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“A indústria do cimento enfrenta incertezas com a alta do dólar”, diz presidente do SNIC
Publicado 12/03/2025 • 20:36 | Atualizado há 5 meses
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Publicado 12/03/2025 • 20:36 | Atualizado há 5 meses
KEY POINTS
O setor de cimento iniciou 2025 com um desempenho positivo, registrando um crescimento de 7,5% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado, com um total de 5,46 milhões de toneladas comercializadas até fevereiro, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC). No entanto, apesar do bom início, incertezas econômicas podem dificultar a sustentação desse ritmo ao longo do ano.
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o presidente do SNIC, Paulo Camilo Pena, explicou que o crescimento inicial era esperado, mas a conjuntura econômica levanta preocupações para os próximos meses.
“Ainda que em 2024 a gente tenha recuperado as perdas de 2022 e 2023, fechando o ano com 4% de crescimento, esse ano iniciamos com 5,1 milhões de toneladas em janeiro e o mesmo volume em fevereiro. As projeções para o primeiro semestre são positivas, mas o endividamento da população, a inflação alta e a subida do dólar podem impactar a demanda no segundo semestre,” destacou o executivo.
Um dos principais desafios para a indústria de cimento é o impacto da valorização do dólar sobre os custos de produção. Segundo Pena, 50% do custo do cimento vem da energia, e grande parte desse insumo provém do coque de petróleo, do qual 90% é importado.
“Com a alta do dólar, o custo de produção se mantém elevado, tornando-se um fator de preocupação para a indústria e impactando diretamente os preços ao consumidor final”, afirmou o presidente do SNIC.
Outro fator inesperado que vem afetando o setor é a mudança nos hábitos de consumo das famílias brasileiras. De acordo com Pena, pesquisas mostram que o orçamento destinado à reforma e à autoconstrução caiu ao longo dos anos, sendo substituído por despesas com internet, TV a cabo e, mais recentemente, apostas.
“Hoje, um novo elemento tem drenado significativamente o investimento na construção e na reforma: as apostas. As pessoas estão investindo menos em melhorias na moradia e canalizando esses recursos para jogos, o que é extremamente prejudicial para a atividade econômica e para um setor que emprega um contingente significativo de trabalhadores”, ressaltou.
Embora o programa Minha Casa Minha Vida tenha sido um fator positivo para a indústria, o mesmo não pode ser dito sobre as obras de infraestrutura. Segundo Pena, o setor enfrenta uma frustração com relação ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que ainda não gerou o impacto esperado no consumo de cimento.
“Em 2011, estudos mostravam que 25% do cimento produzido era consumido em infraestrutura. Hoje, essa fatia caiu para algo entre 12% e 13%”, apontou.
Apesar disso, o setor aposta em uma recuperação a partir dos investimentos no saneamento, que devem somar R$ 75 bilhões apenas em 2025. No entanto, os reflexos no consumo de cimento só deverão ser sentidos em dois ou três anos, quando as obras atingirem a fase de construção de estações de tratamento de água e esgoto.
A indústria de cimento também tem feito avanços significativos na agenda de sustentabilidade. O setor tem investido na substituição de combustíveis fósseis, como o coque de petróleo, por fontes alternativas, como biomassas e resíduos industriais.
“Atualmente, conseguimos substituir 33% da matriz energética do setor por fontes mais sustentáveis, como casca de arroz, cavaco de madeira e lixo urbano. A meta inicial era chegar a 55%, mas temos uma ambição de superar esse número”, afirmou Pena.
O Brasil já é considerado referência mundial em baixa emissão de CO2 na indústria cimenteira e pretende continuar investindo na redução do impacto ambiental do setor.
Apesar do início positivo do ano, a projeção para 2025 é de um crescimento mais modesto, entre 1% e 1,5%. O desempenho dependerá da evolução da economia, da política monetária e dos investimentos em infraestrutura e habitação.
“Temos dois lados muito claros neste momento. De um lado, a massa salarial está em alta, o emprego e a renda estão crescendo, e o crédito está mais fácil, embora caro. Do outro, temos inflação, inadimplência e dólar alto, o que pode desacelerar o crescimento do setor”, concluiu Pena.
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