Publicado 26/11/2024 • 18:29
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A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) vai entrar com uma ação na União Europeia contra o Carrefour e outras empresas francesas, anunciou nesta terça-feira (26) o presidente da entidade, João Martins.
“Fomos surpreendidos com o Carrefour e outras empresas francesas que, de repente, tentaram passar a imagem de que a carne que estamos enviando para a Europa não atende aos padrões europeus. Diante dessa acusação, nos vimos obrigados a acionar nosso escritório em Bruxelas para tomar as medidas necessárias e esclarecer a verdade”, disse Martins em um vídeo.
Ele ressaltou que o Brasil é o maior exportador de carnes do mundo, atendendo mercados como Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e países asiáticos.
De acordo com o consultor jurídico da CNA, Carlos Bastide Horbach, a entidade está em contato com o escritório de advocacia que representa a Confederação em Bruxelas “para avaliar a ação do Carrefour e de outras empresas francesas” sobre essas medidas.
Horbach mencionou que as ações têm apoio do governo francês, após declarações da ministra da Agricultura da França. “Essas medidas podem caracterizar violação das regras de concorrência da União Europeia (UE). Por isso, a CNA vai formalizar uma reclamação junto aos órgãos da União Europeia para garantir a liberdade econômica e a proteção da produção brasileira naquele mercado”, afirmou Horbach.
A reação da CNA acontece em meio à polêmica entre o agronegócio brasileiro e o Grupo Carrefour. Há uma semana, o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou em suas redes sociais que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos “preços e quantidades de carne que esses países possam oferecer”, sugerindo que os produtos não atendiam às exigências do mercado francês.
Em resposta a essa medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento a uma retratação pública de Bompard, o que ocorreu nesta terça-feira.
Em carta ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Bompard se desculpou pela confusão gerada com a agricultura brasileira e reconheceu a qualidade da carne brasileira.
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