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“Brics é um outro modo de fazer política”, afirma Lula em Cúpula
Publicado 07/07/2025 • 14:25 | Atualizado há 8 horas
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Publicado 07/07/2025 • 14:25 | Atualizado há 8 horas
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Presidente Lula em pronunciamento durante Cúpula dos Brics.
Durante pronunciamento na Cúpula do Brics, o presidente Lula defendeu a reformulação das estruturas multilaterais e criticou a atual configuração do Conselho de Segurança da ONU. Segundo ele, o bloco de países emergentes propõe uma alternativa ao modelo geopolítico vigente desde 1945.
“Os Brics não nasceram para afrontar ninguém. Os Brics apenas têm um outro modelo, um outro modo de fazer política”, declarou. Na avaliação do presidente, o bloco oferece um caminho para fortalecer o multilateralismo, ampliar a participação de países em desenvolvimento e discutir novas formas de financiamento internacional.
Lula afirmou que o mundo atravessa o maior período de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial. Ele criticou o papel do Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, se tornou promotor de guerras ao invés de mediador. “Desde a guerra do Iraque, da invasão da Líbia, da morte do Khadafi, até a guerra na Ucrânia, ninguém pede licença para fazer guerra. Vai fazendo, e depois a ONU perde credibilidade para negociar”, disse.
Ao comentar a estrutura do Fundo Monetário Internacional (FMI), o presidente defendeu mudanças para que a instituição atue como banco de investimento voltado aos países mais pobres, em vez de adotar políticas de austeridade. “O modelo atual faz com que a dívida seja cada vez mais impagável”, declarou.
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Durante o encontro, o presidente ressaltou a participação de empresárias e representantes da sociedade civil como um avanço nas discussões do bloco. Para ele, é necessário estabelecer novos paradigmas de participação e abandonar modelos tradicionais. “Se a gente quiser criar alguma coisa nova no mundo, a gente vai ter que criar novos paradigmas de participação e não pode repetir os mesmos erros”, disse.
Na agenda ambiental, destacou que a questão climática deve ser tratada com base na ciência, e não como bandeira exclusiva de movimentos ou grupos específicos. Segundo ele, os países do Brics reconhecem a gravidade das mudanças climáticas e a necessidade de preservar oceanos, florestas e o ar.
O presidente também alertou para a concentração do desenvolvimento da inteligência artificial nas mãos de poucas empresas. Defendeu a criação de um sistema de governança para garantir acesso democrático à tecnologia e evitar seu uso para desinformação e conflitos. “O Estado tem que assumir a responsabilidade de garantir que não se usa banco de dados para fazer guerra ou contar inverdades”, afirmou.
Ao final, propôs que a Assembleia Geral da ONU realize conferências específicas para debater e propor soluções sobre conflitos e mudanças climáticas, com a responsabilização dos países pelas decisões adotadas. Para ele, os Brics podem funcionar como espaço para esses debates e iniciativas.
Durante coletiva concedida após reunião dos Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a adoção de moedas locais no comércio entre os países do bloco, como alternativa ao dólar. Lula afirmou que essa é uma medida que será construída gradativamente, com acordos entre bancos centrais.
“Se vocês se lembrarem, em 2004, nós aprovamos um comércio entre Brasil e Argentina que poderia ser feito nas moedas locais”, recordou. Na ocasião, segundo o presidente, o erro foi ter deixado a medida como opcional, o que dificultou sua consolidação.
O presidente argumentou que não há decisão formal para que o dólar seja a moeda padrão do comércio internacional. “Ninguém terminou que o dólar é a moeda padrão. Em que fórum foi determinado?”, questionou. Ele defendeu que as relações comerciais com os Estados Unidos continuem utilizando a moeda americana, mas que em negociações com países como China, Índia e Argentina seja possível o uso das respectivas moedas locais.
Questionado sobre a discordância do Irã em relação à defesa da criação de dois Estados para a Palestina e Israel, Lula afirmou que o bloco respeita a posição iraniana, mas que a maioria dos integrantes mantém a defesa dessa proposta.
“Ninguém vai pedir para o Irã mudar de posição. Como o Irã está lá perto, no calor das disputas, ele pode pensar de forma diferente, mas nós continuamos achando que é preciso criar os dois Estados, que vivam em harmonia”, declarou.
Sobre o tema da justiça tributária, citado na declaração final dos Brics, Lula foi questionado sobre como o debate internacional pode influenciar a agenda brasileira. O presidente afirmou que o governo enviou uma proposta ao Congresso, mas que houve resistência.
“O Congresso resolveu fazer uma coisa, na minha opinião, totalmente anticonstitucional. Porque decreto é uma prioridade do Executivo”, afirmou, referindo-se a um projeto de decreto legislativo aprovado pelos parlamentares. Lula disse que não participou de nenhuma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema e que ainda vai tratar do assunto com a Advocacia-Geral da União (AGU).
Sobre a possibilidade de ampliação do bloco, Lula destacou que os Brics são uma organização em constante transformação. “Se eu pudesse utilizar o Raul Seixas, eu poderia dizer para vocês que os Brics são uma metamorfose ambulante”, disse.
O presidente voltou a criticar o domínio dos países ricos em instituições multilaterais, citando o caso do Fundo Monetário Internacional (FMI). “Embora os Brics representem metade do PIB do mundo, só têm 18% de representatividade no FMI”, afirmou. Segundo ele, o bloco está aberto à entrada de novos países e à criação de fóruns temáticos.
“Nós não temos porteira fechada. Quem quiser entrar, diz que quer entrar, nós vamos avaliar”, completou.
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