Trump mostra placa com tarifas aos países

CNBC ‘Precisamos saber quanto as coisas vão custar’, diz dono de negócio em meio as tarifas de Trump

No RADAR Alberto Ajzental

OPEP enfrenta perda de influência diante de avanço da produção fora do cartel

Publicado 28/05/2025 • 17:30 | Atualizado há 3 dias

Foto de Alberto Ajzental

Alberto Ajzental

Analista Econômico do Jornal Times Brasil e do Money Times, é Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Mestre e Doutor em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela FGV. Atuou como Professor de Economia e Estratégia de Negócios na EESP-FGV e atualmente coordena Curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários na EAESP-FGV. Trabalha há mais de 30 anos no mercado imobiliário de São Paulo, em incorporadoras e construtoras de alto padrão, assim como em fundo imobiliário. Atualmente é CEO de importante empresa patrimonialista imobiliária.

A OPEP+ anunciou hoje (28) que irá manter os níveis atuais de produção, conforme definidos na reunião de dezembro. A coalizão vem operando com um acordo geral de produção, além de dois cortes voluntários adicionais feitos por oito países-membros. Esses oito países devem reavaliar novas medidas para julho neste fim de semana.

Considerações a partir da decisão da OPEP:

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), hoje com 22 membros, segue perdendo relevância no cenário energético global, à medida que países fora do cartel — como Estados Unidos, Brasil, Canadá e Argentina — ampliam sua produção.

A própria OPEP estima que a demanda global por petróleo em 2025 será de 105,1 milhões de barris/dia (MMb/d), o que representa crescimento modesto de 1,3% em relação a 2024. Para efeito de comparação, a economia global deve crescer 2,9% este ano e 3,1% em 2026.

O descompasso entre oferta e demanda chama atenção


Segundo a Agência Internacional de Energia, espera-se um excesso de oferta de 0,6 MMb/d em 2025, impulsionado por produtores independentes. E com o anúncio de hoje da OPEP+ de adicionar mais 0,411 MMb/d a partir de julho, esse excedente pode chegar a 1 MMb/d — equivalente a 1% do consumo global diário.

Os preços reagem. O barril Brent, que em maio de 2022 atingiu US$ 109, está hoje em apenas US$ 64,44, o menor valor em quatro anos. Em abril, chegou a tocar os US$ 60.

Leia mais
Futuros seguem em alta com temores de restrição de oferta; Opep deve manter aumento na produção
Brasil entra para a OPEP+, grupo ampliado de grande exportadores de petróleo

Produção de Petróleo: OPEP x não OPEP (jan/22 a jan/25)

Desde meados de 2022, a produção dos países fora da OPEP vem crescendo de forma consistente, enquanto os membros do cartel reduzem sua oferta — pressionando ainda mais os preços.

Participação da OPEP na Produção Mundial (%)

A consequência é direta: a participação da OPEP no mercado global caiu de 36,8% (abr/22) para 35,3% (jan/25), revelando um enfraquecimento estrutural da organização frente à ascensão dos produtores independentes.

Preço do Petróleo Brent (USD/barril)

Desde o pico de US$ 109 por barril em maio de 2022, os preços vêm caindo de forma contínua. Em abril de 2025, o Brent atingiu o patamar mais baixo desde a pandemia, refletindo tanto o excesso de oferta quanto a desaceleração da economia global.

Conclusão:


Com a oferta crescendo mais rápido que a demanda, e com os principais impulsionadores da produção fora da alçada da OPEP, o cartel entra em 2025 com influência enfraquecida.
O preço do barril — e o xadrez geopolítico associado a ele — passará a ser ditado menos pelo Cartel que precisam manter seu faturamento e mais pelos produtores não Cartel.

_

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

MAIS EM Alberto Ajzental