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Brasil é um dos países mais expostos ao tarifaço de Trump, aponta relatório da Moody’s
Publicado 07/08/2025 • 00:14 | Atualizado há 7 horas
Publicado 07/08/2025 • 00:14 | Atualizado há 7 horas
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Indústria da transformação será a mais exposta.
Pexels
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (6) pela agência de classificação de risco Moody’s Investors Service aponta que o Brasil está entre os países mais expostos às novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o que acende um alerta sobre os possíveis impactos nas exportações e no ambiente econômico. Embora o efeito imediato sobre o crédito das empresas brasileiras seja considerado limitado, os riscos comerciais, macroeconômicos e financeiros são significativos.
A análise abrangeu aproximadamente 3.500 empresas não financeiras em todo o mundo — das quais 140 estão na América Latina. Segundo a Moody’s, o continente é a região mais vulnerável aos efeitos das tarifas dos EUA, atrás apenas do próprio mercado norte-americano, com destaque para Brasil, México e Chile.
“As companhias latino-americanas normalmente enfrentam maior exposição a três riscos relacionados a tarifas do que suas contrapartes da Ásia-Pacífico ou da Europa”, afirma o relatório.
A nova tarifa de 50%, imposta por Trump para o Brasil, começou a valer nesta quarta (6). O percentual — o mais alto entre os anunciados pelo presidente norte-americano — é apontado pela Moody’s como um dos principais fatores de risco, com potencial para gerar instabilidade comercial e comprometer a competitividade de setores estratégicos da economia brasileira.
Apesar de divulgado nesta quarta, o relatório cita a data inicial anunciada por Trump para o começo do tarifaço, 1º de agosto, depois prorrogada para o dia 6. O texto está na condicional:
“Uma nova tarifa de 50% dos EUA aplicada sobre o Brasil a partir de 1º de agosto aumentaria as incertezas comerciais entre esses países e reduziria a competitividade das exportações brasileiras”, alerta a agência.
Cerca de 700 produtos brasileiros foram poupados das tarifas por Trump – como suco de laranja, petróleo, minério de ferro, carvão, celulose e aeronaves civis. A decisão alivia o impacto para empresas de grande porte, incluindo a Embraer, fabricante líder de jatos comerciais.
O relatório avalia que, sem a isenção, mesmo com a possibilidade contratual de “repassar as tarifas de importação aos compradores de seus jatos, a demanda enfraqueceria”.
A Moody’s destaca que 21% das empresas latino-americanas com rating têm alta exposição a choques macroeconômicos, e 10% enfrentam alta vulnerabilidade à volatilidade dos mercados financeiros. Nesse cenário, o Brasil concentra o maior número de empresas com alta exposição financeira da região.
“As tarifas dos EUA reduzirão as taxas de crescimento econômico na maior parte dos países latino-americanos, o que sobrecarregará as taxas de emprego, a renda discricionária e o consumo”, diz o relatório.
O documento diz ainda que “o impacto das tensões comerciais contínuas variaria significativamente na América Latina. Tanto o México quanto o Brasil enfrentam tarifas mais altas dos EUA do que outros países da região”. O Chile se destaca pela alta exposição macroeconômica, especialmente nos setores de metais, químicos e produtos florestais.
Apesar disso, a Moody’s reconhece que as companhias latino-americanas estão, em muitos casos, melhor preparadas que suas concorrentes de outras regiões, graças a fatores como custos de produção mais baixos, acesso a energia renovável e grandes reservas naturais.
Ainda que o impacto direto sobre a qualidade de crédito seja limitado no momento, os efeitos indiretos sobre a competitividade, a demanda e a estabilidade financeira exigem atenção constante.
“Os riscos relacionados às tarifas dos EUA teriam apenas efeitos limitados na qualidade do crédito da maior parte das empresas não financeiras da América Latina com rating”, conclui a Moody’s.
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