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Publicado 18/01/2025 • 17:46
KEY POINTS
Há duas décadas, Larry Page, cofundador do Google, teve uma ideia que mudaria para sempre a forma como navegamos pelo mundo.
“Larry dirigiu por algumas ruas com uma câmera de vídeo e entregou para alguém, dizendo: ‘O que você pode fazer com isso?’”, contou Maria Biggs, gerente de programa técnico do Google Street View, um recurso importante do Google Maps.
Em um carro equipado com a mais recente câmera do Street View, Biggs levou a CNBC para um passeio perto da sede do Google no Vale do Silício.
Foi o primeiro modelo de câmera que pode ser adicionado a qualquer carro, em vez de ser incorporado no veículo.
Com mais de 2 bilhões de usuários mensais, o Google Maps é o principal aplicativo de navegação do mundo. À medida que o Maps se aproxima de seu 20º aniversário, em fevereiro, o Google está trabalhando para manter essa liderança, com a ajuda das novas câmeras, bem como da inteligência artificial generativa.
As câmeras mais ágeis permitem ao Google atualizar os dados em dezenas de países. Pelo menos três países novos (Bósnia e Herzegovina, Namíbia e Liechtenstein) estão sendo rastreados pela empresa.
Além das câmeras do Street View, o Google também usa imagens de satélite e aéreas, além de informações de mais de 1.000 fontes terceirizadas, como governos locais e usuários. Esse sistema de coleta de dados permite ao Google oferecer mapas em mais de 250 países e territórios.
Em outubro, o Google ativou o Maps com o Gemini, seu chatbot de IA generativa. O Gemini pode ajudar a encontrar lugares que atendem a um conjunto detalhado de especificações, como um bar esportivo que aceita cães, com TVs e áreas externas.
Ele pode resumir milhares de avaliações, fornecer relatórios em tempo real sobre interrupções nas vias e sobrepor o mapa com uma imagem sobre condições climáticas.
No transporte público, agora há relatórios de atrasos, rotas alternativas e detalhes, como localizações de entradas de metrô.
O Maps também pode sugerir vagas de estacionamento.
O Gemini ainda está habilitando relatórios ativados por voz no Waze, que o Google comprou em 2013 por US$ 1,3 bilhão.
Esses dados são usados para avisar motoristas dos dois aplicativos de eventuais perigos em tempo real.
“Esperamos que nossos produtos ajudem as pessoas a navegar com mais confiança e segurança”, disse Chris Phillips, vice-presidente e gerente geral do Google Geo, a divisão que administra o Maps.
Ele disse que o Waze também ajuda a melhorar a segurança nas estradas, “informando as pessoas de que uma determinada rua teve problemas no passado, e vimos uma mudança notável no comportamento das pessoas quando estão dirigindo nessas ruas”.
O Waze também é conhecido por oferecer rotas alternativas.
“Daremos algumas manobras mais provocativas ao longo do caminho”, disse Phillips, quando se trata de “burlar o tráfego e contornar obstáculos.”
Essas rotas alternativas chegam a piorar o tráfego em alguns bairros –as ruas pequenas podem não ter infraestrutura suficiente para um volume grande de carros.
Phillips disse que o Google usa apenas estradas públicas e trabalha com as autoridades locais para seguir as regras específicas de cada rua.
“O uso desses aplicativos de navegação, sejam incorporados ou em dispositivos móveis, é quase universal”, disse James Hodgson, que cobre o setor automotivo para a ABI Research.
Hodgson afirmou que um problema atual é que a tecnologia é voltada para o usuário individual. Para melhorar a eficiência, ele disse é preciso “uma visão mais ampla, quase em nível de frota.”
Uma grande “barreira de percepção” que o Google enfrentou, segundo Hodgson, está relacionada à privacidade de dados.
Informações identificáveis, como rostos e placas de veículos, são desfocadas no Google Maps, e os usuários podem solicitar o desfoque de uma área no Street View para evitar riscos, como ladrões analisando suas propriedades.
Os usuários também podem desativar o histórico de localizações ou excluir lugares que visitaram. Certos locais, como clínicas de aborto ou abrigos para vítimas de violência doméstica, são excluídos automaticamente. Em dezembro, o Google começou a manter o histórico de localizações nos dispositivos, em vez de na nuvem, dificultando o acesso das autoridades a esse histórico.
Não se sabe quanto o Google gasta e ganha com o Maps.
A empresa-mãe, a Alphabet, não separa as informações sobre o Maps nos relatórios.
Em 2019 , o Morgan Stanley fez uma estimativa que previu que o Maps passaria de US$ 2,95 bilhões em receita, em 2019, para US$ 11 bilhões em 2023.
A receita vem de publicidade.
“Estamos sempre focados em oferecer ao usuário o resultado mais preciso possível quando ele busca por um restaurante ou um lugar”, disse Phillips. “E os comerciantes têm a oportunidade de pagar pela publicidade para que seus locais apareçam nessa lista.”
O Google também ganha dinheiro vendendo uma interface de software com dados detalhados para empresas de energia solar em busca de novos clientes. A empresa possui imagens altamente precisas de telhados, medições, elevação e sombreamento de cerca de 480 milhões de edifícios em 40 países.
O Google vende acesso à sua plataforma de mapas para empresas como Wayfair e Domino’s. Desenvolvedores a utilizam para criar mais de 10 milhões de sites e aplicativos para coisas como entrega de comida, caronas e imóveis. Por exemplo, em 2019, o Uber disse que pagou US$ 58 milhões ao Google pela tecnologia de mapeamento nos três anos anteriores.
O sistema operacional Android Automotive do Google, com o Maps, também gera lucro. Ele alimenta os sistemas de infotainment em muitos carros da Polestar, Volvo, Honda, GM e Ford.
À medida que os robotáxis (carros autoguiados) se tornam populares, o mapeamento preciso se torna crucial, representando uma grande oportunidade para o Google.
A Waymo, propriedade da Alphabet, dominou esse mercado nos EUA em 2024, e os passageiros em Phoenix podem chamar um dos carros totalmente autônomos diretamente pelo aplicativo do Google Maps. Os carros autoguiados também oferecem o potencial para um ciclo virtuoso.
“Acho que uma ambição da Waymo, e algo que vemos de quase todos os outros fornecedores de plataformas de veículos autônomos, é tentar fechar esse ciclo e usar os mesmos veículos que se beneficiam do mapa para também contribuir para a criação desse mapa”, disse Hodgson. “Esse é o futuro de como o mapeamento está indo para a condução autônoma.”
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