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Indústria brasileira aposta em tecnologia de captura de carbono e investe mais de R$ 100 milhões

Publicado 26/05/2025 • 06:01 | Atualizado há 4 dias

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • A indústria brasileira tem investido mais de R$ 100 milhões em projetos de pesquisa para desenvolver tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês), segundo dados da organização CCS Brasil, que integra o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
  • A estratégia busca reduzir emissões em setores de difícil descarbonização, como cimento e siderurgia.
  • De acordo com o levantamento, essas tecnologias têm potencial para cortar em até 57% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da indústria nacional.
A medida impulsiona a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, beneficiando 25 atividades econômicas do setor industrial.

A medida impulsiona a compra de máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos novos, beneficiando 25 atividades econômicas do setor industrial.

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A indústria brasileira tem investido mais de R$ 100 milhões em projetos de pesquisa para desenvolver tecnologias de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês), segundo dados da organização CCS Brasil, que integra o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A estratégia busca reduzir emissões em setores de difícil descarbonização, como cimento e siderurgia. De acordo com o levantamento, essas tecnologias têm potencial para cortar em até 57% as emissões de gases de efeito estufa (GEE) da indústria nacional.

O estudo, que faz parte do estudo “Captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS): experiências internacionais e o potencial brasileiro”, analisa casos de países como EUA, China, Canadá e União Europeia e destaca que, apesar de o Brasil ainda estar em estágio inicial, há potencial técnico e institucional para avançar na área.

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Hoje, há cerca de 45 instalações comerciais de CCUS em operação no mundo, com capacidade de capturar mais de 50 milhões de toneladas de CO₂ por ano. Só entre 2022 e 2023, dez novas plantas foram inauguradas, principalmente na China e nos EUA.

Mesmo com esse avanço, o ritmo atual é insuficiente: a Agência Internacional de Energia (IEA) calcula que, para atingir a meta de emissões líquidas zero até 2030 (cenário Net Zero), seria necessário capturar 1,2 bilhão de toneladas por ano. A capacidade dos projetos em desenvolvimento cobre apenas 40% desse volume.

“O sucesso desses projetos nos países analisados está ligado à coordenação entre indústria e governo, que criaram um ambiente regulatório estável e com incentivos à inovação. O Brasil tem capacidade geológica e técnica para seguir esse caminho”, disse Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.

Como funcionam as tecnologias de CCUS

Existem três principais rotas tecnológicas para captura de carbono:

  • Pós-combustão: remove CO₂ dos gases gerados após a queima de combustíveis fósseis. É a rota mais comum e usada desde a década de 1930.
  • Pré-combustão: o combustível é transformado em gás antes da queima, facilitando a separação do CO₂.
  • Oxicombustão: a queima ocorre com oxigênio puro, resultando em uma corrente rica em CO₂ e água, que pode ser capturada com mais eficiência — embora os custos operacionais ainda sejam altos.

Após a captura, o CO₂ é comprimido, transportado (por dutos, navios ou caminhões) e armazenado em formações geológicas profundas. 

Em alguns casos, ele também pode ser utilizado na produção de combustíveis sintéticos, materiais de construção, insumos químicos e até mesmo em processos da indústria alimentícia. 

No entanto, o uso final nem sempre representa uma solução de armazenamento permanente.

Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 8 mil km de dutos já transportam cerca de 70 milhões de toneladas de CO₂ por ano, evidenciando o potencial de infraestrutura integrada.

O que falta para o Brasil avançar?

O estudo da CNI recomenda uma série de ações para acelerar o desenvolvimento da tecnologia no país:

  • Criação de incentivos fiscais e linhas de financiamento específicas;
  • Desenvolvimento de hubs industriais compartilhando infraestrutura de CCUS;
  • Ampliação de investimentos em pesquisa e inovação;
  • Promoção de diálogo com comunidades para garantir licença social;
  • Regulamentação clara para licenciamento e monitoramento ambiental;
  • Mapeamento de áreas e da cadeia de suprimentos voltadas à captura de carbono;
  • Parcerias internacionais para acelerar a curva de aprendizado;
  • Integração das tecnologias de CCUS às políticas climáticas e industriais nacionais.

Atualmente, quatro projetos de pesquisa e desenvolvimento em CCUS são conduzidos por Institutos SENAI de Inovação, em parceria com indústrias e centros de pesquisa. 

A meta é garantir domínio tecnológico nacional em soluções de captura e uso do carbono, com investimentos que ultrapassam R$ 100 milhões.

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