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CNI aposta em ‘diplomacia empresarial’ e busca diálogo com autoridades dos EUA após tarifaço

Publicado 08/09/2025 • 22:44 | Atualizado há 7 horas

KEY POINTS

  • Frederico Lamego, Superintendente de Relações Internacionais da CNI, disse que missão recente da entidade aos EUA teve como objetivo "construir pontes" com as autoridades americanas e incluir uma agenda econômica além da disputa tarifária.
  • A entidade contratou o embaixador Roberto Azevedo para apoiar a investigação da Seção 301 e ampliar o esforço de diálogo.
  • A CNI aposta em pressão de compradores e distribuidores afetados para criar espaço negocial; conversas formais dependem de interlocução entre governos.
Dados de exportações são divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

Exportações.

Pixabay

A missão da CNI aos Estados Unidos, que buscou discutir o tarifaço com representantes do comércio e congressistas norte-americanos, adotou uma estratégia além do tradicional. Segundo Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da entidade, em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, a ideia foi exercer uma “diplomacia empresarial”, transformando o conflito tarifário em um canal de diálogo mais amplo entre Brasil e EUA.

Lamego afirmou que a missão teve sucesso em viabilizar “encontros de alto nível” — com o Departamento de Estado, o Representante Comercial dos EUA (USTR), membros do Congresso e outras instâncias. O objetivo agora, destacou, é abrir caminho para negociações quando possível.

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“Nós acreditamos que, primeiro, colocamos nas discussões os temas econômicos e comerciais que possam ser de interesse do lado americano”, afirmou Frederico Lamego. “Colocamos uma discussão mais ampla que inclui, por exemplo, combustíveis sintéticos de aviação, a questão dos data centers, os minerais críticos — no sentido de posicionar aos americanos que talvez essa crise possa se tornar uma oportunidade de construir uma relação mais ampla entre EUA e Brasil.”

Segundo o superintendente, o tom das conversas reconheceu o componente político do conflito. “O cenário é difícil, pois há um contexto”, disse Lamego, citando declarações recentes de Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos EUA.

Ainda assim, ele destacou sinais de abertura: segundo Lamego, Landau mencionou a possibilidade de um encontro entre o principal negociador brasileiro — o vice-presidente Geraldo Alckmin — e legisladores americanos, incluindo Marco Rubio, atual secretário de Estado dos EUA. Além disso, o Departamento de Estado teria assumido papel ativo na coordenação do aspecto negocial com sua contraparte brasileira.

Pressão — e paciência

Para Frederico Lamego, a reversão ou flexibilização das tarifas dificilmente ocorrerá sem pressão externa. A CNI levou cerca de 80 empresários brasileiros afetados e aproximadamente 50 compradores e distribuidores norte-americanos justamente para mapear o impacto e construir um plano de engajamento. “Estamos aguardando que haja pressão de compradores americanos e distribuidores brasileiros diretamente impactados pelo aumento das tarifas, como é o caso do café, da carne e de outros segmentos”, explicou.

“O que precisamos entender é como está o impacto e a dor do lado dos consumidores americanos, e talvez com isso a pressão seja mais efetiva do lado de lá. Isso também foi considerado, mas não é algo que vá sair de uma hora para a outra”, completou Lamego.

Diplomacia empresarial e instrumentos de influência

Lamego contou ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC que a CNI identificou a necessidade de novas ferramentas para sua atuação, mesclando comunicação, lobby e relacionamento com atores-chave da administração americana. Ele destacou ainda que a entidade contratou Roberto Azevêdo para apoiar na investigação da Seção 301 — o enquadramento legal invocado para justificar as medidas tarifárias — e colaborar na agenda de engajamento futuro.

Azevêdo é um diplomata de reconhecimento internacional: presidiu a Organização Mundial do Comércio (OMC) de 2013 a 2020 e, desde então, atua como vice-presidente executivo da PepsiCo.

O que nós estamos fazendo é exercer o papel da diplomacia empresarial, que vai se tornar cada vez mais importante… precisamos também ter agilidade e criar uma agenda de relacionamentos diferenciada, que não seja apenas a diplomacia tradicional”, afirmou. Segundo ele, é preciso “uma agenda de comunicação nova, diretamente vinculada aos setores que influenciam a atual gestão”, além de um esforço de lobby para acessar diferentes atores políticos no cenário norte-americano.

Próximos passos

Lamego resumiu o desfecho desejado: sem garantia de resultados imediatos, a meta da missão foi plantar sementes para um processo negocial estruturado entre os governos. “Os frutos não são fáceis de vir, mas é importante começarmos esse processo, pois nosso objetivo maior é que, ao final, exista um processo negocial a partir dessa semente plantada”, afirmou.

Segundo ele, a CNI seguirá monitorando impactos, articulando compradores e distribuidores afetados e mantendo interlocução com autoridades americanas. A estratégia é tentar transformar a perda provocada pelo aumento de tarifas em uma oportunidade de ampliação das relações comerciais e estratégicas entre os dois países.

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