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Brasil vive desafio de cumprir meta climática, apesar de extrair mais petróleo e gás
Publicado 05/10/2025 • 21:41 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 05/10/2025 • 21:41 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Floresta Amazônica
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom
O Brasil promete reduzir suas emissões de gases que contribuem com o aquecimento global em até 67% até 2035, conforme prevê a meta climática apresentada pelo governo federal às Nações Unidas. Por outro lado, o governo projeta aumento de 56% na produção de petróleo até 2030, e de 118% na de gás até 2034. Os dados fazem parte do relatório internacional Lacuna de Produção 2025 (The Production Gap).
Produzido pelo Instituto Ambiental de Estocolmo, a Climate Analytics e o Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, o estudo contou com a contribuição de mais de 50 cientistas de todo o mundo, inclusive do Brasil.
O levantamento faz avaliação detalhada da produção planejada e projetada de carvão, petróleo e gás em 20 grandes nações de combustíveis fósseis, responsáveis por 80% da oferta global. Neste ano, os holofotes da agenda ambiental se voltam para o Brasil, que recebe a COP30 em Belém — a primeira vez que a cúpula da ONU acontece na Amazônia.
A gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer se colocar como líder das negociações climáticas, mas enfrenta controvérsias internas, como os planos de explorar petróleo na Margem Equatorial da Foz do Rio Amazonas. O País não está sozinho na diferença entre promessas climáticas e planejamento governamental.
Leia mais:
COP30 abre corrida por negócios verdes e coloca Brasil no centro da transição climática
Conforme o relatório, globalmente as nações planejam extrair 120% a mais de combustíveis fósseis do que seria compatível com o limite de aumento médio da temperatura global (1,5 ºC) previsto no Acordo de Paris, assinado por quase 200 países para frear o aquecimento do planeta.
“Trata-se de uma contradição mundial, não só do Brasil”, afirmou ao Estadão o engenheiro químico Alexandre Szklo, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, um dos brasileiros que elaboraram o relatório global. “Se reconhece que o petróleo ainda será necessário e, portanto, ainda deverá haver produção. Mas não são definidos os critérios e instrumentos para estabelecer como será feita essa produção remanescente de forma mais sustentável.”
O governo brasileiro anunciou recentemente o lançamento da Política Nacional de Transição Energética e do Programa de Aceleração da Transição Energética.
Conforme o relatório, a extração de petróleo no País deve crescer 56% entre 2023 e 2030, e a de gás mais que dobrar, com alta de 118% até 2034. Além disso, o Brasil já sinalizou a intenção de aderir à Opep+, grupo que agrega os 13 membros da Opep e outras nações parceiras, como Malásia e México.
Após o Conselho Nacional de Política Energética decidir pela adesão à Opep+, em fevereiro, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o Brasil “não deve se envergonhar de produzir petróleo”. Segundo a pasta, a entrada na Opep+ amplia a influência do País na transição energética.
Em agosto, Petrobras e Ibama chegaram a um acordo para testes antes da decisão final sobre a licença de perfuração de um poço na Bacia da Foz do Amazonas, no Amapá. Neste mês, Lula defendeu mais uma vez a exploração de petróleo na Margem Equatorial. “Queremos preservar a Amazônia não como uma coisa intocável, mas que ela seja explorada, seja por mar e por terra, da forma mais responsável possível”, disse.
Entre os argumentos mais frequentes do governo e do setor produtivo para manter as frentes de produção estão a demanda energética e de desenvolvimento socioeconômico de um país de renda média, como o Brasil. Ambientalistas, por sua vez, argumentam que o projeto na Margem Equatorial, por exemplo, oferece risco ao ecossistema do local, como impactos à fauna em caso de derramamento de óleo.
Já a ala ambiental do próprio governo tem pressionado pela redução na aposta em combustíveis fósseis. “Defendo que a Petrobras seja uma empresa de geração de energia, e não apenas de petróleo”, disse Marina Silva ao Estadão. “Dez anos após o Acordo de Paris, os governos estão tropeçando de volta ao nosso passado fóssil”, afirma Neil Grant, cientista que também participou da construção do relatório.
“Embora frustrante ver dinheiro público desperdiçado em ativos que, inevitavelmente, se tornarão obsoletos; é intoleravelmente injusto pensar nos custos humanos e ambientais desses planos de expansão, sobretudo para os mais vulneráveis”, completou.
O relatório analisa os planos de produção de combustíveis fósseis de: Austrália, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Alemanha, Índia, Indonésia, Casaquistão, Kuwait, México, Nigéria, Noruega, Qatar, Federação Russa, Arábia Saudita, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.
Em 2023, a lacuna de produção de combustíveis fósseis era de 110% acima do necessário para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC na comparação ao período pré-Revolução Industrial, como prevê o Acordo de Paris. Hoje, esse número está em 120%. Ou seja: nos últimos dois anos, os países ampliaram seus planos de produção de combustíveis fósseis em vez de reduzi-los, como seria esperado.
“No caso brasileiro, a grande contribuição para a meta global (de redução de emissões) virá da agricultura de alta tecnologia e da redução do desmatamento“, afirma Alexandre Szklo, da UFRJ. Um dos grandes motores da economia do País, o agronegócio tem como um dos seus desafios aperfeiçoar as técnicas de redução de emissão do gás metano — bastante ligado à pecuária —, um dos principais obstáculos do setor.
Na ação antidesmate, o Brasil viu as taxas de destruição da Amazônia caírem pela metade desde 2023. O aumento da degradação da floresta e do risco de queimadas, porém, tem comprometido a capacidade de regeneração do bioma, o que acende o alerta sobre a possibilidade de o ecossistema estar cada vez mais perto de um ponto de não retorno.
“Também existe a possibilidade de remoção de gás carbônico da atmosfera tanto por medidas baseadas na natureza, como o reflorestamento, quanto pela adoção do uso de biocombustíveis avançados“, acrescenta o pesquisador.
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