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Brasil “vira importador” no varejo e na indústria: participação de estrangeiros no consumo bate recorde em 20 anos

Publicado 18/12/2025 • 10:16 | Atualizado há 2 horas

KEY POINTS

  • Importados no consumo brasileiro sobem para 26,7% em 2024, maior nível da série desde 2003, segundo estudo CNI/Funcex.
  • China ganha espaço em ritmo recorde: fatia no consumo vai de 7,1% para 9,2%, puxada por máquinas, elétricos e eletrônicos/ópticos.
  • Dependência de insumos externos também aumenta: coeficiente de insumos importados atinge 25% (recorde), mesmo com câmbio desvalorizado.
Mulher usando equipamento de segurança em uma fábrica

A participação de produtos importados no consumo dos brasileiros atingiu o maior patamar em duas décadas, acendendo um alerta para empresários da indústria e do varejo: mesmo com a desvalorização do real (que normalmente encarece o produto estrangeiro), a demanda interna aquecida e a retomada industrial abriram espaço para uma entrada mais forte de bens externos, com a China liderando esse avanço.

O dado central vem do estudo anual Coeficientes de Abertura Comercial (CAC), da CNI em parceria com a Funcex, divulgado nesta quinta-feira, 18 de dezembro de 2025, com números consolidados de 2024.

O número que importa para o empresário: 26,7% do consumo já é importado

O indicador mais “palpável” para quem está disputando espaço na prateleira, ou defendendo margem na indústria, é o coeficiente de penetração das importações, que mede quanto do consumo aparente é atendido por produtos estrangeiros.

Em 2024, esse coeficiente subiu 2,2 pontos percentuais, indo de 24,5% para 26,7%, recorde desde o início da série (2003).

O ponto de atenção: o avanço veio apesar do câmbio desfavorável para importados, sinalizando que preço não foi o único driver – competitividade, escala e composição tecnológica pesaram.

Por que importados cresceram mesmo com real desvalorizado

Segundo o estudo, as importações cresceram 17,3% em 2024 (em reais e a preços constantes), apoiadas por dois motores clássicos do ciclo econômico: retomada da produção industrial e aquecimento da demanda doméstica.

Na prática: quando a economia acelera, empresas correm para recompor estoques, ampliar capacidade e entregar mais rápido — e, se a oferta doméstica não acompanha em preço, qualidade, tecnologia ou prazo, o importado entra (inclusive via insumos e componentes).

China puxa a fila e entra mais forte em setores de maior valor agregado

O estudo aponta a China como principal vetor do avanço: a participação de bens chineses no consumo do Brasil saltou de 7,1% para 9,2% em 2024, o maior nível da série histórica.

O recado para a indústria é especialmente sensível porque a expansão chinesa veio com força em segmentos de maior intensidade tecnológica e valor agregado, como:

  • máquinas e equipamentos;
  • máquinas e materiais elétricos;
  • equipamentos de informática e ópticos.

Além disso, o levantamento destaca alta presença de têxteis chineses no consumo brasileiro do setor.

O “lado B” que mexe com custo: insumos importados também batem recorde

O aumento da penetração não é só na vitrine é na fábrica. O estudo mostra crescimento do uso de insumos industriais importados, indicando dependência crescente na produção doméstica.. Em 2024, o coeficiente de insumos industriais importados atingiu 25%, o maior da série.

O estudo aponta que as importações de insumos cresceram 16% (em reais, a preços constantes), enquanto o consumo de insumos nacionais avançou 4%, um descompasso que sugere dependência estrutural e pressiona quem tenta “nacionalizar” a cadeia no curto prazo.

Por que isso importa para o mercado?

  • Risco cambial e de supply: mais exposição a dólar, frete, prazos e rupturas.
  • Pressão de margem: se o insumo encarece e o mercado final está tomado por importados, repassar preço vira mais difícil.
  • Dilema estratégico: nacionalizar cadeia exige investimento e tempo; importar pode ser mais rápido, mas aumenta vulnerabilidade.

Exportações perdem peso relativo e o mercado interno vira o campo de batalha

Enquanto importados ganham espaço, o coeficiente de exportação (parcela da produção destinada ao exterior) caiu de 19,3% para 18,9% em 2024.

Mesmo com crescimento de 2,6% nas exportações da indústria de transformação (a preços constantes), a produção cresceu mais — reduzindo o peso relativo do externo. Os EUA seguem como principal destino, seguidos por UE e China; o Sudeste Asiático ultrapassou a Argentina no ranking de destinos.

Quem ganha, quem perde: mapa rápido de impactos

Tendem a ganhar

  • Varejo e distribuidores com sourcing internacional robusto: conseguem “surfar” mix de importados e ajustar preços/portfólio mais rápido.
  • Indústrias locais com diferencial claro: customização, pós-venda, assistência técnica, financiamento, prazo de entrega, engenharia aplicada (onde o importado sofre para competir em serviço).

Tendem a sofrer mais

  • Setores com competição direta de China em maior valor agregado, especialmente onde a diferenciação é baixa e o ciclo de inovação é rápido.
  • Fabricantes dependentes de insumos importados que vendem em mercado altamente sensível a preço (margem “espremida dos dois lados”).

O que fazer agora

  • Blindar margem por SKU: classifique portfólio em 3 grupos: “defensáveis por valor”, “defensáveis por serviço”, “não defensáveis” e trate cada um com uma política de preço e canal diferente.
  • Negociar como quem compra risco, não só produto: prazo, penalidade, redundância de fornecedor e hedge viram parte do custo do item.
  • Vender solução, não peça: assistência, instalação, garantia estendida, treinamento e financiamento podem virar a barreira real contra importado.
  • Rever make-or-buy: para itens com alto risco cambial/logístico, calcule custo total de nacionalização parcial (mesmo que não seja 100%).
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