Copom aumenta Selic em 1 ponto percentual; taxa chega a 12,25%
Publicado 11/12/2024 • 18:38 | Atualizado há 4 meses
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Publicado 11/12/2024 • 18:38 | Atualizado há 4 meses
KEY POINTS
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a Selic em 1 ponto percentual, e, agora, a taxa básica de juros é de 12,25% ao ano.
A alta desta quarta-feira (11) já era esperada, mas a dúvida era a dimensão da mudança na taxa -a maioria dos analistas aguardava uma alta de 0,75 ponto percentual.
Essa é a última reunião do Copom sob a presidência de Roberto Campos Neto. O mandato dele termina em 31 de dezembro. O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, assumirá a chefia do BC em 1º de janeiro.
Piora no cenário da inflação
O Copom enfrenta uma deterioração do cenário prospectivo para a inflação. Desde a sua última reunião, em novembro, o dólar superou a marca de R$ 6,0 –esse movimento é atribuído à frustração dos mercados com o pacote de corte de despesas do governo (a medida foi considerada insuficiente, especialmente por causa do anúncio de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês).
Na primeira nota com a divulgação do resultado, o comitê afirma que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato”.
Para os diretores, “a inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes”.
A mediana do relatório Focus para o IPCA no segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, saltou de 3,86% em novembro para 4,16%, 0,56 ponto porcentual acima dos 3,6% esperados pelo BC. O mercado já espera que a Selic suba até 13,75% no fim do ciclo, sem levar a inflação à meta de 3%.
Mandato de Campos Neto
Nas 46 reuniões do Copom que comandou desde que assumiu a presidência do BC, em fevereiro de 2019, Campos Neto só aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual ou mais em sete. Todas elas – uma sequência de agosto de 2021 a maio de 2022 – refletiram a reação do comitê à disparada inflacionária após a pandemia de Covid-19.
O IPCA somou 10,06% em 2021, o quarto maior nível do Plano Real. Em outras três oportunidades, de março a junho de 2021, o comitê elevou a taxa Selic em 0,75 ponto, também refletindo a expectativa de aceleração do IPCA.