Nova ameaça tarifária de Trump gera respostas severas de países da UE
Publicado 23/05/2025 • 15:57 | Atualizado há 16 horas
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Publicado 23/05/2025 • 15:57 | Atualizado há 16 horas
KEY POINTS
O presidente Donald Trump comparece ao anúncio da Comissão MAHA (Make America Healthy Again), quinta-feira, 22 de maio de 2025, no Salão Leste da Casa Branca.
Casa Branca / Molly Riley / Flickr
O presidente Donald Trump reacendeu a guerra comercial dos EUA nesta sexta-feira (23), ameaçando impor uma tarifa de 50% à União Europeia — e gerando uma forte reação dos políticos europeus.
Se entrarem em vigor, as novas tarifas sobre Bruxelas aumentarão drasticamente a atual taxa básica de Washington, de 10%, e alimentarão as tensões latentes entre a maior economia do mundo e seu maior bloco comercial.
Lamentando que as negociações com a UE “não estejam levando a lugar nenhum”, Trump disse no Truth Social, nesta sexta-feira (23), que recomenda “uma tarifa fixa de 50% à União Europeia, a partir de 1º de junho de 2025”.
A UE foi “formada com o objetivo principal de tirar vantagem dos Estados Unidos no COMÉRCIO”, disse Trump, criticando as negociações “difíceis”.
Líderes europeus e políticos de alto escalão reagiram com consternação ao anúncio de Trump e pediram uma redução da tensão.
“Mantemos nossa posição: desescalada, mas prontos para responder”, publicou o ministro do Comércio da França, Laurent Saint-Martin, na plataforma de mídia social X.
O primeiro-ministro irlandês, Micheal Martin, classificou o anúncio de Trump como “extremamente decepcionante”, escrevendo no X que “as tarifas são prejudiciais para todos os lados”.
“Não precisamos seguir esse caminho”, disse Martin, sem detalhar como a Europa poderia responder.
As ações de Wall Street caíram com a notícia, antes de reduzirem algumas perdas.
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Trump impôs uma nova tarifa básica de 10% contra a maioria dos países no mês passado, e taxas ainda mais altas sobre dezenas de parceiros comerciais — incluindo uma taxa de 20% sobre a UE — que foram suspensas por 90 dias para permitir negociações comerciais.
O presidente americano também introduziu medidas setoriais específicas para automóveis, aço e alumínio não produzidos nos Estados Unidos, que permanecem em vigor para muitos países.
A equipe de Trump já obteve alguns sucessos iniciais, anunciando um acordo para reverter permanentemente algumas tarifas setoriais sobre o Reino Unido e outro acordo com a China para reduzir taxas proibitivamente altas e medidas retaliatórias por 90 dias — uma medida que foi bem recebida pelos mercados financeiros, que estavam em crise.
Mas as negociações entre os Estados Unidos e a UE não avançaram muito, com Bruxelas recentemente ameaçando impor tarifas a produtos americanos no valor de quase 100 bilhões de euros (US$ 113 bilhões) se não reduzir as taxas sobre produtos europeus.
Em declarações à Bloomberg Television na sexta-feira (23), o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que a redução da tarifa de 10% estava “condicionada à vinda e negociação de boa-fé de países ou blocos comerciais”.
“E acho que o presidente estava ficando frustrado com a UE”, disse ele.
Um porta-voz da UE se recusou a comentar as últimas ameaças tarifárias de Trump na sexta-feira, informando a repórteres que havia uma ligação previamente planejada para o final do dia entre o Comissário de Comércio da UE, Maros Sefcovic, e o Representante Comercial dos EUA (USTR), Jamieson Greer.
Porta-vozes do USTR, do Departamento de Comércio, da Casa Branca e do Departamento do Tesouro não responderam a um pedido de comentário.
Em outra mensagem publicada na sexta-feira, Trump criticou duramente a Apple por não transferir a produção do iPhone para os Estados Unidos, apesar de seus repetidos pedidos, e ameaçou aplicar novas taxas de “pelo menos” 25% caso a empresa não cumprisse.
As críticas de Trump à gigante da tecnologia americana reacenderam a pressão sobre o presidente-executivo da Apple, Tim Cook, para que faça mais para trazer empregos industriais da Ásia de volta aos Estados Unidos.
A maior parte da montagem do iPhone da Apple acontece na China, embora a empresa tenha transferido a montagem para outros países, incluindo a Índia, nos últimos anos.
A Apple não respondeu a um pedido de comentário.
O problema com a proposta de Trump, de acordo com Dan Ives, analista da Wedbush Securities, é que realocar a produção do iPhone para os Estados Unidos “é um conto de fadas inviável”.
Ives previu que transferir a produção do iPhone de volta para o outro lado do Oceano Pacífico poderia elevar os preços do iPhone para US$ 3.500.
Em um relatório recente, analistas do Bank of America Securities afirmaram que apenas os custos de mão de obra para levar a montagem para os Estados Unidos aumentariam em cerca de 25% o preço do iPhone 16 Pro Max de última geração.
“Além disso, se a Apple tivesse que pagar tarifas recíprocas para importar subconjuntos para os EUA, veríamos o custo total de um iPhone aumentar em mais de 90%”, acrescentaram.
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