O ministro da Agricultura afirmou que o Brasil deverá se autodeclarar livre da gripe aviária em aves de produção no próximo dia 18 de junho, data que marca o fim do período de 28 dias sem novos focos após a desinfecção da granja de Montenegro (RS), único caso confirmado em criação comercial no país.
“Se não tem animal morrendo, o foco foi contido. É questão protocolar aguardar os outros 14 dias”, declarou o ministro, referindo-se à metade restante do prazo sanitário estabelecido para controle da doença.
Durante coletiva de imprensa, o ministro explicou que o vírus é altamente letal para aves, com capacidade de causar mortes em até cinco dias após o contágio. Segundo ele, a ausência de novas mortes desde a desinfecção indica a contenção do caso. No entanto, casos em aves silvestres continuam sendo monitorados, incluindo um episódio registrado no Zoológico de Brasília.
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Em relação ao mercado internacional, 21 países impuseram restrições à carne de frango brasileira desde a notificação do caso no Rio Grande do Sul. Desse total, quatro restringiram as compras apenas do município de Montenegro: Emirados Árabes Unidos, Japão, Catar e Jordânia. Outros países, como Rússia e Kuwait, inicialmente suspenderam importações de todo o Brasil, mas recuaram para restrições apenas ao estado gaúcho.
As negociações com os principais mercados já estão em andamento. Segundo o ministro, a União Europeia encaminhou questionário técnico ao governo brasileiro e o México sinalizou interesse em discutir o assunto. A China solicitou informações sobre frigoríficos localizados no Rio Grande do Sul. O ministro declarou que há expectativa de avanço nesses diálogos após o término do vazio sanitário.
Sobre o impacto no mercado interno, levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontou queda de aproximadamente 10% no preço do frango. O ministro confirmou uma retração de 7% nos últimos dias, atribuída ao redirecionamento de parte da carne que seria exportada para o mercado doméstico.
Questionado sobre perdas comerciais, o governo federal não divulgou números consolidados. O ministro reiterou que 70% da produção nacional é destinada ao consumo interno, o que teria reduzido os efeitos das restrições externas.
O ministro também comentou o andamento das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Segundo ele, a tradução e revisão dos textos deve ser concluída até julho de 2025, com votações nos parlamentos previstas para começar em novembro e conclusão estimada para março de 2026.
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