Private equity tenta reconquistar otimismo em meio à pressão por retornos mais altos
Publicado 06/06/2025 • 11:04 | Atualizado há 24 horas
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Publicado 06/06/2025 • 11:04 | Atualizado há 24 horas
KEY POINTS
Apesar disso, os painéis do evento mostraram espírito de luta, com participantes desafiando a ideia de que o setor está perdendo força
Arthur/Unsplash
O maior encontro anual do setor de private equity, o SuperReturn, foi marcado neste ano por um tom de cautela e por um esforço claro para reacender o otimismo. Apesar do nome, os retornos recentes do setor não têm feito jus à expectativa.
Com o boom de fusões, aquisições e IPOs previsto para 2025 ainda longe de se concretizar, o setor busca convencer investidores a resistir à incerteza e manter a aposta nesse mercado.
Realizada em Berlim, na Alemanha, a conferência evidenciou que o private equity, que floresceu após a crise financeira de 2008 como alternativa aos bancos mais avessos ao risco, agora enfrenta um novo teste de resiliência.
Apesar disso, os painéis do evento mostraram espírito de luta, com participantes desafiando a ideia de que o setor está perdendo força. Houve entusiasmo por novas áreas de investimento, como empresas de defesa europeias, companhias médias subvalorizadas e data centers no Oriente Médio.
O evento reuniu cerca de 6 mil participantes no Hotel Intercontinental, incluindo nomes de peso como David Rubenstein (Carlyle Group) e Thomas Nides (Blackstone), além de participações especiais de Serena Williams e Bono (U2).
Para muitos analistas, o cenário atual de retração é uma consequência direta da incerteza global e da volatilidade nos mercados, o que tem adiado saídas, ou seja, a realização de lucros, por parte dos fundos. Segundo a PitchBook, os valores de saída na Europa caíram 19% no primeiro trimestre de 2025 em comparação ao período anterior, enquanto a contagem de operações caiu 25,2%.
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Atualmente, o setor carrega um estoque estimado de quase 30 mil empresas ainda não vendidas, avaliadas em cerca de US$ 3,6 trilhões. Isso representa um desafio duplo: os investidores (LPs) não conseguem acessar o capital investido, enquanto os gestores (GPs) estão sobrecarregados com portfólios extensos e travados.
Outro fator citado com frequência no evento foram as tarifas dos EUA, que reduziram o apetite global por risco em um momento em que o setor ainda buscava se recuperar dos impactos da pandemia, da ruptura das cadeias de suprimentos e da escalada dos juros.
Para Yann Robard, sócio-gerente da Dawson Partners, o setor vive uma desaceleração cíclica, mas o desempenho de longo prazo ainda favorece o private equity. Ele citou dados que mostram que, desde 2000, um dólar investido no Russell 3000 teria se multiplicado por 6,6, contra 19,9 vezes no private equity. Segundo ele, mesmo com maior alavancagem, o setor oferece proteção contra a volatilidade e um potencial de valorização superior.
Apesar disso, parte da crise atual também é resultado de decisões passadas: muitos fundos pagaram caro demais por ativos entre 2020 e 2021, quando as taxas de juros estavam em mínimas históricas e o mercado aquecido. “Mesmo sendo boas empresas, pagou-se demais. Isso trava o sistema por um tempo”, afirmou John Romeo, da consultoria Oliver Wyman. Ainda assim, ele segue otimista quanto à capacidade do setor de gerar valor quando bem operado.
Em resposta ao cenário desafiador, o setor tem adotado estratégias inovadoras. Entre elas estão os veículos de continuação (em que ativos são vendidos para novos fundos do mesmo gestor), os empréstimos baseados no valor patrimonial líquido e os fundos secundários — que permitem aos investidores obter liquidez sem esperar pela saída dos ativos originais.
Segundo Richard Hope, da Hamilton Lane, o mercado secundário “está pegando fogo” e atrai cada vez mais interesse por oferecer retornos mais rápidos e maior liquidez.
Há também um movimento para atrair investidores de varejo, tradicionalmente de fora desse mercado, como, no fundo negociado em bolsa, lançado pela State Street e pela Apollo em março. Family offices também marcaram presença forte no SuperReturn.
A consolidação entre gestoras foi apontada como tendência inevitável. Para Rob Lucas, CEO da CVC Capital Partners, o momento é de maior exigência por parte dos investidores, que cobram mais retorno, governança, sustentabilidade e uso de tecnologias como inteligência artificial. “A união de grupos é uma consequência natural desse novo ambiente”, afirmou.
Apesar das incertezas macroeconômicas — principalmente em relação à política comercial dos EUA —, os players do setor se mostraram confiantes de que o capital retornará assim que houver mais clareza. Estima-se que mais de US$ 1 trilhão em capital líquido esteja disponível para investimento, aguardando o momento certo.
Para Romeo, o private equity ainda tem espaço para crescer ao focar em suas raízes: comprar bem e melhorar empresas de forma estratégica. “Nunca houve tanto dinheiro no sistema. O preço de entrada importa, mas o plano de criação de valor é o que realmente faz a diferença”, concluiu.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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