A Nvidia disse na terça-feira (15) que registrará uma despesa trimestral de cerca de US$ 5,5 bilhões ligada à exportação de unidades de processamento gráfico H20 para a China e outros destinos. A ação caiu 6% nas negociações estendidas.
Em 9 de abril, o governo dos EUA informou à Nvidia que ela precisaria de uma licença para exportar os chips para a China e um punhado de outros países, disse a empresa em um documento.
A divulgação é o sinal mais forte até agora de que o crescimento histórico da Nvidia pode ser desacelerado pelas crescentes restrições de exportação sobre seus chips, que o governo dos EUA afirma poderem ser usados para criar supercomputadores com fins militares.
Durante a administração do presidente Biden, os EUA restringiram as exportações de chips de IA em 2022 e depois atualizaram as regras no ano seguinte para impedir a venda de processadores de IA mais avançados. O H20 é um chip de IA para a China que foi projetado para estar em conformidade com as restrições de exportação dos EUA. Ele gerou uma receita estimada entre US$ 12 bilhões e US$ 15 bilhões em 2024.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse na última conferência de resultados trimestrais da empresa em fevereiro que a receita proveniente da China havia caído para metade dos níveis anteriores ao controle de exportação. Huang alertou que a concorrência na China está crescendo e, pelo segundo ano consecutivo, a Nvidia listou a Huawei como concorrente em seu relatório anual.
O chip H20 da Nvidia é comparável aos chips de IA H100 e H200 usados nos EUA e em outros países, mas possui velocidades de interconexão mais lentas. Ele é baseado em uma geração anterior da arquitetura de IA chamada Hopper, apresentada em 2022. Atualmente, a Nvidia está focada em vender sua geração atual de chips de IA, chamada Blackwell.
A DeepSeek, empresa chinesa cujo modelo competitivo de IA revelado no início deste ano abalou os mercados, usou chips H20 em suas pesquisas.
Além dos controles de exportação chineses já existentes, a Nvidia também enfrenta novas restrições sobre o que pode exportar a partir do próximo mês, sob as “regras de difusão de IA” propostas pela administração Biden.
A Nvidia argumenta que os controles sobre seus chips sufocariam a concorrência e poderiam até mesmo corroer a vantagem tecnológica dos EUA. A empresa já havia dito que transferiu algumas de suas operações, incluindo testes e distribuição, para fora da China após os controles de exportação de 2022.
Na conferência da empresa no mês passado, ao ser questionado sobre os controles de exportação para a China, o CEO Jensen Huang disse que a empresa trabalha para cumprir a lei, mas também observou que cerca de metade dos pesquisadores de IA do mundo são da China — e muitos deles trabalham em laboratórios de IA sediados nos EUA.
A Nvidia divulgará os resultados do primeiro trimestre fiscal em 28 de maio.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
