fornecedores possam absorver parte dos custos, analistas acreditam que o aumento será repassado ao consumidor final, pressionando as vendas.
“Acreditamos que as tarifas devem elevar os custos de importação e produção de veículos nos EUA em pelo menos alguns milhares de dólares por unidade. Será difícil para a indústria repassar totalmente esse aumento, especialmente diante de uma demanda mais fraca”, afirmou Mark Delaney, analista do Goldman Sachs, em comunicado a investidores.
O Goldman Sachs projeta que os preços líquidos de veículos novos nos Estados Unidos subirão de US$ 2.000 a US$ 4.000 nos próximos 6 a 12 meses, refletindo os custos das tarifas.
Diversas montadoras já anunciaram respostas às medidas. Fabricantes com maior produção doméstica, como Ford e Stellantis, estão oferecendo promoções temporárias com preços de funcionário. Já a britânica Jaguar Land Rover suspendeu o envio de veículos aos EUA, enquanto a Hyundai informou que manterá os preços estáveis por pelo menos dois meses.
A confiança do consumidor registrou queda em abril, com expectativas de inflação atingindo o maior nível desde 1981, segundo levantamento da Universidade de Michigan.
Segundo Sam Abuelsamid, vice-presidente da consultoria Telemetry, muitas montadoras ainda contam com cerca de dois meses de estoque de veículos não afetados pelas tarifas, o que pode ajudar a segurar os preços por um período limitado.
A Telemetry projeta que os custos mais altos de produção e peças podem resultar em uma redução de até 2 milhões de veículos vendidos por ano nos EUA e no Canadá, com efeitos colaterais sobre toda a economia.
“Uma queda de alguns milhões de unidades nas vendas terá impacto econômico amplo”, afirmou Abuelsamid. “Isso é impulsionado pelo aumento generalizado dos preços, não apenas de veículos, o que reduz o poder de compra da população.”
A acessibilidade de veículos novos e usados já é uma preocupação há anos. A Cox Automotive informa que o preço médio de um carro novo nos EUA está próximo de US$ 50 mil — sem incluir os custos de financiamento, que também dispararam.
As taxas de financiamento estão em níveis historicamente altos: 9,64% para veículos novos e quase 15% para usados, segundo a Cox.
“Esperamos uma redução nos descontos e uma aceleração nos aumentos de preços à medida que as tarifas forem repassadas e a oferta diminuir, o que vai encarecer praticamente todos os modelos novos”, disse Jonathan Smoke, economista-chefe da Cox Automotive, durante evento virtual.
A Cox estima que as tarifas podem elevar em até US$ 6.000 o preço de veículos importados e em US$ 3.600 o preço de modelos fabricados nos EUA, devido ao encarecimento das peças. Além disso, há acréscimos de US$ 300 a US$ 500 devido às tarifas já existentes sobre aço e alumínio.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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