A Câmara dos Representantes dos EUA, controlada pelos republicanos, avançou na quinta-feira com o megaprojeto de lei sobre impostos e gastos do presidente Donald Trump, após uma noite dramática de votação que quase foi prejudicada por deserções republicanas.
A Câmara votou por 219 a 213 para levar o projeto adiante.
A decisão de iniciar um debate final marca uma vitória para a liderança republicana que busca cumprir a agenda política do segundo mandato de Trump.
Os futuros dos EUA apresentaram pouca variação após a notícia. Os futuros do S&P 500 subiram 0,16% às 03h52 (horário do leste dos EUA), com os futuros do Nasdaq 100 avançando 0,25% e os futuros atrelados ao Dow Jones Industrial Average avançando 0,12%.
Após horas de impasse e manobras, os republicanos finalmente conseguiram reunir sua maioria apertada e esmagar uma quantidade suficiente de oposição dentro de suas próprias fileiras para seguir em frente.
A votação para iniciar o debate na Câmara dividida não foi isenta de drama, repleta de acordos secretos, alianças em desenvolvimento e negociações até o final. No fim das contas, o presidente da Câmara, Mike Johnson, conseguiu fazer o projeto avançar, perdendo apenas alguns membros em uma votação que seguiu as linhas partidárias.
“Foi um dia longo e produtivo. Conversamos com membros de toda a conferência e garantimos que as preocupações de todos fossem atendidas… e suas perguntas, respondidas. Foi um bom dia. Estamos em uma boa posição agora”, disse ele a repórteres na noite de quarta-feira, antes da votação que garantiu a aprovação do acordo. “Estamos muito bem com a situação atual e vamos seguir em frente.”
Enquanto isso, Trump atacou os membros de seu partido durante a noite, dizendo em sua plataforma de mídia social Truth que “PARA OS REPUBLICANOS, ISTO DEVERIA SER UM VOTO SIM FÁCIL. RIDÍCULO!!!”
Os democratas se opõem à legislação em meio a objeções aos cortes de assistência social e aos benefícios percebidos para os ultrarricos. Membros do Partido Republicano, por sua vez, acusam sua oposição de alarmismo.
“O 1% mais rico está salivando por ganhar US$ 300.000 extras por ano por causa deste projeto de lei perigoso”, disse Gabe Amo, deputado do Partido Democrata em Rhode Island, durante o debate que se seguiu. “Os bilionários venceram. 17 milhões de americanos perderão seu plano de saúde.”
A votação final deve ocorrer por volta das 5h30 (horário do leste dos EUA), segundo a Reuters.
Procedimento
O debate será seguido por uma votação sobre o projeto de lei final, que estende os cortes de impostos de 2017 e destina mais dinheiro para a segurança da fronteira, ao mesmo tempo, em que reduz os programas de seguro, saúde e nutrição para os pobres.
Depois que o projeto de lei for aprovado pela Câmara mais uma vez, ele irá para a mesa de Trump, onde ele há muito tempo deseja sancionar o pacote e transformá-lo em lei.
A Câmara recebeu o projeto de lei revisado do Senado na terça-feira à noite, depois que o pacote passou por pouco na câmara alta, com o vice-presidente dos EUA, JD Vance, dando o voto de desempate.
O Senado implementou mudanças substanciais em sua versão do megaprojeto de lei, incluindo cortes maiores no Medicaid e um aumento de US$ 5 trilhões no limite da dívida, muito maior do que o aumento de US$ 4 trilhões proposto pela Câmara em sua versão do projeto.
Essas mudanças estavam entre as disposições que deixaram muitos republicanos da Câmara cautelosos, mas a liderança se recusou a introduzir novos ajustes no megaprojeto de lei e estender ainda mais seu cronograma.
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