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Lula reage à tarifa de Trump em rede nacional: “chantagem inaceitável”
Publicado 17/07/2025 • 20:46 | Atualizado há 17 horas
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Publicado 17/07/2025 • 20:46 | Atualizado há 17 horas
KEY POINTS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento em rede nacional nesta quinta-feira (17), que o Brasil foi alvo de uma “chantagem inaceitável” por parte dos Estados Unidos e defendeu a soberania nacional frente à ameaça de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O anúncio da medida foi feito por Donald Trump, presidente norte-americano, em carta endereçada ao governo brasileiro na semana passada.
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“Fomos surpreendidos por uma carta do presidente norte-americano […] com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos”, disse Lula, que classificou a tentativa de interferência no processo judicial brasileiro como “grave atentado à soberania nacional”. Ele destacou que o país possui Judiciário independente e que o devido processo legal será respeitado. “No Brasil, ninguém está acima da lei”, declarou.
Lula também criticou o apoio de lideranças nacionais à pressão norte-americana. “Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria”, afirmou o presidente.
Durante o discurso, o presidente dirigiu-se repetidamente a “minhas amigas e meus amigos” e reforçou o compromisso com o diálogo e com os princípios democráticos. “Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo”, disse.
O presidente ainda aproveitou para reforçar críticas às big techs, defendendo regulação das plataformas digitais que atuam no país. “É preciso proteger as famílias brasileiras […] contra quem utiliza redes para fraudes, racismo, violência e ataques à democracia”, disse.
Lula encerrou o pronunciamento dizendo que o Brasil reagirá unido: “Estamos juntos na defesa do Brasil. E faremos isso de cabeça erguida”.
Minhas amigas e meus amigos, Fomos surpreendidos, na última semana, por uma carta do presidente norte-americano anunciando a taxação dos produtos brasileiros em 50%, a partir de 1º de agosto. O Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. Fizemos mais de 10 reuniões com o governo dos Estados Unidos, e encaminhamos, em 16 de maio, uma proposta de negociação. Esperávamos uma resposta, e o que veio foi uma chantagem inaceitável, em forma de ameaças às instituições brasileiras, e com informações falsas sobre o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos.
Contamos com um Poder Judiciário independente. No Brasil, respeitamos o devido processo legal, os princípios da presunção da inocência, do contraditório e da ampla defesa. Tentar interferir na justiça brasileira é um grave atentado à soberania nacional.
Só uma pátria soberana é capaz de gerar empregos, combater as desigualdades, garantir saúde e educação, promover o desenvolvimento sustentável e criar as oportunidades que as pessoas precisam para crescer na vida.
Minha indignação é ainda maior por saber que esse ataque ao Brasil tem o apoio de alguns políticos brasileiros. São verdadeiros traidores da pátria. Apostam no quanto pior, melhor. Não se importam com a economia do país e os danos causados ao nosso povo.
Minhas amigas e meus amigos, a defesa da nossa soberania também se aplica à atuação das plataformas digitais estrangeiras no Brasil. Para operar no nosso país, todas as empresas nacionais e estrangeiras são obrigadas a cumprir as regras.
No Brasil, ninguém — ninguém — está acima da lei. É preciso proteger as famílias brasileiras de indivíduos e organizações que se utilizam das redes digitais para promover golpes e fraudes, cometer crime de racismo, incentivar a violência contra as mulheres e atacar a democracia, além de alimentar o ódio, violência e bullying entre crianças e adolescentes, em alguns casos levando à morte, e desacreditar as vacinas, trazendo de volta doenças há muito tempo erradicadas.
Minhas amigas e meus amigos,
Estamos nos reunindo com representantes dos setores produtivos, sociedade civil e sindicatos. Essa é uma grande ação conjunta que envolve a indústria, o comércio, o setor de serviços, o setor agrícola e os trabalhadores.
Estamos juntos na defesa do Brasil. E faremos isso de cabeça erguida, seguindo o exemplo de cada brasileiro e cada brasileira que acorda cedo, e vai à luta para trabalhar, cuidar da família e ajudar o Brasil a crescer.
Seguiremos apostando nas boas relações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, mas com todos os países do mundo.
Minhas amigas e meus amigos,
A primeira vítima de um mundo sem regras é a verdade. São falsas as alegações sobre práticas comerciais desleais brasileiras. Os Estados Unidos acumulam, há mais de 15 anos, robusto superávit comercial de US$ 410 bilhões de dólares.
O Brasil hoje é referência mundial na defesa do meio ambiente. Em dois anos, já reduzimos pela metade o desmatamento da Amazônia. E estamos trabalhando para zerar o desmatamento até 2030.
Além disso, o Pix é do Brasil. Não aceitaremos ataques ao Pix, que é um patrimônio do nosso povo. Temos um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, e vamos protegê-lo.
Minhas amigas e meus amigos,
Quando tomamos posse na Presidência da República, em 2023, encontramos o Brasil isolado do mundo. Nosso governo, em apenas dois anos e meio, abriu 379 novos mercados para os produtos brasileiros no exterior.
Estamos construindo parcerias comerciais com a União Europeia, a Ásia, a África e nossos vizinhos da América Latina e do Caribe.
Se necessário, usaremos todos os instrumentos legais para defender a nossa economia. Desde recursos à Organização Mundial do Comércio até a Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso Nacional.
Minhas amigas e meus amigos,
Não há vencedores em guerras tarifárias. Somos um país de paz, sem inimigos. Acreditamos no multilateralismo e na cooperação entre as nações.
Mas que ninguém se esqueça: o Brasil tem um único dono — o povo brasileiro.
Muito obrigado.
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